Negócios

Feira de Malhas de Tricô Sul de Minas acontece de 5 a 14 de julho

Cerca de 90 expositores das cidades de Jacutinga, Monte Sião, Andradas e Ouro Fino, consideradas o berço do tricô brasileiro, são esperados no evento
Feira de Malhas de Tricô Sul de Minas acontece de 5 a 14 de julho
Prédio do Minascentro | Crédito: Leandro Mperez

A Feira de Malhas de Tricô Sul de Minas volta a Belo Horizonte para apresentar inúmeras opções em tricô, lã e couro, além de acessórios, sapatos e roupas íntimas, fabricados por confecções de Jacutinga, Monte Sião, Andradas e Ouro Fino. Cerca de 90 expositores dessas cidades, que são consideradas o berço do tricô brasileiro, estarão no Minascentro (rua Guajajaras, 1.022, Centro), entre os dias 5 e 14 de julho, com as principais novidades do inverno 2024. O ingresso pode ser retirado gratuitamente no site do evento.

A expectativa é que passem pela 65ª edição em torno de 60 mil visitantes em busca de uma moda atemporal, marcada pela qualidade e preço justo. “Nossa principal atração são as malhas em tricô, versáteis e duráveis, feitas de forma cuidadosa por pequenas, médias e grandes confecções que acompanham a evolução da indústria têxtil. Utilizam tecnologia de ponta, maquinários modernos e importados para garantir uma cadeia produtiva ética e sustentável, que prima por práticas justas e responsáveis desde as relações de trabalho aos processos para reduzir o impacto ambiental”, destaca a produtora de moda e coordenadora da feira, Dayhana Nicoleti.

Segundo a coordenadora do evento, muitas dessas fábricas, que são de origem familiar, fazem reciclagem têxtil, na qual os resíduos dos cortes das peças passam por um processo de desfibramento e são transformados em novos fios, além de adotarem outras medidas sustentáveis. “A maioria das malharias de Jacutinga e Monte Sião têm a certificação Abvtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), que chancela o compromisso de empresas com melhores práticas de compliance entre fornecedores e subcontratados e ambientes sustentáveis, promoção dos direitos humanos, do trabalho digno, de responsabilidade socioambiental e desenvolvimento da cadeia produtiva”, afirma.

A exemplo disso, a Belle Tricô assumiu condutas ambientalmente responsáveis ao longo de 20 anos de trajetória. “Implantamos uma usina de energia solar; utilizamos máquinas cujas peças já saem cavadas, com golas, o que reduz o desperdício de fios e, consequentemente, gera menos resíduos. Ainda que mínimos, os resíduos de malhas gerados são transformados em estopas para postos de gasolina e oficinas mecânicas, e mantas acústicas para capô de carro, fruto de uma parceria com uma fábrica local. Ao invés de combustível fóssil para gerar vapor nas mesas de passadoria, usamos uma caldeira a lenha com madeira de reflorestamento e sistema de filtragem de água, que impede a emissão de fuligem no meio ambiente. Fizemos uma campanha de conscientização com os nossos fornecedores de lanifícios e clientes lojistas para eliminar o uso de sacos plásticos e caixas de papelão no envio de matérias-primas e encomendas”, enumera o proprietário da Belle Tricô, Rogério Guadagnini.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Sistema solar fotovoltaico

Quem também implementou iniciativas ambientais foi a malharia Alvorada, que instalou sistema solar fotovoltaico e plantou árvores de eucalipto em seu parque fabril para produzir sua própria lenha na geração de vapor para as mesas de passadoria, reduzindo a exploração de florestas nativas. “Há 50 anos fazemos tricô e acreditamos na força dos fios e suas tramas, aliada à tecnologia, para fazer uma moda sustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico”, declara o proprietário da Alvorada, Gledison Pioli.

Outro ponto importante, como lembra Dayhana Nicoleti, é que a produção de malhas de tricô consagrou-se a principal atividade econômica do Sul de Minas Gerais, sendo vendida para grandes magazines, lojistas, turistas e ‘sacoleiras’ de várias regiões do País: em torno de 70% da população de Jacutinga e Monte Sião trabalha direta e indiretamente nas confecções. “Durante o evento, a Feira de Malhas fomenta receita e geração de empregos, são quase 400 trabalhos temporários, entre atendentes, recepcionistas, profissionais de limpeza e saúde, segurança, montadores e eletricistas”, ilustra.

Tendências

De acordo com Dayhana Nicoleti, a principal tendência de moda global que estará presente na Feira de Malhas é o metalizado nos tricôs com acabamento foil. “O foil têxtil é uma película bem fina metalizada aplicada a vapor na superfície do tricô pronto, dando um efeito de brilho e sofisticado”, adianta.

Os visitantes poderão conferir ainda uma variedade de peças ousadas e elegantes, modelagens oversized, estampas, conjuntinhos e propostas minimalistas e confortáveis.

“Na paleta de cores, verde esmeralda, azul petróleo, bordô, tons terrosos, como o marrom chocolate e terracota, proporcionam uma sensação de calor e conforto, trazem uma estética vintage, reforçando a tendência de reutilização e preocupação com o meio ambiente. Em contraste, tons vibrantes e saturados, como o vermelho fogo e o amarelo mostarda, imprimem vivacidade e energia aos looks”, explica.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas