Gerdau vai reduzir emissões com recursos do Fundo Clima

A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do País, obteve financiamento de R$ 566 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para aplicar em projetos sustentáveis que devem reduzir em mais de 100 mil toneladas as emissões anuais de gases de efeito estufa. Os recursos, provenientes do Fundo Clima, serão destinados à construção de um mineroduto e de um rejeitoduto em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, além da implementação de um centro de reciclagem para beneficiamento de sucata metálica em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.
Os empreendimentos mineiros – que serão construídos com o valor aprovado pelo BNDES – fazem parte do aporte total de R$ 3,2 bilhões anunciado pela Gerdau entre 2023 e 2026, voltado para uma nova plataforma de mineração sustentável em Minas Gerais.
Conforme informações do BNDES, a Gerdau construirá um mineroduto com 13 quilômetros de extensão, ligando a Mina de Miguel Burnier, em Ouro Preto, à unidade produtiva de Ouro Branco. Também será construído um rejeitoduto com 10 quilômetros de extensão. O projeto de mineração responsável da Gerdau contemplará a recirculação de água e, ainda, a redução da circulação de caminhões na região, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa.
O projeto de construção do mineroduto da siderúrgica foi aprovado com recursos do Fundo Clima. O fundo é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e tem como objetivo garantir recursos para projetos, estudos e financiamentos de empreendimentos voltados à mitigação das mudanças climáticas.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
A aprovação do financiamento foi possível por se tratar de um modal de transporte que evita emissões de gases de efeito estufa quando comparado ao modal tradicional, feito por meio de caminhões movidos a diesel. A estimativa é que o novo mineroduto substitua cerca de 1,5 mil caminhões por dia no transporte de 60 mil toneladas de minério.
“Este primeiro acesso ao Fundo Clima, do BNDES, é um marco importante para a trajetória de 124 anos da Gerdau. Com esses investimentos, vamos ampliar a eficiência energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em nossas operações, além de evoluir na competitividade do nosso negócio. Ficamos felizes em retomar o relacionamento com o BNDES e esperamos ter novas oportunidades de construir juntos”, afirma o CFO da Gerdau, Rafael Japur.
Parte dos recursos também será direcionada à construção de um centro de reciclagem para beneficiamento de sucata na unidade de produção de aços especiais da empresa, localizada em Pindamonhangaba, em São Paulo.
No centro será possível beneficiar todo o material recebido como sucata e separar os ferrosos, os não ferrosos e as impurezas, como terra, borracha e plástico, entre outras. O empreendimento contribuirá para a redução das emissões de gases de efeito estufa em função do aumento da utilização de sucata metálica no processo de fabricação de aço.
A companhia siderúrgica possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), com 0,91 tonelada de CO₂e por tonelada de aço – aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 tonelada, segundo a Worldsteel. Para 2031, a meta da Gerdau é reduzir as emissões de carbono para 0,82 tonelada de CO₂e por tonelada de aço.
Ouça a rádio de Minas