Franquias reagem entre os meses de julho a setembro

A flexibilização da economia entre os meses de julho e setembro de 2020 fizeram com que o setor de franquias se recuperasse frente ao prejuízo acumulado desde março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o mundo vivia sob o ataque de uma pandemia. Em março e abril, o fechamento do comércio em muitas cidades, inclusive Belo Horizonte, fez com que o faturamento do setor amargasse uma queda no Estado de 36% no segundo trimestre do ano passado.
O terceiro trimestre avançou para resultados próximos ao período pré-Covid-19. Em Minas Gerais o desempenho do faturamento foi similar à média nacional que foi de queda de 7% em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados da Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), referente ao 3º trimestre do ano passado. No período, o mercado de franquias em Minas faturou cerca de R$ 3,4 bilhões.
De acordo com a diretora da regional Minas da ABF, Danyelle Van Straten, a explicação para a reação está no trabalho em rede. “A vantagem do franchising está na inteligência coletiva que ele fomenta. Muitos novos formatos e modelos surgiram nesse período da pandemia. Empresas que não faziam delivery ou não prestavam serviço em domicílio passaram a fazer. Novos pontos comerciais e novas cidades foram desbravadas. Marcas lançaram modelos express e home based com os quais não trabalhavam antes. Tudo isso ajuda a explicar a recuperação dos resultados a despeito de todas as dificuldades e inseguranças que todos nós ainda estamos enfrentando”, afirma Danyelle Van Straten.
Minas é o terceiro estado da nação em número de redes e unidades de franquias em operação, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. O Estado aumentou 5% o número de redes, atingindo o patamar de 800 marcas. Além disso, expandiu 8% em número de pontos de venda, perfazendo 9.733 unidades.
Segmentos – Ainda segundo a mesma pesquisa, os segmentos que se destacaram em Minas Gerais no trimestre analisado frente a igual período de 2019, foram: Serviços e Outros Negócios, com crescimento em número de unidades de 41,2%; seguido de Limpeza e Conservação (21,4%), e Alimentação (9,8%). No Estado, a maioria das redes atua nos segmentos de Alimentação (22,1%); Saúde, Beleza e Bem-Estar (20,7%); e Serviços e Outros Negócios (13,3%).
“De forma geral, a manutenção das medidas de distanciamento social, responsável pela maior permanência das famílias em casa, tem favorecido esses segmentos. A alimentação foi embalada pelo delivery; e o segmento de beleza, especialmente pelo autocuidado. As pessoas querem saber o que faz bem para elas e também para o planeta”, destaca.
Futuro – O começo da vacinação contra Covid-19 em janeiro também anima o setor. À medida que o grau de confiança cresce entre os consumidores, mais os investidores também se animam. A expectativa é de que muitos novos empreendedores entrem no mercado e o franchising costuma ser uma boa porta de entrada para os iniciantes.
O interior do Estado é visto pela empresária como um bolsão de oportunidades para os novos formatos. “2021 ainda será um ano de muitas dificuldades. Mas é na curva que a gente deve acelerar. É um bom momento para fazer investimento. Existem muitos imóveis para locação, as pessoas sedentas por vida, como já aconteceu em outros pós-crise. A retomada é sempre muito cheia de vida, as pessoas dão mais valor para suas experiências. Temos que entender o nosso cliente, mostrar que estamos alinhados com as suas necessidades e sermos transparentes. Já não basta mais seguirmos as recomendações, precisamos mostrar todo o nosso esforço para fazer o melhor”, completa a diretora da regional Minas da ABF.
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