Estudo aponta que 6 em cada 10 idosos são fiéis à mesma farmácia

Uma pesquisa recente do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (Ifepec), em colaboração com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta que 61,4% da população de idosos demonstra fidelidade à mesma farmácia.

O ‘Estudo do Mercado Sênior’ destaca a forte sensibilidade deste público à variação nos custos de medicamentos e outros produtos, especialmente entre aqueles que dependem exclusivamente da aposentadoria como fonte de renda. O levantamento aponta que, para 91% dos consumidores idosos, o critério para a escolha de uma farmácia é o preço dos produtos.

Para o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, o ponto primordial são as parcerias firmadas pelas farmácias, para que elas possam oferecer melhores condições sem comprometer a rentabilidade especialmente para o consumidor idoso.

“É importante lembrar que a experiência vai muito além do preço em si. As farmácias podem equilibrar o preço competitivo com a manutenção da qualidade dos produtos e serviços, oferecendo opções que se alinhem às realidades econômicas dos consumidores seniores. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de programas de fidelidade e descontos, além de manter uma gestão eficiente de estoque e custos”, afirma.

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Segundo Tamascia, é importante que as farmácias invistam também em estratégias que possibilitem uma precificação mais assertiva. “É preciso garantir um mix de produtos diversificado, mas focado em saúde e bem-estar, para não perder o foco principal da farmácia, que é a venda de medicamentos“, acrescenta.

Como as farmácias podem fortalecer a fidelidade dos clientes

Embora a maioria dos consumidores (85,8%) pesquise preços em diferentes farmácias, a lealdade aos estabelecimentos preferidos permanece. Para Edison Tamascia, as farmácias podem fortalecer a fidelidade dos consumidores ao oferecer uma experiência de compra diferenciada, que inclua:

• atendimento personalizado;
• compreensão das necessidades individuais;
• acompanhamento do uso dos medicamentos
• e implementação de soluções digitais, como aplicativos e consultas rápidas.

De acordo com o presidente da Febrafar, as farmácias podem informar o valor agregado de seus serviços por meio de uma comunicação multicanal deixando claro os benefícios que o cliente terá ao escolher a loja.

“O estabelecimento pode informar sobre a vantagem de um atendimento personalizado, programas de fidelidade e facilidades como entrega em domicílio. O foco deve ser mostrar que o valor vai além do preço, oferecendo algo mais, como o cuidado com a saúde do cliente, a confiança no atendimento especializado e a conveniência de uma farmácia que entende as suas necessidades”, aconselha.

Mudança nos hábitos de consumo dos idosos

O estudo também revela a preferência dos idosos pelas compras presenciais. Um total de 86,6% dos consumidores entrevistados afirmaram optar por procurar uma loja física para fazer as compras. No entanto, uma tendência de migração para o ambiente digital começa a se desenhar.

Aproximadamente 17,5% dos clientes utilizam o WhatsApp para realizar pedidos, enquanto 8,7% recorrem a aplicativos de farmácias. Este crescimento, ainda que moderado, indica uma mudança de comportamento em relação aos dados de 2020, quando o uso de plataformas digitais para compras era menos expressivo.

“As farmácias podem adotar estratégias como tutoriais simples e explicativos, além de um atendimento personalizado via WhatsApp ou outras plataformas de fácil acesso, para tornar a experiência mais intuitiva para os clientes seniores. Também é importante que a farmácia ofereça assistência telefônica para esclarecer dúvidas sobre o uso das plataformas digitais, além de garantir que a interface de seus aplicativos seja simples e acessível para esse público”, sugere Edison Tamascia.

Desafio na gestão dos medicamentos pode ser oportunidade para as farmáscias

Por fim, a pesquisa também indica que quase metade dos entrevistados, precisamente 48,1%, relataram dificuldades em lidar com seus medicamentos. As principais barreiras identificadas pelos idosos incluem a leitura das embalagens, mencionada por 25,3%, o cumprimento dos horários prescritos, com 17,3%, e a dificuldade em partir comprimidos, apontada por 14,9%.

Os resultados indicam uma necessidade de intervenções que facilitem a gestão de medicamentos e fortaleçam a adesão aos tratamentos, ao mesmo tempo em que se incentiva a manutenção de hábitos saudáveis.

Para ajudar os clientes seniores a gerenciar as medicações, as farmácias podem investir em serviços de acompanhamento farmacêutico, como explica Edison Tamascia: “Isso pode incluir: orientação sobre o uso correto dos medicamentos, lembretes para a renovação de prescrições e consultas personalizadas para revisar os tratamentos”, comenta.

A pesquisa também destacou um aspecto positivo: 45% dos idosos afirmaram praticar alguma atividade física regularmente, sendo a caminhada a mais comum. Este dado sugere uma crescente conscientização sobre a importância da saúde e da prevenção, mesmo entre aqueles que já convivem com doenças crônicas.