Negócios

FDC capacita empresários para fazer negócios com a Índia

Em parceria com a CCIB, formação acontecerá entre os dias 5 e 9 de agosto
FDC capacita empresários para fazer negócios com a Índia
Curso “Líderes de Negócios”, que será realizado no Campus da FDC em Nova Lima (RMBH), tem carga horária de 40 horas | Crédito: Reprodução / Linkedin

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), organismo da ONU responsável por questões populacionais, a Índia possui a maior população do mundo, com 1,428 bilhão de habitantes. Em abril de 2023, o país superou a China, que detinha o posto de nação mais populosa até então. Isso faz do país do sul da Ásia um mercado de interesse para qualquer empresa ou país. Mas muito mais do que um mercado emergente, a Índia oferece oportunidades de negócios e cooperação em áreas estratégicas e já é dona de uma grande área de influência em todo o Sul Global.

Tudo isso, porém, não abre portas instantaneamente. Conhecer traços importantes dessa cultura milenar, entender a ética de negócios do país e identificar as oportunidades mais promissoras são capacidades que empresários de todo o mundo estão se esforçando para desenvolver.

Diante desse desafio e animados pela já consolidada e crescente relação amistosa entre Índia e Brasil, a Câmara de Comércio Índia-Brasil (CCIB) e a Fundação Dom Cabral (FDC) desenvolveram o curso “Líderes de Negócios: Explorando Oportunidades na Índia”.

O curso, que será realizado entre os dias 5 e 9 de agosto, no Campus da FDC em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), tem carga horária de 40 horas.

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De acordo com o professor convidado da FDC e um dos idealizadores do curso, Marcos Mandacaru, ao longo da sua carreira apoiando a internacionalização de empresas brasileiras ele viu o quanto é difícil acessar determinados mercados por falta de compreensão sobre a cultura e identificação das melhores oportunidades segundo o perfil do país desejado e as necessidades brasileiras.

Mandacaru FDC
Mandacaru: Índia vai ser o primeiro país tema desse curso | Crédito: Reprodução / Linkedin

“O nível de inserção internacional das nossas empresas não é condizente com o tamanho da nossa economia. Temos uma participação modesta no comércio internacional. Com a abertura do mercado e crescimento de empresas estrangeiras no País, as empresas brasileiras precisam sair para brigar por outros mercados. Nesse contexto aparece a Índia, uma grande oportunidade para o Brasil. Nossa companheira no Brics, a Índia é um país democrático e tem a maior população do mundo. Entender cultura, economia, o jeito de fazer negócios, as oportunidades, requer conhecimento de quem já viveu lá e entende a lógica internacional. A Índia vai ser o primeiro país tema desse curso”, explica Mandacaru.

Leonardo Ananda FDC
Leonardo Ananda: relações entre Brasil e Índia são históricas | Crédito: Reprodução / Linkedin

Segundo o CEO da CCIB, Leonardo Ananda, as relações entre Brasil e Índia são históricas e podem se tornar ainda mais importantes com uma visão estratégica parecida no campo das relações internacionais.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as trocas comerciais entre Brasil e Índia ganharam notoriedade nos números, onde menos de US$ 500 milhões em 2000 aumentou para cerca de U$ 7,7 bilhões em 2010 de participação indiana no comércio exterior brasileiro.

“Existem muitos investimentos indianos no Brasil, mas ainda muito aquém do potencial. Ao longo dos últimos 20 anos, identificamos que o maior obstáculo é o desconhecimento mútuo. As trocas comerciais em 2022 atingiram a marca de R$ 14 bilhões. Em 2023, caíram para R$ 11 bilhões. Entre Brasil e China, por exemplo, supera os R$ 100 bilhões. Por isso procuramos a FDC para criar o curso. A Índia é o maior mercado consumidor do mundo, além disso, é a quinta economia e a que mais cresce, 7% ao ano. E quem chega primeiro bebe água limpa. É o momento de aproveitar as oportunidades. Em menos de cinco anos, o país será a terceira economia do mundo”, pontua Ananda.

Relações com a Índia vão além dos negócios

Além de participarem do Brics, Índia e Brasil têm se destacado no campo da diplomacia internacional, atuando em frentes relacionadas à diminuição da desigualdade entre os países, evolução da cultura de paz, descentralização econômica e autodeterminação e autonomia dos países do Sul Global.

Atual presidente do G20, o Brasil herdou a função da Índia e faz, em linhas gerais, uma gestão de continuidade. Ambos, países em desenvolvimento, têm grande necessidade de investimentos em infraestrutura e têm se destacado na criação de tecnologias verdes.

“Existe uma sinergia entre as duas nações. A classe média indiana está crescendo muito. Eles vão dobrar a capacidade de compra em 10 anos. Quando um país enriquece, a primeira coisa que é diversificada é a alimentação. O Brasil é referência em produção de alimentos. Essa é uma grande oportunidade. Dando um exemplo: até 2017 o Brasil não podia exportar maçã para a Índia por barreiras fitossanitárias. Depois da queda da barreira, o país passou a ser o maior consumidor da maçã brasileira em poucos meses”, destaca.

Para a diretora de Estratégia Internacional da FDC, Viviane Barreto, entender os aspectos culturais, políticos, econômicos, entre outros, é o primeiro passo para as empresas brasileiras estabelecerem negócios e cooperação com a Índia.

“Assim como o Brasil, a Índia é um país de realidades antagônicas, por um lado, tecnologia de ponta, como a Infosys, indústria farmacêutica e, por outro, pobreza extrema, necessidade de aumento de produtividade na produção de alimentos. Conhecimento e preparo são fundamentais para enxergar e capturar oportunidades e fortalecer as relações comerciais entre os dois países. A área internacional da FDC visa contribuir para que a Fundação seja uma escola de negócios de padrão internacional, referência no desenvolvimento de mindset global e em temas que despertam o interesse internacional. Preparar executivos para ampliar negócios com outros países é uma forma de contribuir para o desenvolvimento do indivíduo, das organizações e do Brasil”, afirma Viviane Barreto.

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