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Governança digital melhora serviços para os cidadãos

Evento internacional promovido pela ONU, em Belo Horizonte, debate a governança digital no âmbito público.
Governança digital melhora serviços para os cidadãos
Para Madrid, o Brasil tem avanços tecnológicos que precisam ser mostrados ao mundo, como o Siscomex e o Gov.br | Crédito: Reprodução de Vídeo do Youtube

Realizado pela primeira vez no Brasil, o “ICEGOV – Governança digital para sociedades democráticas, igualitárias e inclusivas” vai reunir as maiores autoridades mundiais sobre o assunto de dezenas de países, em Belo Horizonte, entre os dias 26 e 29 de setembro. Coordenado pela Universidade das Nações Unidas (UNU) e pelo Instituto Smart City Business, o encontro terá painéis e mesas-redondas para discutir como a tecnologia pode transformar a administração pública e impulsionar a eficiência e como a governança digital pode ser uma ferramenta de redução da corrupção e, principalmente, oferecer um melhor serviço ao cidadão.

De acordo com o presidente do Instituto Smart City Business America, Lorenzo Madrid, já existia um grande interesse em fazer o evento no Brasil, mas a pandemia acabou adiando a realização. Parte da programação será aberta ao público.

“Esse é o fórum mais importante do mundo no tema da governança digital no setor público. Apesar de ter soluções muito avançadas, o Brasil nunca esteve muito presente nessas discussões e, por isso, os pesquisadores internacionais têm pouco conhecimento sobre o que existe aqui. Essa é uma grande oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo as nossas soluções”, explica Madrid.

Sistemas eletrônicos de gestão implementados pelo governo brasileiro como o Pix, o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e o GOV.BR, são considerados disruptivos e com grande potencial de exportação.

“Hoje os dados são o petróleo do mundo, a importância de saber gerir e analisar com inteligência é gigantesca. Quem sabe fazer, tem um diferencial estratégico muito importante. No Brasil temos soluções de alta relevância, como o Siscomex. O trabalho da Receita Federal, especialmente sobre o Imposto de Renda, é notável”, diz.

Segundo Madrid, tudo é muito bem cuidado e inovador, com malhas de segurança muito efetivas. “Poucos países têm sistemas tão bons como a nossa nota fiscal eletrônica, por exemplo. São tecnologias para exportar. Agora estamos bastante adiantados no desenvolvimento do Drex, a nossa moeda soberana digital. Tudo isso mostra como a tecnologia e a governança digital brasileira andam juntas com o que existe de mais moderno no mundo, isso quando não estamos à frente”, avalia.

Nos quatro dias do encontro, centenas de especialistas irão discutir as principais ações relacionadas aos objetivos da governança digital com foco no cidadão na busca por acesso à informação, prestação de serviços de qualidade e participação social.

O evento contará com a presença do secretário de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Rogério Mascarenhas, da diretora da Universidade das Nações Unidas (UNU-EGOV), Delfina Soares, do vice-presidente da Abep-TIC, Roberto Tostes Reis, do presidente do NIC.BR, Demi Getschko, da diretora da Unesco, Marielza Oliveira, do especialista do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Miguel Porrúa, entre outras autoridades.

ESG

Sendo uma ferramenta para oferecer um melhor serviço ao cidadão, a governança digital no âmbito do governo dialoga diretamente com os conceitos do ESG (responsabilidade socioambiental e governança) e com as metas e valores da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2015.

“Todos esses conceitos e planos de ação, na verdade, buscam melhorar a vida das pessoas e preservar o planeta. Então, através dos serviços digitais podemos atender às necessidades do cidadão de maneira economicamente sustentável, diminuindo prazos, economizando recursos como papel, evitando deslocamentos, por exemplo. A governança eletrônica potencializa os conhecimentos disponíveis. Disponibilizando as tecnologias de acesso, eliminamos as barreiras geográficas. A pandemia trouxe uma aceleração dos processos tecnológicos porque tudo que era sonhado passou a ser necessário. E, assim, se mostrou viável, levando à mudança de comportamento e ganho de produtividade”, completa o presidente do Instituto Smart City Business America.

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