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Flapper e Black anunciam fusão e estimam faturar R$ 100 milhões

Nova companhia projeta faturamento de R$ 100 milhões até 2026, amplia frota e reforça atuação no Aeroporto da Pampulha em Belo Horizonte
Atualizado em 21 de agosto de 2025 • 20:41
Flapper e Black anunciam fusão e estimam faturar R$ 100 milhões
Foto: Diário do Comércio / Leonardo Leão

A startup mineira de aviação privada Flapper acaba de anunciar a fusão com a também mineira Black Táxi Aéreo. O novo grupo formado pelas duas empresas pretende alcançar faturamento anual de R$ 100 milhões até o fim de 2026 e se consolidar como a maior companhia do segmento de aviação executiva sob demanda no Brasil até 2030.

As informações são do CEO e fundador da Flapper, Paul Malicki. Ele ressalta que o objetivo é ampliar o acesso ao serviço de aviação executiva, de forma automatizada e com qualidade. Com esse propósito, a startup lança o programa de propriedade compartilhada e gestão de aeronaves, o Flapper Shares.

Malicki afirma que a empresa está verticalizando os negócios e que a inclusão da Black no grupo garante mais facilidade na condução dos negócios e na segurança. Pela parceria, a Flapper fornecerá a plataforma, enquanto a Black ficará responsável pelas operações.

“Escolhemos a Black por ser uma empresa com infraestrutura própria, índice de segurança impecável e sócios com experiência diferenciada”, explica.

Jato da Black Aviação.
Foto: Diário do Comércio / Leonardo Leão

O CEO da Black Táxi Aéreo, Rafael Matos, ressalta que, apesar da fusão, as duas marcas seguirão atuando em seus respectivos segmentos. Ele lembra que a operadora de táxi aéreo mantém responsabilidades junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além disso, a Flapper continuará a atuar com outras empresas e a utilizar seus serviços.

Rafael Matos também destaca a importância da democratização do acesso à aviação e o foco das duas empresas na mobilidade eficiente e segura. “A Flapper, junto com a Black, transcenderá fronteiras nacionais e internacionais, ampliando a disponibilidade de aeronaves para fretamento. Essa é uma oportunidade de crescimento da qual tenho muito orgulho”, afirma.

O desenvolvimento do grupo, segundo Matos, será conduzido de forma sólida, com o objetivo de transformar a mobilidade das pessoas. Ele ressalta ainda a importância da colaboração de clientes e parceiros das duas marcas para aprimorar os serviços.

A Flapper já tem presença internacional, atendendo clientes em 20 países e quatro continentes. Malicki acrescenta que a empresa está criando a maior sociedade de jatos do País e é a única a oferecer um aplicativo voltado para proprietários de aviões, que permite compartilhar informações sobre a aeronave fracionada. “Estamos apenas no início e muito otimistas com o futuro”, afirma.

Matos reforça que a parceria fortalece os laços tanto nos serviços quanto na tecnologia. Ele explica que a principal razão para a associação das marcas é o alinhamento de valores e propósitos, com foco em maximizar o modal aéreo pela experiência do cliente. O objetivo é transformar a aviação executiva em alternativa viável para usuários da aviação comercial.

Planos para os próximos anos

Jato no hangar da Black Aviação no Aeroporto da Pampulha em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Foto: Diário do Comércio / Leonardo Leão

A empresa planeja investir cerca de R$ 10 milhões no desenvolvimento do serviço de propriedade fracionada nos próximos dois anos, além de destinar recursos à aquisição de novas aeronaves. Ainda este ano, estão previstos pelo menos cinco aviões para a frota. “Em cinco anos, queremos ser a companhia com o maior número de aviões de asa fixa sob gestão”, afirma.

Malicki destaca que o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, é o segundo maior hub da Flapper no Brasil. Segundo ele, o terminal já está superlotado, o que torna a parceria com a Black Táxi Aéreo ainda mais estratégica, pois amplia o espaço para novos aviões.

“Teremos aqui um escritório de manutenção, e o aeroporto será o principal hub da Flapper em termos operacionais”, afirma.

Brasil é o segundo maior mercado de aviação executiva

Segundo dados da Flapper, o Brasil superou a marca de mil jatos particulares em operação. Com isso, tornou-se o segundo maior mercado de aviação executiva do mundo e o que mais cresceu em número de aeronaves nos últimos cinco anos.

O levantamento, baseado em dados de autoridades de aviação civil e em apurações da empresa, mostra que a frota brasileira atingiu 1.033 jatos em maio deste ano.

O Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 16.570 aeronaves privadas, e já superou México (698) e Canadá (684). A pesquisa considerou apenas jatos, sem turbo-hélices ou modelos regionais narrow body. Os dados dos EUA são de janeiro de 2024.

Confira a lista dos países com as maiores frotas de jatos particulares do mundo:

  • Estados Unidos (16.570);
  • Brasil (1.033);
  • México (698);
  • Canadá (684);
  • Alemanha (445);
  • Austrália (216);
  • China (210);
  • Áustria (193);
  • Argentina (166);
  • Índia (149).
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