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Gontijo investe R$ 70 milhões na renovação da frota e compra 51 novos ônibus

Empresa mineira enfrenta custos operacionais elevados e prevê desempenho estável em 20251
Gontijo investe R$ 70 milhões na renovação da frota e compra 51 novos ônibus
Com o investimento, foram adquiridos ônibus Scania K410 C 6x2 NB Euro 6; veículos têm alta performance, robustez e contam com padrões atualizados de segurança e conforto | Foto: Divulgação Gontijo

A Gontijo, empresa mineira de transporte rodoviário, investiu R$ 70 milhões na aquisição de 51 novos ônibus. Com 82 anos de história, a companhia segue resiliente e mantém investimentos anuais na modernização. Os novos veículos chegam à empresa com tecnologias avançadas, consideradas essenciais para ampliar o conforto dos passageiros, melhorar a eficiência operacional e reforçar a segurança. Apesar de desafios como custos de operação mais altos e mão de obra escassa, a empresa deve encerrar o ano com faturamento semelhante ao de 2024.

Segundo o diretor da empresa, Marco Antônio Boaventura Gontijo, a renovação anual da frota busca maior segurança, conforto e a incorporação de inovações que mantêm a operação competitiva. Com o investimento, foram adquiridos ônibus Scania K410 C 6×2 NB Euro 6. Os veículos têm alta performance, robustez e contam com padrões atualizados de segurança e conforto. Além disso, atendem aos mais recentes limites de emissões, o que torna a operação mais sustentável.

“O investimento em novos veículos faz parte do nosso programa de renovação. A Gontijo, assim como outras empresas de transporte, sofreu durante a pandemia de Covid-19, quando houve uma retração acentuada do mercado. Por esse motivo, a renovação da frota foi adiada e a idade média dos veículos ficou mais elevada”.

Marco Antônio Boaventura Gontijo
Gontijo: o mercado é desafiador, mas mantemos investimentos anuais em torno de R$ 70 milhões | Foto: Divulgação Gontijo

Os veículos, equipados com 46 poltronas, serão utilizados principalmente nas rotas entre Belo Horizonte e Governador Valadares, Belo Horizonte e Teófilo Otoni, Belo Horizonte e São Paulo e Belo Horizonte e Campinas. A expectativa é que todos estejam em operação até o fim de novembro. Dos 51 ônibus, 49 serão destinados ao serviço executivo e dois ao serviço leito.

Quanto à área de atuação e ao desempenho financeiro, Gontijo destaca que o mercado de transporte rodoviário é desafiador, devido à concorrência do transporte aéreo, de aplicativos como Uber e de operações clandestinas. Além disso, há obstáculos como custos operacionais mais elevados, mão de obra escassa e dificuldade de repassar aumentos ao consumidor. A expectativa é encerrar 2025 com resultados próximos aos de 2024.

“O mercado de transporte é desafiador, mas mantemos investimentos anuais em torno de R$ 70 milhões. Isso é importante para garantir eficiência. O investimento precisa ser contínuo, já que um ônibus novo consome muito menos combustível que um veículo de dez anos. Em 2023 adquirimos 75 ônibus e, em 2024, 53 veículos”.

A empresa transporta cerca de 450 mil passageiros por mês e realiza aproximadamente 12 mil viagens mensais. Apesar do volume, o movimento ainda não voltou ao nível pré-pandemia, principalmente por causa do aumento dos custos, com destaque para o óleo diesel, que subiu mais de 70% desde 2019, o que inviabilizou algumas rotas menos rentáveis, posteriormente desativadas.

O legado de Abílio Gontijo na construção da empresa

Fundada em 1943 por Abílio Gontijo, pai do atual gestor, a Gontijo é uma empresa familiar que está na segunda geração, com a terceira já atuando. A sede, que nasceu em Patos de Minas, foi transferida para Belo Horizonte em 1965. A companhia emprega atualmente 4 mil colaboradores e opera em 20 estados brasileiros.

Marco Antônio Boaventura Gontijo ressalta que o pai, que morreu há três anos, deixou um legado de persistência e inovação. Abílio, aos 19 anos, conduzia uma jardineira pelas estradas precárias da época e atuava também como trocador e mecânico.

“Meu pai, fundador da Gontijo, fez diferença em uma época em que não havia escolas de negócios. Quando começou a dirigir, não existia carteira de motorista. Mesmo assim, ele abriu caminho e construiu do nada uma empresa que hoje emprega 4 mil pessoas e atua em 20 estados do País”.

Segundo Gontijo, a empresa continua inovadora, seguindo a trajetória do fundador. “Um fato marcante da história da empresa é que, na Segunda Guerra Mundial, devido ao racionamento de gasolina, meu pai adaptou a jardineira para operar com álcool. Foi um dos primeiros a utilizar o combustível no País”.

Origem da Gontijo

  • Fundação: 1943, por Abílio Gontijo, em Patos de Minas
  • Transferência da sede: 1965, para Belo Horizonte
  • Perfil: empresa familiar na segunda geração, com a terceira já atuando
  • Colaboradores: 4 mil
  • Atuação: 20 estados brasileiros
  • Início das operações: Abílio começou aos 19 anos conduzindo uma jardineira e atuando também como trocador e mecânico
  • Legado: persistência, inovação e expansão contínua
  • Pioneirismo: durante a Segunda Guerra, Abílio adaptou o veículo para rodar com álcool devido ao racionamento de gasolina, sendo um dos primeiros a usar o combustível no País
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