O beach tennis venceu! Entenda por que a prática vem ganhando espaço em Minas Gerais

O beach tennis é uma modalidade esportiva que vem conquistando novos praticantes em Minas Gerais e em todo o Brasil. Alguns especialistas dessa área apontam para um forte crescimento iniciado no período pós-pandemia, e que deve se manter por mais tempo.
O gestor da Federação Mineira de Tênis e Beach Tennis (FMT), Thiago Souza, relata que o esporte vem apresentando um crescimento exponencial desde a pandemia, a ponto de superar o tênis em número de praticantes.
Segundo ele, um dos motivos para esse resultado é o beach tennis exigir condições menos complexas que o tênis. “Hoje, você consegue abrir uma quadra de beach tennis em qualquer lugar, qualquer terreno. Isso, consequentemente, aumenta o número de praticantes”, avalia.
Além da pandemia, Souza também destaca a praticidade da modalidade como um dos fatores cruciais para o crescimento observado tanto em Minas quanto no País. “Qualquer pessoa que já jogou frescobol na praia, badminton ou qualquer outro esporte de raquete, conseguirá jogar beach tennis. E isso facilita o crescimento da prática”, diz.
Já o professor de beach tennis da Arena 7 BH, Abílio Cesar, mais conhecido como “Tocinha”, lembra que a capital mineira foi uma das primeiras cidades a apresentar uma alta na demanda. “Belo Horizonte possui um dos grandes públicos que jogam beach tennis, atualmente, e a tendência é só aumentar, até virar esporte olímpico”, afirma.
Ele estima que o público praticante aumentou cerca de 90% desde a pandemia, e diz que isso foi motivado pelo caráter de esporte ao ar livre e social do beach tennis, capaz de agregar todas as pessoas.
“Eu já tive alunos de 85 anos jogando beach tennis. A inclusão social do esporte é muito grande”, aponta.
Além disso, destaca Tocinha, esse esporte não exige um grande número de jogadores, como ocorre em outros casos, o que facilita a prática entre amigos.
Mercado de beach tennis
O gerente nacional da Head Brasil, marca especializada em artigos de esportes, Gelson Kawassaki, revela que, logo após a pandemia, quando as quadras voltaram a abrir, o número de raquetes importadas para o Brasil aumentou para aproximadamente 500 mil unidades.
Ele também avalia que o desempenho apresentado atualmente segue positivo, com uma grande demanda no mercado nacional, mas abaixo do registrado no período pós-pandemia. “Foi durante a pandemia que o esporte realmente cresceu. Na ocasião, o número de praticantes e o número de quadras deram um ‘boom’”, recorda.
Kawassaki destaca o surgimento de novas marcas durante o período de forte crescimento do beach tennis. Segundo ele, algumas já estão saindo do mercado e queimando estoque, enquanto outras estão se consolidando entre as maiores. Essa queima de preços pode, inclusive, impactar nos resultados das demais empresas que buscam se firmar no mercado.
“As marcas consolidadas continuam trabalhando no patamar de preço normal de mercado, enquanto as outras marcas, que se aventuraram durante a pandemia, resolveram queimar preço simplesmente para recuperar capital, e irão sair do mercado”, explica.

Quanto ao surgimento de novas marcas, o gerente nacional da Head explica que é muito difícil que isso ocorra por causa da presença de empresas consolidadas e do alto investimento que é necessário para entrar no mercado. Ele ainda destaca o cenário de um grande número de quadras abertas no País, muitas delas, fechando as portas por má administração.
“O espaço ainda existe, mas tem que fazer um negócio muito bem feito e bem administrado para reter alunos e atrair novas pessoas para a academia. Se não tiver uma boa área, professores de qualidade e um bom atendimento, não se consegue segurar os praticantes”, afirma.
Já o gestor da FMT, Thiago Souza, relata que muitas academias de Belo Horizonte e em outras cidades do Estado estão apostando em um modelo de espaço multiuso. Nesse caso, o local pode ser utilizado para outras atividades, além da prática esportiva, como a realização de eventos.
Beach tennis para além da praia
O professor de beach tennis da Arena 7 BH, o Tocinha, explica que, no início desse esporte no Brasil, as cidades costeiras concentravam a maior parte do público praticante de beach tennis, no entanto, esse cenário mudou, e outras regiões, como é o caso de Minas, também estão se destacando.
“O esporte cresceu muito, tem muita arena em Belo Horizonte e no interior, e muitas estão realizando campeonatos. Qualquer quadra poliesportiva, qualquer centro esportivo, tem quadra de beach tennis aqui em Belo Horizonte. Se ainda não tem, estão perdendo dinheiro”, declara.
Tocinha também conta que as academias mineiras estão construindo cada vez mais quadras de areia para suprir essa falta da praia e atender à demanda: “Minas Gerais não está defasada [neste mercado], pelo contrário, está no mesmo nível que São Paulo, abrindo uma quadra a cada esquina”.
O gerente nacional da Head no Brasil, Gelson Kawassaki, também aponta para o grande número de quadras fora da costa brasileira. “Não é um esporte que está focado na praia. Hoje, é muito mais fácil de ter acesso. Com muitas marcas baixando o preço para vender e precisando de capital de giro, o material ficou muito mais barato, só precisa da raquete”, conclui.
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