Expo Favela Minas deve receber 6 mil pessoas

Uma programação repleta de palestras, workshops, exposições, rodadas de negócios, pitches de startups, mentorias, debates, cursos, shows, filmes, desfiles e muitas outras iniciativas criadas por moradores das favelas de todo o País é a proposta da Expo Favela Innovation Minas Gerais.

O evento, marcado para os dias 15 e 16 de setembro, na sede do Sebrae Minas, na região Oeste, visa dar visibilidade a estas iniciativas e, assim, promover um palco para encontros com investidores que possam acelerar estes empreendimentos e gerar negócios.

De acordo com a diretora da Expo Favela Minas, Marciele Delduque, a expectativa é a de que a primeira edição em Minas conte com 150 expositores e startups, e receba um público de 3 mil pessoas por dia.

“A Expo Favela nasce em São Paulo de forma muito robusta e quando chega em Minas, temos que manter esse movimento. Temos um propósito muito genuíno de impactar os empreendedores da favela e conectá-los com empreendedores e marcas do asfalto. O nosso papel é fortalecer, criando um ambiente muito acolhedor e, sobretudo, muito potente em negócios”, explica Marciele Delduque.

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A primeira edição da Expo Favela foi realizada em 2022, em São Paulo, pela Favela Holding. O conjunto de mais de 20 empresas tem como objetivo central o desenvolvimento de favelas e de seus moradores, sobretudo, fomentando o empreendedorismo nestes territórios. Hoje a holding já emprega mais de mil colaboradores.

As empresas do grupo vão desde o comércio de passagens aéreas e pacotes de viagens para moradores de favelas até empresas de logística de entregas de produtos de beleza em comunidades, feitas por egressos do sistema prisional, passando pela maior agência de live marketing em favelas do País.

Idealizador do projeto e fundador da Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athayde é um dos mais respeitados empreendedores sociais do mundo. Depois da primeira experiência em São Paulo, no ano passado, a Expo Favela deve alcançar 20 estados este ano.

“As oportunidades que os nossos pares têm de ascender socialmente em escala são tão poucas que isso faz com que, apesar de sonhar, a gente acredite muito pouco. Quando oferecem oportunidades para esse estrato social, a gente não desiste facilmente e aproveita muito mais. Quando começamos a pensar nessa feira, o objetivo era muito simples. Uma vez que a favela consome e, portanto, produz, por que não podemos fazer gestão daquilo que produzimos? Como a gente interage com as marcas e as empresas do asfalto? Então começamos a refletir e a Expo é um desdobramento dessas reflexões e atitudes”, relembra Athayde.

Minas Gerais conta com quase dois milhões de empreendedores e cerca de 1.250 de startups que movimentam mais de R$ 84 bilhões anualmente. Parte desses números está concentrada nas favelas e periferias do Estado. Só na Capital e sua região metropolitana são mais de 732 favelas, aglomerados e quilombos.

“Essa é uma ação social, sim, mas com viés econômico. Com o empreendedorismo forte, temos empregabilidade em escala, gerando renda e uma forma de diminuir a desigualdade. A minha expectativa quanto à edição Minas Gerais é a maior possível. Minas é um estado rico, pulsante, mas também desigual. Acredito que essa desigualdade só vai diminuir a partir do momento em que a base da pirâmide suba o sarrafo quanto ao que o poder público pode e deve oferecer e em relação à democratização das oportunidades que os empresários precisam ofertar”, avalia o fundador da Favela Holding.

Segundo o subsecretário de Inclusão Produtiva, Trabalho, Emprego e Renda do Estado de Minas Gerais, Arthur Hélio Albergaria Campos, o governo do Estado está aberto para construir parcerias para potencializar empreendedores populares.

“O nosso sentimento é de nos colocar à disposição. Sabemos que a capacitação tem que ser feita dentro das comunidades. É lá que as pessoas estão, se sentem bem e fazem os negócios acontecer. É de muito interesse nosso potencializar esses empreendedores que vão resolver muitos problemas do nosso País. A palavra que deixo aqui é: oportunidade!”, afirma Campos.

A programação da Expo Favela Minas Gerais é gratuita, mas os ingressos precisam ser retirados pela plataforma Sympla a partir de 15 de agosto.

Anfitrião da iniciativa, o diretor de Operações do Sebrae Minas, Marden Márcio Magalhães, destaca a importância do evento como uma oportunidade de capacitação e geração de negócios para os empreendedores das favelas e comunidades.

“O Sebrae se sente extremamente orgulhoso de receber a Expo Favela em Minas Gerais. Trazer a favela e o asfalto para essa interação, gerando oportunidades de negócios, é muito importante. O Sebrae, porém, vai além disso. Já desenvolvemos nas comunidades trabalhos de capacitação e orientação e agora estamos lançando o nosso trabalho com unidades empreendedoras. O grande objetivo é marcar a presença física do Sebrae com agentes das comunidades atendendo aos empreendedores das comunidades, com toda a metodologia e conhecimento do Sebrae para gerar gestão, inovação e oportunidades para os empreendedores que estão nas comunidades e favelas”, anuncia Magalhães.