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Erros de comunicação das lideranças custam caro às empresas

Pesquisa aponta que as empresas brasileiras ainda enfrentam barreiras estruturais para alcançar alta performance
Erros de comunicação das lideranças custam caro às empresas
Crédito: Adobe Stock

Em um cenário empresarial cada vez mais dinâmico e orientado por propósito, as empresas brasileiras ainda enfrentam barreiras estruturais para alcançar alta performance. É o que revela a pesquisa Panorama Lideranças 2025, conduzida pela Amcham Brasil em parceria com a consultoria Humanizadas, com a participação de 765 executivos de diversos setores e regiões.

Embora a transformação digital e a busca por inovação sejam discursos frequentes, 82% das empresas ainda mensuram seu desempenho com base em indicadores financeiros tradicionais – lucro, receita e margem. Para a Amcham, esses parâmetros, embora importantes, não bastam para sustentar um modelo de negócio resiliente e inovador.

A pesquisa destaca que o fator humano continua sendo decisivo. A qualidade da liderança aparece como um dos principais determinantes de sucesso ou fracasso: 72% dos executivos relacionam o baixo engajamento das equipes à ausência de líderes inspiradores; 68% apontam a liderança como fator crítico na retenção de talentos; e 61% observam que líderes despreparados comprometem decisões estratégicas.

“O engajamento não nasce de metas, nasce da relação com quem lidera”, resume o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto.

Outro entrave relevante é a comunicação interna: 59% dos entrevistados indicam falhas na comunicação como a principal causa de insucesso estratégico, à frente da falta de disciplina na execução (48%) e da resistência a mudanças (46%). Segundo Abrão Neto, “sem alinhamento interno e clareza de propósito, até a melhor estratégia morre antes de sair do papel”.

O levantamento também traçou o perfil de liderança desejado: mais estratégico, integrador e com visão sistêmica, em contraste com o estilo predominante, ainda centrado em controle operacional e metas de curto prazo. Entre as competências mais valorizadas estão visão estratégica, tomada de decisão baseada em dados, inovação, inteligência emocional e uso estratégico da inteligência artificial.

Desenvolver lideranças preparadas é hoje a prioridade número um para 69% dos líderes ouvidos. Já para reter talentos de alta performance, os principais fatores apontados são oportunidades de crescimento (58%), liderança inspiradora (55%) e alinhamento com propósito e valores (48%). A remuneração aparece apenas em sexto lugar, reforçando a importância do desenvolvimento humano e do sentido de pertencimento.

Os dados da pesquisa darão o tom do CEO Forum 2025, evento que reunirá lideranças empresariais em 16 cidades brasileiras ao longo de junho. Sob o tema “Alta Performance”, o fórum discutirá estratégias para enfrentar os desafios contemporâneos da liderança e impulsionar a transformação organizacional.

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