Festival muda de local para criar o 2º mirante de arte urbana de BH

O CURA – Circuito Urbano de Arte, festival que transformou o horizonte visto da rua Sapucaí, em Belo Horizonte, agora vai mudar de lugar. Depois de criar 10 murais gigantes nas empenas cegas dos edifícios do centro da capital, surge o CURA Lagoinha, que vai transformar a rua Diamantina em Mirante de Arte Urbana.
Na falta de empenas gigantes, o CURA Lagoinha vai pintar muros, fachadas e bares. Com artistas locais e de fora, o festival promove uma profunda pesquisa acerca do primeiro bairro da cidade, visando sua requalificação e trazendo a lembrança das origens da cidade.
O festival, que acontece a convite de Filipe Thales, do projeto Viva Lagoinha, e Daniel Queiroga, do Casas da Lagoinha, será realizado de 5 a 15 de setembro e tem patrocínio da Wals, que lança durante o evento uma nova cerveja: a Wals Copo Lagoinha.
As idealizadoras do CURA Janaina Macruz, Juliana Flores e Priscila Amoni contam que sempre foi ideia do projeto criar um circuito de arte pública, explorando novas possibilidades de horizontes e trabalhar esses territórios escolhidos. “É uma edição territorial”, afirmam as curadoras.
O line up de artistas contempla vários estilos. Zé d Nilson, pintor da Pedreira Prado Lopes, pinta a empena cega do ed. Novo Rio. Na outra face do mesmo prédio, quem pinta é a icônica artista Raquel Bolinho, que em 2019 celebra 10 anos de atuação nas ruas da cidade.
O edifício do SENAI Lagoinha terá a fachada pintada pelo artista abstrato argentino Elian Chali, um dos muralistas abstratos mais reconhecidos na cena de arte contemporânea urbana. Ao lado, o Órbi Conecta receberá a obra da grafiteira piauiense radicada em São Paulo, Luna Bastos.
O festival realiza ainda a intervenção de quatro murais na rua Diamantina com os artistas Saulo Pico, que realiza a obra com as crianças da escola Estadual Silviano Brandão, as grafiteiras Wanatta e Fênix e a Rupestre, crew de artistas da Lagoinha.
Além das intervenções no entorno do mirante, o festival vai realizar intervenção artística em dois bares: o Restaurante do Luiz Atleticano localizado na rua Itapecerica e famoso na região pela sua saborosa comida vai receber uma obra do artista mineiro Gabriel Dias. O Armazem 08, do chef Miller, que fica em frente aos Hortelões da Lagoinha, vai receber intervenção da pintora Nila.
A artista Priscila Amoni e uma das idealizadoras do Cura, também vai deixar uma obra no bairro. Nascida na antiga maternidade Ernerto Gazzoli, na rua Além Paraíba, Priscila passou muito tempo de sua infância no Edifício IAPI, onde moraram seus avós e sua bisavó. Com o falecimento recente do seu avô, Amoni resolveu pintar a fachada da casa que ele nasceu, uma casa alugada para a família de 10 irmãos, cujos pais vieram imigrados da Italia.
“A pintura é uma homenagem à passagem de meu avô, e será feita de forma voluntária (sem cachê), é o que eu chamo de pintura afetiva, o que faz sentido pra mim”, diz a artista.
A programação do mirante conta com várias atrações do território. Serão 11 dias de festa na rua Diamantina com djs, bar Wals, roda de samba de rua, shows, oficina, mesas de debate e feira de arte. No final de semana de encerramento terá a feira gastronômica somente com cozinheiros da Lagoinha convidados pelo chef Miller. Na ocasião Miller lança o selo Estômago da Lagoinha, dado para os melhores e mais tradicionais cozinheiros do território que é o berço da cultura da capital.
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