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Evento on-line discute liderança consciente

Evento on-line discute liderança consciente
O fórum, gratuito, traz grandes lideranças nacionais e internacionais, como Raj Sisodia | Crédito: Divulgação

Dois anos após a 1ª Conferência no Brasil, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB), acontece essa semana a segunda edição do evento. “O despertar da liderança consciente” reúne especialistas para debater diversos temas relacionados ao mundo dos negócios, inovação e investimentos para uma nova economia no mundo ESG.

O fórum, on-line e gratuito, com grandes lideranças nacionais e internacionais, como Raj Sisodia & John Mackey, fundadores do movimento global Capitalismo Consciente, pela primeira vez juntos no Brasil.

Prezando por uma liderança imparcial, o evento conta também com o patrocínio da Gerdau e da SAP, além de ter como apoio os grandes players do mercado de negócios, como Grupo Trigo, Paramount, Vedacit, Cacau Show e Magalu.

Entre as palestras serão abordados conteúdos de três dimensões relacionadas à liderança voltada à criação de jovens líderes. As apresentações serão feitas em keynotes, workshops, painéis e discussões com os principais nomes do Capitalismo Consciente no cenário brasileiro e mundial.

A programação completa do evento e todos os convidados podem ser vistos no https://bit.ly/3aWfsbo. Os painéis, debates e apresentações estão divididos sob os seguintes temas: Liderança de Si e dos Outros, Liderança das Organizações e Liderança da sociedade.

Ingresso Social

O evento é gratuito, porém, o objetivo é incentivar as pessoas a apadrinharem os jovens em situação de vulnerabilidade social com ingressos que variam de acordo com a quantidade de “afilhados”. A ideia do Ingresso Social integra o programa Líderes do Futuro – CC Jovem do ICCB, que com investimento e patrocínio de Movida, Gerdau e Klabin, tem como proposta educacional despertar o jovem líder de si e líder do futuro, em alinhamento com os conceitos e práticas disseminados pelo Capitalismo Consciente.

Para o Ingresso Social todas as pessoas que se inscreverem para participar da Conferência podem contribuir. Na oportunidade, quem tiver interesse e disponibilidade para apoiar cinco jovens irá desembolsar apenas R$ 30; R$ 90 para 15 jovens; e R$ 300 para 50 jovens. A renda obtida com o Ingresso Social será revertida para o projeto CC Jovem, que é do próprio Instituto.

Abertura abordou o despertar da consciência

O que é o mundo ESG? Meio ambiente, sustentabilidade e governança, estes são os novos pilares para uma gestão mais humana, mais ética e sustentável. Na abertura do II Fórum Capitalismo Consciente, com Hugo Bethlem, presidente do conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB), Dario Neto, diretor-geral do ICCB e Daniela Garcia, diretora de operações e Associações do ICCB, é trazida a importância da transformação dos negócios.

Engajar e crescer o movimento são primordiais para que as companhias se tornem modelo de referência no mercado. Para a 2ª edição do evento, o Instituto busca enfatizar o papel da liderança consciente, a partir das empresas e gestões, como ferramenta para melhorar o ecossistema para todos os stakeholders.

“A gente precisa lembrar que a ESG é oportunidade de construção cultural”, afirma Dario Neto ao falar sobre a liderança jovem e essa visão de mercado para a transformação e evolução dos modelos de gerenciamento nas organizações.

Lideranças privadas – “Qual é o propósito da nossa vida? O que é sucesso para você?”, essas são algumas das perguntas feitas por Marco Antonio Gorini de Oliveira, presidente do conselho Anga&Din4mo para o público durante a microtalk “ODS zero e a evolução da consciência das lideranças”, no II Fórum Capitalismo Consciente, do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB).

Como queremos projetar a vida e qual é o legado que queremos deixar neste mundo foi um assunto trazido pelo especialista. “Olhar para a agenda 2030 da ONU é uma evidência das escolhas erradas do ser humano. Costumo dizer que precisamos pensar em uma “ODS-Zero” (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que seria a conscientização, reflexão de nossos atos e como podemos transformar o mundo a partir delas”, aponta.

As lideranças privadas têm um enorme papel diante da liderança que exercem, afirma o representante da Anga&Din4mo. “As nossas ações impactam outras atitudes, influenciando e criando culturas, isso não parte apenas das pessoas, mas também das empresas, a responsabilidade de liderar e como construir uma jornada que nos coloque em outro patamar como pessoas, indivíduos, profissionais e líderes”, complementa.

Entre as reflexões estão as atitudes das organizações, as influências que elas podem criar com evidências que inspirem e sejam palpáveis para essa mudança civilizatória, que sejam elevadas e rompam paradigmas, e que por trás disso tudo se tenham líderes para que essas transformações aconteçam. “Poder e saber não são suficientes se não tiver o querer, para além do dever, essas transformações são reflexo das escolhas de um líder”, finaliza Gorini.

Liderança consciente – Falar sobre a liderança de si, tema do primeiro dia do II Fórum Capitalismo Consciente, promovido pelo Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB), é um assunto muito importante quando abordamos os desafios e experiências de liderança consciente. Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, e Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, foram convidados a discutir sobre o tema, com a mediação de Graziela Merlina, diretora de Educação do ICCB.

Para Graziela Merlina, o líder que você é, é a pessoa que você é. “A transformação, autenticidade, honrar quem já fomos e, principalmente, o desafio dentro da organização para ser enfrentado, é um equilíbrio dinâmico para tomar a melhor decisão como líder, porém, manter também o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”, reforça Cristina Palmaka.

Não só o impacto da liderança para a sociedade, colaboradores e clientes, mas também o compromisso com a Diversidade e Inclusão ganham maior visibilidade. Segundo Werneck e Cristina Palmaka, dando espaço para todos, o despertar da liderança e da conscientização traz um novo olhar para o próximo, o líder precisa ter essa visão do que falta na organização, ajudando a preparar a evolução e transformação da companhia como um todo.

“Através das mudanças de nossas crenças precisamos fazer as mudanças no nosso dia a dia. De forma simples e pragmática”, diz Werneck. De forma complementar, Cristina Palmaka deu ênfase na empatia que o líder deve ter com seus funcionários e para mudar as visões, de forma aberta, transparente e justa para o crescimento organizacional.

Lideranças conscientes são fundamentais, disse Andrade | Crédito: Divulgação

Virtudes de um líder se refletem intrinsecamente na empresa

Na visão de Ariolino Andrade, Sócio-Diretor da Triconsult e Country Leader da Points of You Brasil, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU não vão ser concretizados se não houver lideranças conscientes e cientes que podem influenciar a si mesmo e as pessoas que estão à sua volta. A declaração foi dada durante o II Fórum Brasileiro do Capitalismo Consciente.

Ainda de acordo com o especialista, as virtudes de um líder se refletem na empresa. Por isso, o líder precisa ser responsável por alinhar os seus liderados, tendo como base o amor, o desejo em deixar um legado, ter integridade, acolher o seu netpeople, ter hábitos saudáveis, assim como audácia, para então chegar ao resultado. “Esse alinhar nunca vai estar sempre alinhado, é um alinhamento constante, de observar como os liderados estão. Então, o líder, de certa forma, tem que ter esse cuidado e essa atenção, para que esses componentes sejam balanceados, porque em algum momento eles vão estar desnivelados”, pontua.

Durante o workshop, Andrade convidou os participantes a refletirem sobre como estava o lado positivo de cada um como líder e depois sobre aquilo que falta em cada um como líder, com o objetivo de cada um olhar para si livre de preconceitos e entender quais seus pontos fortes e fracos, enquanto gestores, para alcançar seus potenciais máximos de liderança. “Você com você mesmo precisa refletir o que existe de significado para você, o que você precisa incrementar em cada um desses pontos”, sinalizou.

O poder da inteligência espiritual Começando com um exercício de respiração e sentir o próprio corpo e mente, Luis Gonzaga, CEO da Fullfill, conduziu o workshop “Inteligência Espiritual na Liderança Consciente”.

“É aquele que tem força, que entusiasma e inspira as outras pessoas, cuida de sua equipe, possui flexibilidade, inteligência emocional e espiritual. Se formos capazes de melhorar a forma como funcionamos diariamente e nosso bem-estar, isto é uma inteligência espiritual, ela pode ser desenvolvida, não é um dom, é uma competência”, afirma.

Segundo Joseph Yosi Amram e Christopher Dryer, entre as competências da inteligência espiritual estão: a consciência (atenção, intuição e síntese); graça (alegria, beleza, discernimento, gratidão, imanência e liberdade); sentido (propósito e serviço); transcendência (eu superior, holismo, prática, relação, sacralidade); e a verdade (abertura, ausência de ego, confiança, equanimidade, plenitude interior e presença).

Durante o exercício de pensar “o que fez o dia valer a pena”. “O quanto vivemos o que queremos?”, Gonzaga traz à tona em seu workshop questionamentos e reflexões sobre o que fazemos e quem mantemos em nossa vida, o quanto são fatores positivos, neutros ou tóxicos, e como isso tudo mexe com a energia própria e a influência da energia alheia para si mesmo, a aceitação da realidade em que se vive e o próprio reconhecimento.

“A melhor parte de nós, temos uma vida de corpo presente. Estamos com a família, mas estamos com a cabeça no trabalho. A única coisa que existe é o aqui e o agora”, afirma o CEO.

Em contraponto de empresas que não falam sobre espiritualidade, foi desenvolvida por Yoni a “Liderança Inspiradora”, com pilares similares aos da inteligência espiritual, com nomes mais bem aceitos pela visão mercadológica. A necessidade de se ver sem ego e sim com eco, não como órgão, mas sim como organismo. “Até que ponto estamos prontos para falar com o joker, a sombra que há em nós?”, o questionamento do palestrante vem a partir da necessidade de encararmos nosso lado obscuro para nos tornarmos um líder consciente.

Em meio a tantas questões, Gonzaga traz suas últimas perguntas e deixa as respostas abertas ao público: “Nós vivemos ou somos vividos? Nós pensamos ou somos pensados? Quem sou eu? Às vezes nossa vida parece um filme, às vezes um drama, às vezes ação, às vezes suspense, às vezes comédia. Nós somos os atores ou atrizes principais dos filmes que estão passando constantemente em nossas cabeças. Deixa de viver esse filme e senta na cadeira do cinema, tomando a posição de observador. As emoções estão sendo vividas por nós, mas só observamos, sentimos, mas optamos por não fazer nada, se eu não pegar essa emoção ela não ficará comigo, é observar os pensamentos que penso”, finaliza.

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