Franquias em Minas puxam resultado nacional

A volta a uma vida “normal”, feita de encontros presenciais e viagens, impulsionou o setor de franquias brasileiro nos últimos meses. O balanço divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) registrou um crescimento nominal de 12,9% no 2º trimestre comparado ao mesmo período do ano passado.
O faturamento saltou de R$ 48,052 bilhões para R$ 54,253 bilhões. Frente ao 2º trimestre de 2021, as franquias ampliaram a receita em 31,9% e a igual intervalo de 2019, o incremento foi de 25,8%. Esse foi o oitavo trimestre de crescimento seguido do setor, sustentando a curva de desenvolvimento para além dos impactos da pandemia.
Os resultados em Minas Gerais foram ainda melhores, segundo a mesma pesquisa. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o crescimento foi de 25%. Já com o mesmo intervalo de 2021, 49,4%, e com o segundo trimestre de 2020, 118,7%.
Para o diretor da seção Minas Gerais da Associação Brasileira de Franchising (ABF Minas), Antônio Bortoletto, Minas teve um papel fundamental para o bom resultado geral.
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Enquanto a mão de obra empregada pelo setor foi da ordem de 1,612 milhão de trabalhadores diretos ante 1,453 milhão entre abril e junho do ano passado, o que equivale a um aumento de 10,9%, em Minas o crescimento foi de 19,7%, saindo de 133 mil postos de trabalho direto para 142,5 mil.
“Um ponto importante é que além de crescermos em faturamento e empregos, estamos evoluindo de maneira homogênea no Estado. O interior avança com tanta força quanto Belo Horizonte. Hoje ninguém quer viajar para consumir um produto ou serviço. É a força dos mercados levando as marcas para as diversas regiões do Estado”, explica Bortoletto.
Nesse sentido, a entidade também vem constatando que a força do agronegócio tem gerado novas oportunidades para o setor. Entre os dez que mais cresceram em faturamento de janeiro a junho, seis têm sua economia muito alavancada pelo agronegócio: 1º lugar: Goiás (35%), 2º: Minas Gerais (28%), 3º: Bahia (28%), 6º: Paraná (18%), 7º: São Paulo (17%) e 10º: Rio Grande do Sul (15%).
Resultados do semestre
Tanto de janeiro a junho quanto no acumulado dos últimos doze meses, a receita do setor de franquias cresceu ainda mais. Neste primeiro semestre ante igual período de 2022, a alta foi de 15,0%, com um faturamento que avançou de R$ 91,432 bilhões para R$ 105,107 bilhões. Na comparação com igual período de 2021, a alta foi de 29,7% e de 51,8% ante 2020.
Em relação ao primeiro semestre de 2019, antes da pandemia, o crescimento foi de 24,2%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta do faturamento das redes de franquias foi de 15,2%, ratificando o crescimento sustentável do setor. A receita nesse período saltou de R$ 195,480 bilhões para R$ 225,163 bilhões. Ao observarmos o mesmo intervalo de tempo a partir de 2019, o franchising cresceu 25,1%, e de 2020, 31,3%.
A pesquisa da ABF mostrou, também, que todos os 11 segmentos elencados pela entidade cresceram em faturamento no trimestre. Hotelaria e Turismo lidera a lista, com variação positiva de 18,5%. Em segundo lugar se destacou Alimentação – Food Service, com um incremento em sua receita de 16,9%.
Moda se destacou em terceiro lugar, com um faturamento 16,8% maior na comparação com o segundo trimestre do ano passado. Além desses segmentos, também registrou um desempenho acima da média no trimestre pesquisado Saúde, Beleza e Bem-Estar (15,9%).
Em Minas, os destaques ficaram com: Casa e Construção, que cresceu 48,8% no período analisado; Limpeza e Conservação, com 40,8%, e Hotelaria e Turismo, com 39,3% de crescimento em igual intervalo.
“É importante destacar que o crescimento se deu em todos os setores. A vida está voltando ao normal e isso se reflete no setor de franquias. Todas as marcas que usam o franchising para expandir estão em Minas. Nos últimos anos, as empresas têm lançado novos formatos e chegando em cidades que antes eram impensáveis”, afirma o diretor a ABF Minas.
Projeções para o setor de franquias
Segundo o presidente da ABF, Tom Moreira Leite, as projeções para 2023 feitas no início do ano estão mantidas. O faturamento deve crescer entre 9,5% a 12%; o número de operações, 10% e empregos também tem projeção de alta de 10% e o volume de redes, 4%.
“Temos expectativas positivas para o segundo semestre, marcado por datas importantes para o varejo, principalmente a Black Friday, e também feriados com viagens. O começo da queda da taxa de juros e perspectivas macroeconômicas mais positivas podem ajudar também”, avalia Leite.
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