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Em Ouro Branco, Gerdau investe em tecnologia 5G para ampliar eficiência de produção

Investimento é o primeiro projeto de uso da tecnologia no setor do aço na América Latina
Em Ouro Branco, Gerdau investe em tecnologia 5G para ampliar eficiência de produção
Foto: Divulgação Gerdaiu

A companhia produtora de aço Gerdau acaba de implementar recursos de tecnologia 5G nas instalações de sua usina em Ouro Branco, na região Central do Estado. A iniciativa, em parceria com a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), compreende novos investimentos direcionados ao processo que mira numa indústria cada vez mais 4.0.

Segundo a Gerdau, o projeto abrange uma infraestrutura digital habilitadora para o desenvolvimento da indústria de aço do futuro, o que inclui:

  • a instalação de torres de cobertura para cerca de 8.300.000 m² da planta da usinagem
  • instalação de um backbone (rede de transporte) de TI para digitalização e  ampliação de automação.

O diretor industrial da companhia em Ouro Branco, Marcelo Teixeira, pontua que os investimentos em indústria 4.0 representam um marco para o primeiro projeto de uso da quinta geração da internet móvel no setor do aço na América Latina.

“Essa estrutura de tecnologia vai permitir à Gerdau acelerar em Ouro Branco a implementação dos conceitos da indústria 4.0, alavancando automatização, produtividade, flexibilidade, visibilidade, rastreabilidade, uso de dados e segurança nos processos, incluindo planejamento, produção e logística da Gerdau”, considera Teixeira.

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A unidade que já soma 38 anos em operação produz aços longos e planos. Nela, as operações foram se modernizando, caminhando junto com o desenvolvimento da indústria 4.0 no Brasil, e se tornaram uma importante referência em tecnologia no setor industrial.

Suportada por essa nova rede, a Gerdau deve apostar agora em investimentos para dispositivos e maquinários múltiplos mais evoluídos, como veículos autônomos e telecontrolados, tecnologia de gêmeos digitais, Internet das Coisas e Inteligência Artificial.

Mas, afinal, o que é a indústria 4.0?

Ao Diário do Comércio, o professor dos cursos de Tecnologia da Informação do Centro Universitário Una Flávio Souza explica que a indústria 4.0 é um termo que se refere à quarta revolução industrial, caracterizada pela integração de tecnologias digitais avançadas na fabricação e nos processos industriais.

Essas tecnologias incluem:

  • a Internet das Coisas (IoT),
  • inteligência artificial (IA),
  • computação em nuvem,
  • big data,
  • realidade aumentada,
  • impressão 3D,
  • e robótica avançada entre as principais composições.
gerdau investimentos mg
Crédito: Divulgação/Gerdau

“A indústria 4.0 é justamente um momento em que as fábricas não mais somente têm tecnologia, mas agora elas atuam com esses novos recursos tecnológicos. E isso pode ajudar na revolução das unidades fabris e das usinas de uma forma muito exponencial”, avalia Flávio Souza.

Para o especialista, essa revolução busca criar fábricas inteligentes e conectadas, onde máquinas, sistemas e dispositivos podem se comunicar entre si e com os humanos de forma autônoma. Isso permite uma maior eficiência na produção, personalização em massa, manutenção preditiva, otimização de processos e redução de custos.

Flávio Souza ainda dá exemplos: “Nós vamos ver usinas que têm vários elementos, como, por exemplo, numa planta industrial a gente vai ver maquinários conectados à internet e realizando o monitoramento de um alto forno. Assim, como também de aplicativos que conversam com inteligência artificial na tarefa de recomendação de manutenção de uma máquina”, elenca.

Tecnologia ajuda a explorar com mais precisão as fases operacionais

Segundo o diretor global de Tecnologia da Informação e Digital da Gerdau, Gustavo França, a rede 5G contribuirá também para explorar dados e informações com o intuito de agregar, com mais assertividade, potenciais oportunidades.

“Cerca de 500 chips, por exemplo, já foram disponibilizados para permitir que a unidade (de Ouro Branco) esteja ainda mais segura, produtiva e eficiente”, diz ele.

“São vários exemplos positivos que ilustram como esta tecnologia já está sendo explorada pela operação. Por exemplo, o monitoramento de ativos, que possibilitam a coleta de dados em tempo real, o aumento da conectividade do almoxarifado e dos pátios de expedição de produtos, nos permitindo melhorar significativamente a eficiência logística, agilizando processos de armazenamento e distribuição, além do uso de câmeras de vídeo analytics, apoiando no acompanhamento da produção”, conclui.

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