Fapemig: R$ 400 milhões de investimentos em 2023

Investir em pesquisa e inovação impulsiona o progresso, traz soluções para enfrentar os desafios do futuro e contribui para um mundo melhor e mais sustentável. As pesquisas trazem avanços tecnológicos, competitividade, solução de problemas, crescimento econômico e melhora na qualidade de vida.
Fiel a essas premissas, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) beneficiou, em 2023, bolsistas, universidades e empresas de todo o Estado. Foram quase R$ 400 milhões investidos em importantes projetos de pesquisa e inovação. Além disso, o ano teve mudanças em processos que trouxeram mais facilidades para os usuários da Fundação e até premiação em dinheiro.
Para o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, Marcelo Gomes Speziali, a Fundação cumpre papel importante na sociedade e vai continuar nessa missão em 2024. Ele reforça que mesmo com a troca de gestor, se referindo ao novo presidente empossado em novembro, a Fundação continua sendo de amparo à pesquisa e vai continuar apoiando todos os tipos de projeto das áreas científicas, tecnológicas e de inovação. “Abrangemos todas as áreas do conhecimento, desde a mais fundamental até a mais aplicada. E procuramos fazer com que os projetos possam ser convertidos em melhorias da qualidade de vida da população”, comenta.
Primeiro semestre teve fomento às mulheres pesquisadoras
É pensando no futuro que o gestor relembrou as conquistas e feitos mais relevantes do ano de 2023. Em janeiro, por exemplo, as mães pesquisadoras ganharam mais tempo no período de avaliação da produção científica. Dentro dos critérios da Fundação, as mães que registraram licença-maternidade na Plataforma Lattes nos últimos cinco anos, foram avaliadas em um tempo maior, respeitando o momento de vida.
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Ainda com foco nas mulheres, em abril, foi lançado o Ciência por Elas, direcionado exclusivamente para mulheres pesquisadoras, com o objetivo de estimular a diversidade e a equidade de gênero. Foram R$ 15 milhões destinados ao fomento e à participação feminina na ciência, inovação e colaboração internacional.
Na visão do diretor, apesar de as mulheres terem pouco a pouco maior protagonismo no mundo científico que, normalmente, era dominado pelos homens, ainda há percalços. “Não há ainda uma equidade na coordenação dos grandes projetos. Grandes instituições e grandes projetos de pesquisas ainda são coordenados basicamente só por homens. A ideia de ter uma chamada focando nelas é inseri-las de forma igualitária, na tentativa de introduzi-las em grandes trabalhos e dar a elas uma maior projeção internacional”, disse.
Reajuste das bolsas provocou reação nacional
Outro feito da Fapemig de repercussão nacional foi o reajuste do valor das bolsas de doutorado, mestrado, iniciação científica e pós-doutorado. Com aumentos de mais de 10% em algumas faixas de graduação, a iniciativa levou outros institutos, como Capes e CNPq, a equiparem os valores praticados e as bolsas passaram a variar de R$ 300 a R$ 5,2 mil.
A desburocratização foi outro fator relevante no ano da Fundação. Em março, o credenciamento das instituições ao Programa de Capacitação de Recursos Humanos ficou mais célere, com o cadastro podendo ser feito a qualquer tempo, independentemente de chamada específica. Nesse mesmo mês, também foi autorizada a suspensão de bolsa para tratamento de saúde.
Já em abril, a Fapemig passou a adotar a nova Política de Indução e Fomento à Proteção da Propriedade Intelectual, de Transferência de Tecnologia e de Inovação, também promovendo a desburocratização e o estímulo à proteção intelectual, sem a necessária cotitularidade da agência de fomento.
Educação e jovens cientistas foram alvo de investimentos em 2023
No mês de maio, a instituição retomou o nível VII da Bolsa de Desenvolvimento em Ciência, Tecnologia e Inovação, incentivando a inserção de alunos do ensino médio em projetos de pesquisa. “A gente quer que os alunos possam ter os primeiros contatos com o mundo da ciência e despertar neles a curiosidade ou a vocação para o mundo acadêmico que precisamos aumentar e muito no Brasil”, reflete.
Ainda no setor da educação, a educação básica ganhou atenção em setembro quando a Fundação, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, investiu R$ 6 milhões em projetos de pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação que permitiam criar estratégias visando à solução de problemas no setor e à melhoria da qualidade do ensino nas escolas públicas da rede estadual de ensino de Minas Gerais.
Em junho, a Fapemig contemplou 150 bolsistas de pós-doutorado ao aportar mais de R$ 26 milhões nos projetos aprovados como prioridade 2, ou seja, os que estavam em uma espécie de “lista de espera”, aprovados, mas aguardando investimentos.
Economia verde ganhou destaque no segundo semestre
Acompanhando as tendências do mercado e a preocupação com o meio ambiente, o mês de julho ficou marcado pela Chamada 6/23 – Economia Verde, que busca promover o conhecimento científico, tecnológico e inovador para resolver problemas e gerar soluções sustentáveis para os biomas e bacias hidrográficas de Minas Gerais, em especial a Bacia Hidrográfica do Rio Doce. “Os projetos das áreas afetadas pelo rompimento da barragem têm tratamento especial e prioridade, mas o edital permitiu a concorrência de todos desta área”, explica o diretor da Fapemig.
No segundo semestre, a Fundação investiu já no mês de julho R$ 60 milhões em projetos estruturantes, de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, desenvolvidos em rede, por diferentes Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação no Estado de Minas Gerais, que tivessem como um dos objetivos o fortalecimento da competitividade do Estado.
Em agosto, foi criada a Câmara Permanente de Avaliação de Projetos de Inovação (CIN), que permitiu mais agilidade e um olhar diferenciado na avaliação de projetos inovadores.
Em setembro, a Fapemig sediou um encontro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que reuniu pessoas de diversos segmentos para aprimorar a pós-graduação no País, visando a construção de uma agenda nacional entre 2024-2028.

Reconhecimento do mundo científico
Em outubro, a Fapemig abriu as portas para a sociedade e reuniu 1,5 mil pessoas em um evento em que foram apresentadas pesquisas e projetos financiados com recursos da Fundação, além de diversas oficinas e atividades interativas de divulgação científica.
Foi nesse mês também que uma pesquisa apoiada pela Fundação foi premiada como iniciativa destaque da segunda edição do Prêmio Euro Inovação na Saúde com a pesquisa da vacina Calixcoca, uma solução terapêutica contra a dependência de cocaína e crack. O feito trouxe para a UFMG a premiação de € 500 mil (em moeda nacional, o equivalente a cerca de R$ 2,6 milhões), oferecidos pela multinacional farmacêutica Eurofarma.
Novo presidente é empossado
O mês de novembro iniciou com a chegada do novo presidente, o professor Carlos Alberto Arruda de Oliveira, e com a chamada 13/23 – Participação coletiva em eventos de caráter técnico-científico no País. Após cinco anos suspensa, a Fapemig retomou essa modalidade de apoio, que é voltada aos pesquisadores das Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) localizadas em Minas Gerais e cadastradas junto à instituição.
Outra retomada importante foi a da Bolsa de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico para o Pesquisador Público Estadual (BIPDT). Interrompida por cinco anos, a iniciativa incentiva pesquisadores públicos estaduais detentores de títulos de mestre e/ou de doutor, com vínculo funcional/empregatício na administração pública direta e/ou indireta do Estado de Minas Gerais, a desenvolver projetos de pesquisa científica e/ou tecnológica financiados por agências oficiais de fomento
Para encerrar os destaques do ano, o diretor ressaltou o lançamento, agora, em dezembro da chamada 20/23 – Pesquisador na empresa. Uma forma, de acordo com ele, de colaborar com a empregabilidade dos bolsistas de pós-graduação, bem como com o aumento e a profissionalização das atividades de inovação nas empresas mineiras. “Para esse projeto foram R$ 25 milhões”, revela Speziali.
Em suma, o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig avalia o ano como muito produtivo e consolidador de um ambiente propício às pesquisas. “Apoiamos um número recorde de projetos avaliados e aprovados pela Fundação, bem como a indução e a estruturação de redes de colaboração entre pesquisadores mineiros e de outros estados e países”, diz. Para ele, isso só foi possível por meio da reavaliação de vários processos internos de gestão.
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