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Empresas estão atrasadas no tempo nas demandas socioambientais

Empresas estão atrasadas no tempo nas demandas socioambientais
Crédito: Reprodução Adobe Stock

Empresas com boas práticas ESG possuem um retorno financeiro 615% superior ao Ibovespa (Ibov) no médio e longo prazos, além de performance 185% superior na comparação entre risco e retorno de um determinado investimento (sharperatio). Isso é o que aponta a pesquisa Melhores para o Brasil, da Humanizadas, empresa de avaliação multistakeholder em ESG com uso de Inteligência de Dados que visa beneficiar pessoas, sociedade e planeta. No dia 23 de março, a startup fará a divulgação do prêmio com o intuito de divulgar o rating de 87 empresas de pequeno a grande porte, que foram avaliadas por indicadores mostrando sua jornada evolutiva dentro do mercado e da própria organização.

O primeiro rating ESG brasileiro traz um comparativo entre a média do mercado nacional que apresenta um grau de maturidade mediano frente aqueles que já estão tornando suas iniciativas uma realidade, com graus de maturidades mais elevados. Por exemplo, as Melhores Para o Brasil possuem foco ESG 139% superior ao mercado, com 75% das lideranças promovendo as boas práticas, em oposição a 31% no mercado brasileiro.

De acordo com o fundador e CEO da Humanizadas, Pedro Paro, o estudo revela que dentre os cinco níveis de consciência das organizações, a média do mercado brasileiro ainda está nos estágios 1.0 (sobrevivência) e 2.0 (regulamentação), atrasadas no tempo quando pensamos nas demandas socioambientais. “As empresas avaliadas como Melhores para o Brasil, no entanto, já se encontram mais presentes nos estágios 3.0 (reputação), 4.0 (sustentabilidade) e 5.0 (regenerativo). Juntas elas somam R$ 221 bilhões em faturamento, que representam apenas 1,6% do PIB brasileiro, ou seja, ainda há muito espaço para crescer e evoluir”, afirma.

Mais de 20 mil líderes participaram da pesquisa em quatro anos. O rating traz dados extremamente relevantes para serem analisados do ponto de vista de negócios, como a mensuração dos níveis de confiança nas relações entre colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes e comunidades – e que o mercado brasileiro passa por uma meta crise de liderança, governança e significado, de forma geral. Os dados nacionais mostram que apenas 33% das lideranças estão otimistas com relação ao futuro da organização e 37% estão satisfeitos com o trabalho atual. Já no negócio, apenas 43% dos clientes estão satisfeitos com os produtos e os serviços, enquanto os acionistas têm um retorno acumulado de apenas 58% em 20 anos (3,90% a.a.).

Comparando os números das empresas listadas pelo Melhores para o Brasil, 145% das lideranças têm maior otimismo com relação ao futuro da organização; 130% de colaboradores tem maior probabilidade de indicar o trabalho atual; enquanto 98% dos clientes estão mais satisfeitos com os produtos e os serviços oferecidos e os acionistas com um retorno 615% superior em 20 anos (14,67% a.a.).

Quem são as Melhores Empresas?

São destaques da pesquisa empresas como Arezzo, Ana Health, Mercur, Grupo Jacto, Dengo, Maxmilhas, Refazenda, Special Dog, Reserva, Omni Banco e Financeira, Okena, Copastur, Instituto Coca-Cola Brasil, Instituto Anga, entre outras.. Juntas, elas mostram que 71% dos seus colaboradores trabalham em um ambiente de alto nível de confiança, contra 22% dos colaboradores do mercado brasileiro. Outro dado destaque está na perspectiva de futuro no atual trabalho: 33% afirmam serem otimistas com o futuro das empresas do mercado brasileiro, contra 83% nas empresas reconhecidas como Melhores para o Brasil. Ademais, no quesito meio ambiente a Melhores para o Brasil o nível de atenção é 137% maior que o das demais empresas brasileiras.

Essas organizações também geram impacto mais positivo em questões ESG, envolvendo maior número de mulheres na liderança (r=0,32), impacto positivo na cadeia de valor (r=0,64), redução de gases de efeito estufa (r = 0,26) e maior uso de energias renováveis (r=0,26). “Desejamos que essas informações tragam reflexões e uma compreensão mais ampla sobre o papel de cada liderança e de cada organização na construção de um país melhor. Por exemplo, casos como o Grupo Jacto, mostram que uma empresa pode mudar uma cidade, no caso, a cidade de Pompéia, no interior de SP. E se uma empresa pode mudar uma cidade, muitas empresas podem mudar um país. Esse é o mesmo sentimento que temos toda vez que medimos e monitoramos esses dados”, finaliza Paro.

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