Fictor anuncia compra do Banco Master
A Fictor Holding Financeira divulgou nesta segunda-feira (17) ter comprado o Banco Master. Segundo a empresa, a aquisição foi em conjunto com um consórcio formado por investidores dos Emirados Árabes Unidos que somam mais de US$ 100 bilhões em ativos sob gestão.
Após a conclusão do negócio, a holding terá 100% das ações que estavam com Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master. Ele deixará o negócio.
A operação inclui um aporte imediato de R$ 3 bilhões. Esta quantia será destinada ao fortalecimento da estrutura de capital do banco. A transação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
O processo não contempla o Will Bank e o Banco Master de Investimentos. As duas instituições estão sendo negociadas com grupos de investidores distintos.
“A operação representa o passo de entrada da Fictor no mercado financeiro brasileiro. Seguimos alinhados às melhores práticas de governança, com foco na distribuição de produtos sólidos e desenhados para responder com precisão às demandas do mercado nacional. Mantemos o que sempre guiou nossa trajetória: investir na economia real”, diz Rafael Góis, sócio da Fictor Holding Financeira, em nota.
Em setembro, o Banco Central rejeitou uma tentativa do BRB (Banco de Brasília) de adquirir o Master, num acordo que previa a compra de R$ 23 bilhões em ativos do banco de Vorcaro. A autoridade monetária apontou risco de sucessão ao vetar a operação, já que o BRB teria que assumir todas ou grande parte das operações não conhecidas do Master.
Antes da tentativa de aquisição, o BRB vinha comprando carteiras de crédito da instituição privada. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, disse ao jornal O Globo que as operações totalizaram R$ 8 bilhões em 2024.
Após a decisão do BC, o BRB passou a avaliar a compra de ativos menores do Master. No fim de outubro, o banco estatal contratou advogados para avliar riscos com a troca de ativos na operação, afirmando que o Master deixou pendências em operações financeiras.
Em seu site, a Fictor se descreve como um grupo de participações fundado há 18 anos que possui negócios nas áreas de alimentos, gestão de recursos, pagamentos, energia e imóveis. O grupo também diz que tem cerca de 30 empreendimentos que somam mais de US$ 1 bilhão.
A empresa, que teve seu início na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, ganhou notoriedade neste ano por patrocinar o Palmeiras.
A FictorPay, uma empresa de pagamentos do grupo, sofreu um furto de R$ 24 milhões no mês passado, a partir de um ataque cibernético. A empresa usa tecnologia da Diletta, startup que teve o sistema invadido.
A Fictor Alimentos, uma das empresas do conglomerado, tem ações negociadas na Bolsa brasileira. No ano passado, a empresa comprou a Atom Participações, liderada pela influenciadora de educação financeira Carol Paiffer, também jurada do programa Shark Tank Brasil.
O negócio, feito em parceria com a Conquest, facilitou a entrada da Fictor na B3. A operação é conhecida como “IPO Reverso”, na qual, em vez de uma empresa passar pelo processo de oferta pública de ações, usa a “casca” de uma companhia listada para operar na Bolsa.
Depois da compra, a Atom foi renomeada para Fictor Alimentos, braço da holding no agronegócio.
Conteúdo distribuído por Folhapress
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