Negócios

Franqueado deve desenvolver estratégias locais para crescer

Gestão ativa, comunicação com a marca e domínio da operação são diferenciais para transformar unidades em casos de sucesso
Franqueado deve desenvolver estratégias locais para crescer
Foto: Reprodução Adobe Stock

O franchising é um sistema de negócios em que uma empresa – franqueadora – concede a outra pessoa – franqueado – o direito de usar sua marca, produtos, serviços e modelo de negócios, em troca de um pagamento inicial e, geralmente, de taxas de royalties. É uma forma de expansão de negócios que permite replicar um modelo já estabelecido em diferentes locais, aumentando a visibilidade e o alcance da marca. Dessa forma, franqueador e franqueado estabelecem, por meio de contrato, uma relação de deveres e direitos mútuos e compartilham estratégias que visem o bom resultado da unidade e ao consequente desenvolvimento da rede.

Essa relação tem início com a Circular de Oferta de Franquia (COF), emitida pela franqueadora para informar ao candidato a franqueado quais são as condições do negócio e as características da marca. Somente dez dias após a emissão do documento é que o contrato pode ser assinado.

Ainda que o sistema seja regulado pela Lei 13.966/19 (Lei de Franquias) e por outras leis que regem as relações comerciais, franqueados e franqueadores precisam estar atentos para manter a relação saudável e lucrativa para ambos.

De acordo com a diretora de franqueados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Cristy Martins, o principal passo para manter a relação saudável entre franqueados e franqueadoras e permitir que os parceiros locais desenvolvam estratégias eficientes e condizentes com as regiões nas quais atuam é a constituição de uma comunicação ativa e transparente.

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Cristy Martins
Cristy Martins: hoje o franqueado exerce o papel de comunicador da marca | Foto: Divulgação ABF

“Do ponto de vista do contrato, os direitos e deveres de cada parte estão bem estabelecidos, mas as relações vão além disso. No pós-pandemia, o franqueador foi deixando de ser um operador local para se tornar um ente estratégico. Naturalmente, ele tem que cumprir os padrões contratuais, mas o que ele faz além do contrato ganhou importância. A digitalização ampliou as possibilidades de venda e, com o tempo, as franqueadoras foram parametrizando o processo. O importante é que as ações sejam sempre alinhadas com a franqueadora”, explica Cristy Martins.

Segundo o COO do Grupo Hi, Sidney Lima, a expansão do setor está diretamente ligada à capacidade de adaptação e execução dos franqueados, sobretudo daqueles que conseguem transformar suas unidades em casos de sucesso. O verdadeiro diferencial não estaria apenas no investimento inicial ou na força da marca, mas na forma como o franqueado conduz sua operação no dia a dia.

Fazem parte do Grupo Hi a 60 Minutos Lavanderia, os armários automatizados Laundry in Box, os produtos biodegradáveis HiPlim, a empresa de softwares e automações de sistemas Ikli, a revendedora de máquinas LG, PayLav, o meio de pagamento Hipag, a plataforma de gerenciamento e pagamento de boletos Meu Bolepix e o clube de vantagens, descontos e serviços Hiclub. O Grupo Hi projeta um valuation de R$ 1 bilhão nos próximos três anos.

Para o executivo, o franqueado deve, antes de tudo, estabelecer uma relação próxima com a franqueadora, sem descuidar do controle diário do seu negócio.

“A relação com a franqueadora vai além da burocracia. Os franqueados que mais crescem são os que mantêm um diálogo constante com a matriz e, assim, conseguem alinhar estratégias, compartilhar desafios e receber suporte adequado. A participação em treinamentos, fóruns e programas de desenvolvimento promovidos pela franqueadora fortalece a parceria. Além disso, claro, o franqueado precisa cuidar do seu negócio, monitorando os indicadores, dominando a operação de ponta a ponta, controlando os custos e investindo em uma equipe de alta performance”, afirma Lima.

Entre as estratégias que podem ser desenvolvidas pelos franqueados estão parcerias locais, marketing local e o desenvolvimento de uma visão de longo prazo, sempre comunicando e alinhando as decisões com a franqueadora.

“Cada vez mais o franqueado exerce um papel de comunicador da marca e de seus valores. Então, a franqueadora também tem o papel de promover uma relação de escuta ativa, constante e transparente. O fluxo de informação fica muito mais rápido, garantindo os resultados. Isso tem trazido muita inovação para as marcas e para o sistema de franchising como um todo”, destaca a diretora de franqueados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“A participação ativa do franqueado é fundamental. Não há milagre, ele precisa ter as rédeas do negócio e estar ligado em tudo o que acontece na região e na loja dele. Isso faz com que o cliente volte e aumenta a reputação da loja, da região e da marca. O cliente tem que sair com uma percepção muito maior de valor do que quando chegou”, completa o executivo.

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