Franquias em Minas crescem menos que média nacional no 3º trimestre

A Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostrou que o faturamento do setor passou de R$ 62,676 bilhões para R$ 70,231 bilhões no período, somando um crescimento de 12,1% na comparação entre o terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período do ano passado. Em 12 meses, a variação foi de 14,4%, passando de R$ 231,584 bilhões para R$ 264,874 bilhões. Em Minas Gerais, o resultado do setor de franquias ficou abaixo da média nacional, com 9,2%, somando um faturamento de R$ 6,01 bilhões contra R$ 5,5 bilhões.
O desempenho do Estado dessa vez contrasta com o alcançado no primeiro trimestre, quando as franquias em Minas Gerais cresceram 16,2% contra 15,8% da média nacional. E também vai contra o resultado geral de 2023, quando Minas registrou crescimento de 21,7%, com o faturamento atingindo a marca de R$ 21 bilhões, contra R$ 17,25 bilhões, em 2022. Naquele período, o avanço do mercado mineiro foi bastante superior ao crescimento nacional, que registrou faturamento R$ 240,661 bilhões e variação nominal de 13,8% em relação a 2022.
Já no número total de unidades, o Estado cresceu 4,6%, contra 3,2% no nacional. E em relação ao número de empregos diretos no setor de franquias, Minas cresceu 4,9% e o Brasil, 2,82%.
De acordo com o vice-presidente da Vertical de Consultoria do Ecossistema 300 Franchising, Lucien Newton, o desempenho abaixo da média nacional é reflexo da diversidade mineira e do impacto de fatores nacionais sobre a economia do Estado. Ainda assim, a perspectiva é fechar o ano em linha com o resultado do País e acima do projetado no início do ano.
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“A quantidade de unidades crescendo menos que o faturamento mostra que estão crescendo os negócios de menor investimento. Isso é decorrente do cenário econômico nacional e de características próprias de Minas, com o grande número de municípios, o que favorece modelos de negócios mais enxutos. As pessoas seguem querendo empreender e cada vez mais percebem valor no franchising, que cresce muito mais que economia nos últimos anos”, aponta Newton.
Entre os destaques do levantamento da ABF, está o crescimento do segmento de “Entretenimento e Lazer”, que cresceu 25,1%. A participação do segmento, porém, é apenas de 1,3%. Já o segmento de “Saúde, beleza e bem-estar”, com maior representatividade 23,8%, cresceu 9%, bem em cima da média estadual. O segmento com pior desempenho foi o de “Alimentação – comércio e distribuição”, que encolheu 6,9% e tem participação de 5,2%.
Para o futuro, o analista enxerga Minas Gerais como o maior polo de oportunidades para o setor de franquias brasileiro.
“Estamos muito próximos de fechar o ano em linha com o nacional. Mercados muito afetados pela conjuntura econômica e, em especial, o setor de ‘Alimentação – comércio e distribuição’ sofreu com a retirada da rede Dia do Estado. Além das unidades fechadas, isso pode ter feito com que empreendedores interessados no segmento tenham adiado o investimento. Mas acredito em um futuro muito promissor. Se tivesse que apontar uma área para investir, seria Minas, com seu tamanho e diversidade. O acordo assinado entre a ABF e o governo do Estado também tende a impulsionar os investimentos, atraindo novas marcas, trazendo de volta franqueadoras que migraram suas sedes e propiciando o surgimento de novas franqueadoras. A perspectiva é que até 2027 a gente devolva o Estado para o terceiro lugar, onde ele verdadeiramente merece estar”, completa o vice-presidente da Vertical de Consultoria do Ecossistema 300 Franchising.
Atividade tem baixa diversidade
A “Segunda Pesquisa Nacional Perfil do Franqueado & Multifranqueado” apresenta uma novidade importante: o recorte por etnia dos participantes. Os dados revelam que 79% dos franqueados são brancos, 17% são pretos e pardos e 6% amarelos, além de dados sobre benefícios oferecidos para equipe e desafios e oportunidades para 2025. O levantamento é realizado pela CommUnit, primeiro ecossistema de multifranqueados do Brasil, em parceria com a Hibou Pesquisas & Insights.
Outros dados demográficos mostram que o franchising no Brasil é marcado pela forte atuação feminina:
• 52% dos respondentes são mulheres;
• Entre os donos de uma só unidade, 60% são mulheres;
• No grupo dos multiunidades (mais de uma operação da mesma marca), 55% são mulheres;
• Já entre os multimarcas (unidades de marcas diferentes), 36% são mulheres.
A pesquisa também revela que 56% dos pesquisados são multifranqueados, sendo 34% multiunidade e 22% multimarca, demonstrando o crescimento dessa tendência no setor. Além disso, 46% dos entrevistados estão há mais de 10 anos no mercado, destacando a experiência e o conhecimento da amostra.
“Nossa pesquisa traz uma quantidade relevante de respondentes com mais de 10 anos no setor de franquias, uma amostra com credibilidade para mostrar as dores e tendências do segmento”, diz o CEO da CommUnit, Denis Santini.
Investimento em marketing digital – O levantamento aponta a força do marketing digital para os franqueados. Apenas 15% não investem em mídia local, enquanto 47% dedicam valores entre R$ 250 e R$ 2 mil por mês para ações on-line.
Na gestão, o estudo mostra que a necessidade de estrutura de backoffice, já começa a ficar latente para 70% dos multifranqueados, a partir da 4ª unidade.
• 22% começam com 3 unidades;
• 20% com 4 unidades;
• 20% com 5 unidades.
Além dos dados demográficos e de gestão, a pesquisa traz insights sobre o tempo médio de trabalho, férias, contratação de fornecedores, sucessão, modelos tributários, custos e benefícios oferecidos aos funcionários, compondo um panorama detalhado do setor.
Principais desafios e expansão para 2025
Os franqueados identificaram seus principais desafios para o próximo ano:
• Aumentar vendas e faturamento (72%);
• Atrair novos clientes (59%);
• Lidar com a falta de profissionais qualificados (53%);
• Melhorar a gestão (49%).
Adicionalmente, 63% planejam investir na capacitação das equipes atuais.
O mercado segue aquecido, com 58% dos respondentes planejando abrir novas unidades, sendo que mais da metade (53%) pretende investir acima de R$ 300 mil.
Com mais de 200 marcas participantes e mais de 500 respondentes, a pesquisa consolida-se como uma das mais completas análises sobre o universo de franqueados e multifranqueados do País.
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