Fórum aborda combate à desigualdade na educação

Realizado na unidade Belo Horizonte da Fundação Dom Cabral (FDC), ontem, o Fórum Regional do Capitalismo Consciente, teve como tema a “Desigualdade na Educação”. O evento faz parte de uma série de 11 fóruns regionais em comemoração aos 10 anos do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Em novembro, em São Paulo, será realizado o Fórum Nacional, que vai fazer o balanço das discussões realizadas ao longo de 2023.
Em todas as ações previstas para este ano, haverá uma forte e transversal conexão com o 10º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata sobre a Redução das Desigualdades. O propósito dos eventos do Capitalismo Consciente é dar luz às desigualdades que encontramos na sociedade, para as quais a iniciativa privada pode acolher e colaborar.
Cada filial escolheu uma desigualdade para abordar regionalmente e coube à Filial de Belo Horizonte falar sobre a desigualdade no acesso à educação de qualidade.
De acordo com a CEO do ICCB, Daniela Garcia, que falou sobre os 10 anos do Instituto, o propósito do evento é discutir as desigualdades e o protagonismo da iniciativa privada na luta contra elas.
“Queremos levantar a bandeira por uma causa. E essa causa é a fome. Quando a gente pensa que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, e no quanto disso é desperdiçado, temos que mudar de atitude. E não é só no Brasil, no mundo todo o desperdício de alimentos é um problema muito sério e ele faz com que a gente tenha um olhar diferenciado para economia”, explicou Daniela Garcia.
Para apresentar o tema “Escola de Negócios da Favela: Educação que compartilha propósito e gera impacto positivo”, estiveram presentes a diretora da escola, Emilena Oliveira e a analista de relações Institucionais da FDC, Tatiana Senra.
“Trabalhamos uma educação em que o empreendedor passa por uma jornada onde vai receber incentivos para que ele continue os estudos. Criamos uma escola que fala ‘favelês’, adequando a linguagem. Todos os nossos conteúdos são transformados em uma linguagem acessível para o nosso público-alvo”, pontuou Emilena Oliveira.
Já a mesa “Educação de stakeholders: gerando mais valor para a sociedade e para os negócios” contou com Christiano Rohlfs (Inter & Co), Roberto Matias (Totvs) e Kátia Rocha (Patrus Transportes), com mediação da líder regional do ICCB em Belo Horizonte, Denise Baumgratz.
Os debatedores falaram não apenas sobre as ações desenvolvidas dentro de cada uma das empresas, mas especialmente sobre propósito e negócios.
“O nosso propósito é transformar vidas e dignificar pessoas. Então era preciso pensar em como fazer. Se estamos espalhados em 85 unidades no Brasil, precisamos impactar não só nossos colaboradores, mas também os filhos deles. A ferramenta para isso é a educação. Resolvemos capacitar essas pessoas e hoje temos mais de 250 jovens formados e 50% deles foram contratados por nós e outros, por outras empresas”, relembrou Kátia Rocha.
“Um dos principais ingredientes da sustentabilidade é escutar os seus stakeholders e foi isso que fizemos. Então focamos em educação financeira, para trabalhar a inclusão digital. Capacitamos jovens pensando também na atração e retenção de talentos. Contratamos essas pessoas e, do ponto de vista do negócio, é importante que elas estejam capacitadas para que elas tratem bem os meus públicos, de fornecedores a clientes”, afirmou Christiano Rohlfs (Inter & Co).

E com a palestra “Capitalismo Consciente: por uma gestão mais humana e sustentável” se apresentou o cofundador e chairman do ICCB, Hugo Bethlem.
“Precisamos entender que o negócio dos negócios são as pessoas. Se 100% dos nossos clientes são pessoas e 100% dos nossos colaboradores também são pessoas, precisamos focar nelas. E aí vem o tal do ESG. Poderia começar pela governança para que as outras ações fossem verdadeiras, pra gente poder cuidar dos outros temas que deveriam ser tão importantes ou prioritários quanto os financeiros. Capitalismo consciente não é uma certificação, é um movimento. As empresas não podem evoluir na sua consciência, só as pessoas podem e elevar líderes que escolhem elevar a consciência e transmitir a todos os seus stakeholders”, destacou Bethlem.

A última palestra, “Práticas Conscientes: Mineração Morro do Ipê”, foi com o diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da mineradora – que atua na região Central do Estado -, Cristiano Parreiras.
“Uma mineração pode se tornar consciente através da nossa mandala de gestão. Nela, ora o capitalismo consciente está no meio, ora alguns dos nossos programas vão estar no centro. Começamos através da governança para levar as nossas ações até a base das nossas operações. Procuramos ser um negócio consciente, que tem um propósito maior de ser uma mineração reconhecida por gerar valor para todos aqueles que de alguma maneira se relacionam com o nosso negócio. Estamos na jornada de formar uma cultura consciente, e formar também lideranças conscientes dentro da mineração Morro do Ipê e fora também”, completou Parreiras.
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