Escassez de talentos alcança o maior nível em 17 anos
A escassez global de talentos, ou dificuldade em encontrar os profissionais com as competências que as empresas precisam, chegou a 80% no Brasil, número acima da média global, que registrou seu maior nível em 17 anos, atingindo 77%.
Os números fazem parte de um relatório divulgado pelo ManpowerGroup, uma das maiores empresas de recrutamento do mundo. Taiwan, Alemanha e Hong Kong relatam os maiores índices de escassez, com 90%, 86% e 85% dos empregadores apontando dificuldades, respectivamente.
Os números mostram que aproximadamente quatro entre cinco empregadores do mundo reportam dificuldade em preencher vagas abertas. Entre os setores mais afetados pela falta de talentos estão os de Bens de Consumo & Serviços e de Finanças & Imobiliário, ambos com um índice de 82%, e os de Transporte, Logística & Automotivo e de Serviços de Comunicação, os dois com 81%. A busca por talentos está em alta, o que leva 46% dos empregadores a planejarem contratar pessoas de outros países, enquanto 41% planejam contratar em nível nacional.
Para enfrentar a escassez de talentos, 82% dos empregadores afirmaram que estão investindo no desenvolvimento dos seus colaboradores, suprindo as demandas internas com profissionais que já estão na casa e dispostos a crescer. No entanto, quase metade (49%) ainda alega que procura novos candidatos e 48% investem em novas tecnologias que possam auxiliar na busca por um melhor desempenho em vez de contratar.
Outras formas de enfrentamento à escassez adotadas pelas companhias envolvem reter melhor os talentos (57% dos empregadores planejam oferecer mais flexibilidade); buscar novos grupos de pessoas, como colaboradores mais maduros (estratégia que deve ser adotada por 40% dos contratantes) e priorizar a automação de processos e tarefas (plano de 35% dos empregadores).
“Com a escassez de talentos se agravando, é importante que as empresas adotem uma abordagem estratégica para garantir que suas operações sejam eficientes e competitivas. A flexibilidade, a diversidade e a inovação são fundamentais para atrair e reter os melhores profissionais e garantir o sucesso no curto e no longo prazo”, explica Wilma Dal Col, diretora de Gestão Estratégica de Pessoas ManpowerGroup e head de Talent Solutions Right Management.
Nesse cenário, as soft skills se destacam como um fator crucial na busca pelos melhores talentos. De acordo com os empregadores, a resiliência, capacidade de adaptação e o raciocínio e solução de problemas são as habilidades mais buscadas e estão na mira de 34% dos empregadores. A habilidade técnica mais procurada é em TI e dados, com 38%, o que evidencia a importância da tecnologia na atualidade.
A Pesquisa de Escassez de Talentos 2023 foi elaborada a partir de entrevistas com mais de 39 mil empregadores em 41 países e territórios – no Brasil, foram 1020 entrevistas.
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