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Falta de dinheiro no fim do mês deixa funcionários irritados e improdutivos, mostra pesquisa

Empresas se preocupam com educação financeira para melhorar produtividade dos funcionários
Falta de dinheiro no fim do mês deixa funcionários irritados e improdutivos, mostra pesquisa
Foto: Reprodução Freepik

A falta de dinheiro no fim do mês é uma realidade para 80% dos trabalhadores brasileiros. É o que revela a pesquisa das fintechs Zetra e SalaryFits, em parceria com a On The Go. O levantamento também aponta que se os funcionários estão passando por dificuldades financeiras, as empresas também deixam de produzir e lucrar de maneira mais eficaz.

O estudo foi realizado junto a pessoas que têm carteira assinada na iniciativa privada, funcionários públicos e pessoas jurídicas de todo o Brasil, com 22 anos ou mais, das classes A, B e C. O objetivo foi analisar os impactos da falta de dinheiro e, diante disso, o comportamentos no ambiente de trabalho e em casa.

Como esperado, em situações em que não há sensação de segurança, mais da metade (58%) dos entrevistados relataram estresse como sentimento comum. Impactando ainda mais a saúde física e mental, a irritabilidade e a falta de atenção também afetam 44% dos trabalhadores. 

Além disso, a queda na produtividade também faz parte da realidade de 34% das pessoas no mercado de trabalho que precisam apertar os gastos para fechar a conta no fim do mês.

Por dentro do problema

Os empresários estão conscientes que chegar no fim do mês sem dinheiro para pagar o básico afetará, cedo ou tarde, o trabalho dos funcionários.

“Para auxiliar nessas questões, 87% dos trabalhadores consideram que os RHs podem ajudá-los em assuntos econômicos. De acordo com a pesquisa, a maioria acredita em programas de educação financeira. Na sequência, há o interesse em crédito com juros mais baixos (28%), e acompanhamento psicológico (6%)”, explica o CEO da SalaryFits, Délber Lage.

O adiantamento de salário ainda é pouco utilizado como opção pelos colaboradores, e somente 19% recorreram a esse recurso nos últimos dois anos. Muitos acreditam que essa ainda é uma ideia desconfortável (29%) ou se sentem constrangidos (13%). No entanto, se fosse oferecido de forma digital e anônima, 97% contariam com essa estratégia para evitar o endividamento.

Neste cenário, 63% dos trabalhadores entrevistados quando estão sem recursos para comprar ou pagar o básico, recorrem ao cartão de crédito ou freelas (24%). O cheque especial também é utilizado por 16% dos colaboradores, mas a consequência é enfrentar a taxa média de juros de 7,96% ao mês.

Dentre as classes mais impactadas com a realidade de gastar mais do que têm, está a classe A, com 55% dos trabalhadores que pertencem a famílias cuja renda está acima de 20 salários mínimos, o equivalente a R$ 26.040.

Para o economista Flávio Náufel do Amaral, presidente comercial da Zetra, as empresas estão oferecendo educação financeira em suas dependências porque estão percebendo que para aliviar a situação, a solução não está em aumentar o salário, mas em ensinar a pessoa a gerenciar bem o que ela recebe. 

“Na prática, as pessoas alfabetizadas economicamente, ao receberem noções que vão desde o nível fundamental ao avançado sobre o dinheiro, saberão onde utilizá-lo. Elas ficam por dentro do que é gasto, investimento e item supérfluo”, diz.

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