Flapper e Black anunciam fusão e estimam faturar R$ 100 milhões

A startup mineira de aviação privada Flapper acaba de anunciar a fusão com a também mineira Black Táxi Aéreo. O novo grupo formado pelas duas empresas pretende alcançar faturamento anual de R$ 100 milhões até o fim de 2026 e se consolidar como a maior companhia do segmento de aviação executiva sob demanda no Brasil até 2030.
As informações são do CEO e fundador da Flapper, Paul Malicki. Ele ressalta que o objetivo é ampliar o acesso ao serviço de aviação executiva, de forma automatizada e com qualidade. Com esse propósito, a startup lança o programa de propriedade compartilhada e gestão de aeronaves, o Flapper Shares.
Malicki afirma que a empresa está verticalizando os negócios e que a inclusão da Black no grupo garante mais facilidade na condução dos negócios e na segurança. Pela parceria, a Flapper fornecerá a plataforma, enquanto a Black ficará responsável pelas operações.
“Escolhemos a Black por ser uma empresa com infraestrutura própria, índice de segurança impecável e sócios com experiência diferenciada”, explica.

O CEO da Black Táxi Aéreo, Rafael Matos, ressalta que, apesar da fusão, as duas marcas seguirão atuando em seus respectivos segmentos. Ele lembra que a operadora de táxi aéreo mantém responsabilidades junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além disso, a Flapper continuará a atuar com outras empresas e a utilizar seus serviços.
Rafael Matos também destaca a importância da democratização do acesso à aviação e o foco das duas empresas na mobilidade eficiente e segura. “A Flapper, junto com a Black, transcenderá fronteiras nacionais e internacionais, ampliando a disponibilidade de aeronaves para fretamento. Essa é uma oportunidade de crescimento da qual tenho muito orgulho”, afirma.
O desenvolvimento do grupo, segundo Matos, será conduzido de forma sólida, com o objetivo de transformar a mobilidade das pessoas. Ele ressalta ainda a importância da colaboração de clientes e parceiros das duas marcas para aprimorar os serviços.
A Flapper já tem presença internacional, atendendo clientes em 20 países e quatro continentes. Malicki acrescenta que a empresa está criando a maior sociedade de jatos do País e é a única a oferecer um aplicativo voltado para proprietários de aviões, que permite compartilhar informações sobre a aeronave fracionada. “Estamos apenas no início e muito otimistas com o futuro”, afirma.
Matos reforça que a parceria fortalece os laços tanto nos serviços quanto na tecnologia. Ele explica que a principal razão para a associação das marcas é o alinhamento de valores e propósitos, com foco em maximizar o modal aéreo pela experiência do cliente. O objetivo é transformar a aviação executiva em alternativa viável para usuários da aviação comercial.
Planos para os próximos anos

A empresa planeja investir cerca de R$ 10 milhões no desenvolvimento do serviço de propriedade fracionada nos próximos dois anos, além de destinar recursos à aquisição de novas aeronaves. Ainda este ano, estão previstos pelo menos cinco aviões para a frota. “Em cinco anos, queremos ser a companhia com o maior número de aviões de asa fixa sob gestão”, afirma.
Malicki destaca que o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, é o segundo maior hub da Flapper no Brasil. Segundo ele, o terminal já está superlotado, o que torna a parceria com a Black Táxi Aéreo ainda mais estratégica, pois amplia o espaço para novos aviões.
“Teremos aqui um escritório de manutenção, e o aeroporto será o principal hub da Flapper em termos operacionais”, afirma.
Brasil é o segundo maior mercado de aviação executiva
Segundo dados da Flapper, o Brasil superou a marca de mil jatos particulares em operação. Com isso, tornou-se o segundo maior mercado de aviação executiva do mundo e o que mais cresceu em número de aeronaves nos últimos cinco anos.
O levantamento, baseado em dados de autoridades de aviação civil e em apurações da empresa, mostra que a frota brasileira atingiu 1.033 jatos em maio deste ano.
O Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 16.570 aeronaves privadas, e já superou México (698) e Canadá (684). A pesquisa considerou apenas jatos, sem turbo-hélices ou modelos regionais narrow body. Os dados dos EUA são de janeiro de 2024.
Confira a lista dos países com as maiores frotas de jatos particulares do mundo:
- Estados Unidos (16.570);
- Brasil (1.033);
- México (698);
- Canadá (684);
- Alemanha (445);
- Austrália (216);
- China (210);
- Áustria (193);
- Argentina (166);
- Índia (149).
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