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Frio de outono levou mineiros às compras

Frio de outono levou mineiros às compras
Baixas temperaturas anteciparam a venda dos agasalhos do brechó infantil Tudo Novo de Novo | Crédito: Alisson J. Silva

Segundo o calendário, ainda estamos no outono, porém as baixas temperaturas registradas no Estado nos últimos 15 dias, especialmente na Capital, que registrou a menor temperatura dos últimos 43 anos no dia 19, quando bateu 4,4ºC e sensação térmica de -11,6ºC, dizem que o inverno de 2022 veio para marcar a história. Antes disso, a temperatura mais baixa registrada em Belo Horizonte havia sido em 1º de junho de 1979, com 3,1ºC.

Essa foi a senha para uma corrida em busca de agasalhos no comércio da cidade. Lojas especializadas, magazines, brechós e até quem vende só pela internet teve que reforçar os estoques às pressas. Depois de dois anos fracos, em que as medidas de isolamento social e o home office fizeram com que muita gente se contentasse com roupas mais velhinhas, o inverno antecipado fez a alegria de muitos lojistas.

Na Sak Modas, a chegada antecipada do inverno mereceu comemoração, mas também impôs uma atenção especial aos estoques. A rede, que conta com sete lojas espalhadas por Uberlândia, no Triângulo; Betim e Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e mais duas lojas e um outlet na Capital, está inaugurando a oitava na região do Barreiro, com 300 metros quadrados.

De acordo com o sócio da Sak Modas, Samer Kaddoura, o movimento dos últimos dias foi surpreendente e quando comparado ao mesmo período do ano passado, chegou a ser dobrado.

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“Essa foi a melhor semana dos últimos anos, mas isso porque estávamos preparados, com o estoque pronto. Já tem fornecedores com dificuldade de entrega. Se tiver uma nova onda de frio tão forte como essa, podemos ter uma dificuldade de abastecimento na cidade. As indústrias ainda enfrentam a falta de insumos diversos, o que faz com que os preços subam e que as entregas atrasem. Mesmo na Ska, já estou com alguns modelos esgotados”, explica Kaddoura.

No dia 16 de maio, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) colocou 274 cidades mineiras sob alerta de frio intenso, no grau de severidade “perigo”. O aviso valia até o dia 18 e dizia que a temperatura ficaria 5ºC abaixo da média para o período.

E a próxima onda de frio, aguardada por uns e temida por outros, pode não estar tão longe. As chuvas que devem cair sobre a região Sul do País entre os dias 30 de maio e 3 de junho, podem trazer frio para Minas Gerais nos dias subsequentes, mas espera-se que seja de maneira menos rigorosa. De toda forma, os comerciantes já se preparam pois o inverno – astronomicamente – só chega no dia 21 de junho.

No bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Fass Boutique completa o seu segundo inverno. Criada pela empresária Flávia Soares, a loja trabalha com 70% do estoque importado da Europa e, por isso, já estava pronta para receber a demanda de inverno já no início de maio. Ainda assim, o fluxo de pessoas surpreendeu.

“Como temos essa curadoria bem direcionada da Europa, os clientes já sabem que aqui tem roupa de frio. A gente só não foi pego de surpresa porque recebemos nossa coleção com muita antecedência. Inauguramos no ano passado justamente nessa época e a cidade ainda estava naquela fase de abrir e fechar o comércio por causa da pandemia, então o volume de vendas on-line foi muito grande. Esse ano as pessoas querem vir, ter a experiência de compra presencial. Por conta desse frio antecipado, algumas marcas nacionais estão acelerando as entregas”, revela Flávia Soares.

Flávia Soares, da Fass: pronta para receber a demanda do frio | Crédito: Bárbara Dutra

Roupa de frio para crianças

E não são só as roupas de frio novas que andam desfilando por aí. No Tudo Novo de Novo, brechó infantil que fica no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul da Capital, há 12 anos o movimento de mães levando produtos para serem vendidos e comprando roupas de frio é intenso. Tradicionalmente essa é uma boa estação para a loja, já que as roupas de frio, normalmente, são mais caras do que as de verão e os brechós são uma boa opção de economia para a população.

De acordo com a proprietária do Tudo Novo de Novo, Anna Christina Leite Rocha, o que era uma certa preocupação em janeiro, se tornou um bom negócio em maio.

“Nos últimos dois anos, sem as crianças irem à escola, as mães estavam comprando poucas peças, se virando com o que tinham. Agora no início de 2022, elas começaram a limpar os armários e trouxeram muitas peças em ótimo estado. Cheguei a ficar preocupada se haveria giro para tudo aquilo. Esse inverno antecipado, porém, levou tudo embora”, destaca Anna Christina Rocha.

E os vendedores autônomos também estão lucrando. As famosas “malinhas” circulam pela cidade levando peças aconchegantes e tecnológicas. Representante da B.On em Belo Horizonte, a empresária Lu Máximo, apostou na marca catarinense que se notabiliza por usar tecidos tecnológicos com nanopartículas de titânio, platina e alumínio, que prometem manter o corpo à temperatura média de 22ºC, entre outros benefícios.

“Grande parte dos meus clientes é formada por atletas e idosos que buscam os benefícios do tecido para a saúde e o aumento de performance. A queda da temperatura trouxe novos consumidores que vêm atrás de conforto térmico e acabam descobrindo os outros benefícios. A coleção tem mais de 100 peças para homens e mulheres e também no tamanho plus size. Atualmente, por incrível que pareça, nosso maior público é o masculino e em relação ao verão, as vendas cresceram 30%”, comemora Lu Máximo.

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