Startup de aviação privada Flapper capta R$ 6 milhões para expandir operações

A mineira Flapper, que atua no mercado de aviação privada sob demanda, abriu uma nova rodada de captação, agora no valor de R$ 6 milhões. A operação ocorrerá dentro da plataforma da EqSeed, líder de investimentos em startups do País. Com o recurso, o objetivo é expandir as operações e lançar novos serviços. Até o momento, a Flapper recebeu R$ 23 milhões em investimentos, provenientes de fundos de capital de risco (Confrapar, DXA), grandes sindicatos anjos (Investidores.VC), aceleradoras (ACE), entre outros. Mais de 300 pessoas físicas também investiram na Flapper.
Conforme o CEO e fundador da Flapper, Paul Malick, a decisão de abrir mais uma rodada de financiamento público (mini-IPO) teve como base o sucesso da última operação, quando a Flapper captou R$ 2,5 milhões em pouco mais de seis dias. “Esperamos concluir a campanha atual em aproximadamente um mês e, em seguida, dar continuidade aos principais projetos que estamos preparando”.
Nos planos de investimentos estão o lançamento oficial da divisão de gerenciamento de aeronaves e a ampliação das operações internacionais.
“Com o novo investidor estratégico teremos apoio para financiar a importação de aeronaves, que serão vendidas de forma fracionada e operadas por nós. Metade dos recursos será para essa iniciativa. A outra metade irá para as nossas operações internacionais. Avaliamos todos os mercados da América Latina – que são menos fragmentados – e está claro que faz muito mais sentido expandir o mesmo modelo asset-light para os Estados Unidos e a Europa. A demanda está nesses mercados, que ainda carecem de um marketplace móvel completo como a Flapper”.
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Desde a fundação em 2016, a Flapper tem atuado no mercado de aviação privada com soluções tecnológicas e economia compartilhada. Neste período, houve o transporte de mais de 30 mil clientes no Brasil e no exterior. A empresa conecta clientes a uma frota de mais de 2,6 mil aeronaves certificadas de táxi aéreo.
EqSeed
Quanto à EqSeed, a plataforma é considerada estratégica por conectar investidores a empresas previamente selecionadas.
“Não somos uma plataforma aberta. Menos de 1% das empresas que aplicam para captar investimentos são aprovadas. Do outro lado, temos dezenas de milhares de investidores. Nosso modelo tem o propósito de democratizar o acesso ao investimento em startups por meio de uma plataforma 100% digital e regulada pela CVM. Quando falamos sobre o modelo da EqSeed, o foco é esse – a conexão estruturada e qualificada entre empresas e investidores dentro de um ambiente digital e seguro”, explicou o CEO da EqSeed, Igor Monteiro.
Propriedade compartilhada
Após crescer no mercado de táxi aéreo, a Flapper agora se prepara para lançar um programa de propriedade compartilhada, com o objetivo de reduzir os custos de compra e administração de aeronaves privadas.
“Faz pouco sentido possuir um jato particular e gerenciá-lo sozinho. Um dos benefícios do nosso programa é a profissionalização desse serviço. A Flapper será responsável pelo treinamento dos pilotos, hangaragem, manutenção e demais aspectos operacionais. Esses serviços já existem no mercado, mas a diferença está na nossa capacidade de reduzir os custos para os proprietários”, disse o CEO e fundador da Flapper, Paul Malick.
Ainda conforme Malick, ao conectar proprietários de aeronaves a outros interessados em compartilhar o mesmo ativo, é possível diminuir os custos significativamente. “Cada jato poderá ter até cinco cotas, e a capacidade ociosa da aeronave será disponibilizada para terceiros por meio do nosso marketplace”.
Flapper segue registrando alta no faturamento
Quanto aos resultados financeiros, em 2024, a Flapper registrou um faturamento de R$ 49 milhões, crescimento de 30% em relação ao ano anterior. A estimativa é repetir o índice em 2025.
“Esperamos manter nossa taxa de crescimento em 2025, pois a adaptação para o lançamento do negócio de propriedade fracionada deve levar alguns meses. A partir de 2026, acreditamos que essa iniciativa ganhará escala e apresentará um crescimento muito forte. O mercado de propriedade fracionada no Brasil tem potencial para crescer até cinco vezes nos próximos cinco anos. Nos Estados Unidos, esse modelo já responde por mais operações de voo do que o próprio setor de táxi aéreo”.
O mercado de atuação é promissor e a empresa está se preparando para avançar ainda mais. Malick explica que o setor de táxi aéreo – e a economia compartilhada como um todo – se beneficiou significativamente da pandemia e das mudanças nos hábitos do consumidor.
Conforme Malick, em janeiro de 2025, o Brasil contava com mais de 710 aeronaves de táxi aéreo, em comparação com 580 em janeiro de 2020, segundo dados da Anac. Além disso, há 970 jatos particulares no País, o maior número já registrado.
“Há apenas seis empresas de propriedade fracionada registradas na Anac, operando uma frota de pouco mais de 39 aeronaves certificadas. Esses números mostram o crescimento acelerado dos serviços comerciais na aviação geral e um mercado ainda pouco explorado para a propriedade fracionada, que deverá se expandir nos próximos anos”.
Minas Gerais
O CEO e fundador da Flapper, Paul Malick, explica que Minas Gerais é um estado importante para as operações da empresa. “Minas Gerais é nosso segundo maior mercado em número de voos e receita. A atual escassez de espaço para hangaragem no Aeroporto da Pampulha é uma indicação clara do rápido crescimento do mercado local em Belo Horizonte nos últimos cinco anos. Além disso, o interior do Estado também apresenta resultados muito positivos”.
A demanda vinda do público mineiro, geralmente, é para viagens a negócios, tanto dentro do Estado quanto para outras capitais. A empresa também atende clientes de altíssimo patrimônio líquido, que fretam jatos por valores entre US$ 150 mil e US$ 200 mil para os Estados Unidos e a Europa.
“Minas Gerais será o ponto de partida para nosso programa de propriedade fracionada. Os dois primeiros jatos já chegaram ao Aeroporto da Pampulha e estão disponíveis para visitação”.
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