Ambientes de trabalho felizes geram até 8 vezes mais receita
Gente feliz trabalha mais e melhor. A máxima já decantada há décadas pelos estudiosos dos recursos humanos também já ganhou o respaldo da ciência em diversas pesquisas. Em uma delas, a Great Place to Work (GPTW) revela que organizações reconhecidas pela excelência das experiências em seu ambiente de trabalho apresentam receita por colaborador até 8,5 vezes superior à média do mercado.
O estudo mostra que ambientes de confiança, respeito e colaboração não apenas elevam a satisfação, mas também impactam diretamente a produtividade. O levantamento também alerta para o custo da improdutividade: uma hora perdida pode representar até US$15 mil por ano por funcionário, considerando salários, benefícios e oportunidades de negócios desperdiçadas.
Entre as práticas mais eficazes destacam-se:
- Reconhecimento consistente: valorizar o esforço aumenta engajamento e motivação.
- Oportunidades de crescimento: investir em desenvolvimento profissional fortalece a lealdade.
- Comunicação transparente: diálogo aberto cria confiança e alinhamento.
- Autonomia no trabalho: permitir decisões aumenta responsabilidade e satisfação.
- Ambiente positivo: espaços saudáveis favorecem o bem-estar.
- Feedback construtivo: devolutivas regulares impulsionam o aprimoramento contínuo.
Para o CHRO da Portão 3 (P3), Marcello Amaro, a pandemia mudou o entendimento sobre as relações de trabalho, mas grande parte das empresas se mantém apegada aos velhos costumes e, por isso, tem cada vez mais dificuldades em atrair mão de obra e manter os atuais times engajados. Experiências genéricas e repetidas já não satisfazem os colaboradores.
A Portão 3 é uma plataforma inteligente de Gestão de Despesas Corporativas que promete controle total sobre despesas, autonomia para equipes e eficiência na gestão financeira.
“Sinceramente, a gente achava que sabia fazer uma experiência positiva antes da pandemia. Muitas empresas entendiam que fornecer um bom kit de boas-vindas, uma mochila, uma squeeze, uma garrafa legal, uma caneta bonita fazia com que a experiência fosse positiva para o colaborador. Aí veio a pandemia e jogou tudo isso por água abaixo. Eu passei a enxergar uma experiência positiva individualizando as pessoas. O que faz sentido para cada um. Eu fiz uma ação que foi genérica para um reconhecimento de uma meta que todo mundo bateu, é uma experiência positiva. Mas em contrapartida, eu preciso fazer ações que são individualizadas, que são voltadas para nichos específicos. E não éramos acostumados a fazer antes”, afirma Amaro.

O trabalho remoto é uma das experiências que mais agradam os colaboradores. O modelo, que ganhou espaço nos anos da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022, e chegou a ser apontado como o “modelo de trabalho do futuro”, é cada vez menos admitido pelas empresas, independentemente do porte ou setor no qual elas atuam. O descompasso entre o desejo dos trabalhadores e das empresas tem gerado conflitos e piorado a crise de mão de obra global.
Uma nova pesquisa do Insper, por meio de seu Centro de Estudos em Negócios, com apoio da Robert Half, mostra que reduções na disponibilidade de teletrabalho prejudicam a retenção de talentos em empresas. Dos colaboradores que hoje trabalham todos os dias remotamente, 77% indicam que sairiam da atual companhia caso haja uma redução, mesmo que parcial, na disponibilidade deste arranjo de trabalho. Entre aqueles que atualmente trabalham remotamente apenas um dia por semana, o cenário de perda também levaria a um aumento da intenção de saída da organização.
“Existem, claro, atividades que precisam voltar, mas outras, principalmente no campo da tecnologia, realmente podem ser feitas de qualquer lugar do mundo. Eu, infelizmente, preciso culpar a liderança em tudo isso, porque se nós, de fato, em algum momento, paramos de reconhecer essa produtividade. O trabalho híbrido funciona muito bem, dados estatísticos mostram isso. As empresas estão voltando ao presencial total porque a liderança não segurou o rojão das pessoas em casa. Para mim, a falha está no mensageiro, no interlocutor entre o que a equipe está fazendo e a produtividade que a empresa percebe. Tudo está ligado à questão do comando e controle. Fomos educados nesse esquema e o comando está funcionando, porque as pessoas estão entregando o trabalho, mas o controle é o problema. Precisamos rever o nosso conceito de produtividade”, destaca.
A pesquisa reforça a percepção de que em plena era dos dados, medir e valorizar a experiência do colaborador deixou de ser apenas uma prática de gestão para se tornar um diferencial competitivo decisivo inclusive para a atração e retenção de talentos.
Para o especialista, a diversidade, mais do que uma obrigação, é uma ferramenta para tornar as entregas mais eficientes junto ao consumidor e tornar a marca atrativa para novos profissionais, driblando a escassez de talentos com boas experiências.
“A diversidade obriga a empresa a ter um olhar mais amplo, inclusive para promover a retenção e reinserção dos colaboradores. Hoje o colaborador não aceita uma empresa que não se preocupa com ele e reclama, inclusive, nas redes sociais. As falsas promessas são muito perigosas. Assim como as empresas aprenderam a trabalhar a marca empregadora, os trabalhadores aprenderam a entender a marca empregadora das empresas. Não é mais uma questão geracional. Como contratante, às vezes, me sinto um vendedor, tenho que encantar o candidato”, completa o CHRO da Portão 3.
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