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Empresas mineiras ainda são cautelosas na hora de investir em inovação

Levantamento da FDC traz dados sobre a maturidade desses aportes
Empresas mineiras ainda são cautelosas na hora de investir em inovação
Crédito: Reprodução Pixabay

A Fundação Dom Cabral (FDC) acaba de levantar dados sobre o nível de maturidade da inovação em empresas no Estado de Minas Gerais. Responderam cerca de 138 executivos, entre os meses de setembro a novembro de 2024, com importante representatividade de empresas de grande e médio porte do Estado. A maioria dos respondentes está em posições de liderança em empresas, como Sócios-Fundadores (20,3%), Diretoria (18,7%) e Presidência (17,1%), ou seja, lugares de tomada de decisão e impacto direto na competitividade, inovação e transformação digital.

Na hora de classificarem sua empresa mediante à postura em relação à implantação da inovação, quase metade das organizações adota uma postura “seletiva” (45,2%), escolhendo cuidadosamente onde investir, pela necessidade de priorizar áreas de menor risco. Em seguida, vêm as empresas com postura “otimizadora”, 31,7%, ou seja, mais proativas em inovação, investindo em tecnologias para melhorar seu desempenho e acompanhando as tendências do mercado. Apenas 23,1% são “visionárias”, investindo de forma intensa em inovação, com uma visão de longo prazo. Conclui-se assim, que muitas empresas em Minas Gerais ainda têm uma postura cautelosa quanto à inovação.

Eles acreditam, em sua maioria, que a inovação tem um impacto significativo na eficiência operacional (38,5%), colocando a inovação como uma forma de otimizar processos e aumentar a competitividade. Além disso, 22,1 % vê a inovação como uma oportunidade de desenvolver novos modelos de negócio para se adaptar às mudanças do mercado.

Os principais impeditivos, identificados pelos respondentes na aplicação da inovação nas empresas, foram Estrutura e Cultura, com 28,7% das respostas, indicando resistência a mudanças. Por outro lado, cerca de 10,6% afirmam que a inovação em si pode ser a propulsora de uma mudança cultural, deixando as empresas mais abertas e receptivas a novidades e levar também à criação de novos serviços (9,6% sinalizaram esta resposta).

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A falta de rentabilidade dos projetos inovadores também foi colocada como impeditivo por 22,3% dos respondentes, sugerindo uma preocupação com o retorno sobre o investimento em inovação.

Hugo Tadeu
Hugo Tadeu: a inovação é uma estratégia fundamental para a competitividade empresarial, pois é uma das formas mais eficientes de superar a concorrência | Crédito: Divulgação FDC

Segundo o diretor do núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral, Hugo Tadeu, que lidera a pesquisa, a inovação é uma estratégia fundamental para a competitividade empresarial, pois é uma das formas mais eficientes de superar a concorrência e agregar valor aos produtos e serviços. “As empresas que adotam a inovação de forma sistemática se destacam no mercado”, completa.

Perfil dos respondentes

O questionário foi aplicado a executivos de organizações de diferentes segmentos e diferentes áreas de atuação, mas 21,1% atuam em Estratégia e 17,1% em Operações, setores fundamentais para impulsionar a competitividade e a inovação. Além disso, pode-se observar uma grande diversidade de áreas, como Finanças (11,4%), Tecnologia da Informação (9,8%) e Comercial (9,8%), demonstrando que a inovação está presente em vários setores.

Pequenas empresas (30,7%) e médias empresas (24,6%) representam mais da metade das empresas respondentes, indicando que esse segmento tem um grande interesse em temas relacionados à inovação. Em seguida, as grandes empresas (23,7%) também possuem um papel significativo no estado, demonstrando que organizações maiores também estão atentas às tendências.

No setor econômico, as indústrias (23,7%) são a maior parcela dos respondentes, o que sugere que o setor industrial em Minas Gerais está mais envolvido com iniciativas de inovação e transformação digital. Além disso, os setores de Mercado de Consumo (14%) e Tecnologia da Informação (12,3%) têm uma presença significativa, refletindo a busca por inovação em produtos e serviços.

A maior parte das organizações está localizada na região Central de Minas Gerais (87,6%), revelando uma grande concentração da inovação do Estado nessa área. As regiões do Alto Paranaíba, Centro-Oeste, Mata e Rio Doce possuem uma participação menor, com apenas 2,7% cada uma. Isso indica que essas regiões possuem menos empresas engajadas em inovação e transformação digital, indicando uma oportunidade de desenvolvimento e modernização em Minas Gerais. O Norte é a região menos representada na pesquisa, com apenas 1,8%.

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