Fintech foca em soluções para pequenas e médias empresas

Criada logo no início da pandemia, em 2020, a Cora – fintech voltada para clientes pessoa jurídica (PJs) – especialmente as pequenas e médias empresas (PMEs) -, chega a um milhão de clientes em 2024.
De acordo com o sócio-fundador da Cora, Igor Senra, a missão da empresa é transformar o ecossistema bancário em um lugar facilitado que sirva também de apoio para pequenos e médios empreendedores.
“Nossa missão é apoiar pequenos negócios, simplificando a gestão financeira das PMEs, eliminando a burocracia e oferecendo produtos e serviços que os permitam prosperar. Como uma fintech preenchemos uma lacuna deixada por instituições financeiras, que não veem nas pequenas empresas uma prioridade”, explica Senra.
As PMEs representam 99% das empresas existentes no Brasil e são responsáveis por 30% do PIB do País, de acordo com levantamento do Sebrae.
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A opção por esse público veio da própria história do empreendedor e seu sócio, Leonardo Mendes. Juntos, em 2006, eles criaram a Moip, uma das primeiras fintechs do Brasil, posteriormente vendida para o Wirecard (PagSeguro). Na época, os dois empreendedores foram trabalhar no grupo, de onde saíram em 2018.
“Quando começamos, queríamos copiar o Paypal. Mas aí percebemos que os pequenos negócios eram os nossos clientes e descobrimos que não estávamos copiando, mas que estávamos lá pra fazer o pequeno dar certo. Quando saímos do PagSeguro, ficou óbvio que tínhamos que continuar com aquele público. Esse cliente está cansado de ser extorquido por coisas que ele não entende. Então, criamos uma conta digital sem taxas. O pequeno empreendedor faz de tudo e nós precisamos aliviar a vida dele. Todo empreendedor adora vender e odeia cobrar, por exemplo, então, resolvemos isso pra ele. Temos um processo de comunicação que vai até o cliente do nosso cliente”, exemplifica.
Hoje, o banco digital para PJs possui cerca de um milhão de clientes em todo o Brasil e aumentou em 240% a concessão de créditos para empreendedores.
Para o gestor da fintech, ferramentas e soluções que ajudem a pequena empresa a melhorar os controles e a gestão podem ser mais úteis do que o próprio crédito para o dia a dia do negócio e garantir a sua perenidade.
“O crédito não conserta um negócio ruim. Nosso trabalho é tentar mostrar um caminho para quem ainda não está pronto para o crédito. Isso faz parte do nosso papel social. Além disso, entendemos que precisávamos oferecer outras coisas como perfil de acesso; integração via API para automatização de processo; customização de boletos; cartão de crédito e débito”, afirma o empresário.
Fintech se inspira em ODS para atender pequenas empresas
A inspiração para a Cora veio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclui metas relacionadas a iniciativas vistas como alavancas para o avanço social e econômico. Tanto que o propósito da companhia está alinhado diretamente a metas de dois desses objetivos:
● ODS 8 – “Trabalho Decente e Crescimento Econômico”:
8.10 – Fortalecer a capacidade de instituições financeiras domésticas para encorajar e expandir o acesso a serviços bancários, de seguros e financeiros para todos.
● ODS 9 – “Indústria, Inovação e Infraestrutura”:
9.3 – Aumentar o acesso de pequenas indústrias e outros empreendimentos, especialmente em países em desenvolvimento, a serviços financeiros, incluindo crédito barato, e sua integração a cadeias de valor e mercados.
Essa inspiração está em linha com o Movimento Minas 2032 (MM2032) – pela transformação global. Liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o MM2032 propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS, promovidos pela ONU, desde 2015.
A expectativa dos gestores da Cora é que a operação chegue ao ponto de equilíbrio em 2024 e siga crescendo. Um dos principais desafios, porém, é encontrar mão de obra qualificada para dar suporte à expansão.
“Este ano, seremos capazes de nos sustentar sem capital externo. Já temos lucro unitário e estamos próximos de equacionar a aquisição de novos clientes. Para que isso seja possível, buscamos pessoas movidas pelo mesmo propósito e desenvolvemos uma política para tornar nossos colaboradores sócios, aumentando o alinhamento”, completa o sócio-fundador da Cora.
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