Governo vai capacitar e estruturar turismo da fé

Valorizar e proteger a história religiosa e cultural do Estado é a proposta do Plano Estadual de Bens Culturais da Fé lançado, ontem, pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). O objetivo é colocar à disposição do público de maneira estruturada um portfólio de destinos e atrativos que vão além da matriz católica.
Serão realizadas ações de estímulo à proteção dos bens culturais através de processos de catalogação e registro dos bens tombados, festejos, modos de fazer e saberes. Também será criado uma programação especial inspirada na religiosidade e na fé, a fim de descentralizar o acesso dos mineiros ao turismo de fé.
As estratégias, segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, visam posicionar o Estado entre os principais destinos de fé do País por meio da divulgação e promoção de experiências desse segmento nas redes sociais e no Portal Minas Gerais, bem como com ações em feiras de expressividade nacional e internacional. O objetivo é apresentar um portfólio consistente da oferta disponível, estimulando o incremento no fluxo turístico e a geração de emprego e renda, garantindo a proteção e valorização dos bens culturais da fé.
“O Plano quer contemplar a diversidade das nossas manifestações religiosas. É claro que a Semana Santa diz respeito ao catolicismo, mas o Plano é muito maior que isso. Vamos catalogar os eventos, as celebrações. O mundo gospel, por exemplo, tem os grandes shows públicos. O respeito a todas as formas de religião é uma marca do nosso povo. O maior artista do barroco fora da Europa é um negro mineiro: Aleijadinho. O único a criar uma escola artística nas Américas. A afromineiridade é um dos nossos patrimônios e, para promovê-la, precisamos, antes, protegê-la. O congado é uma manifestação que atrai milhares de pessoas, por exemplo. Podemos criar circuitos que reúnam as manifestações, templos e espaços de matriz africana”, explicou Oliveira.
Minas Santa
A primeira grande ação dentro do Plano Estadual de Bens Culturais da Fé é a promoção da Semana Santa de 2023, que acontece entre os dias 2 e 9 de abril. O intuito é que o projeto Minas Santa se torne uma política pública e se repita ao longo dos anos. O portfólio com os principais destinos mineiros para a Semana Santa deste ano será divulgado no dia 1º de abril.
Será criado um portfólio com a programação compartilhada pelos municípios. O investimento previsto pelo Estado para essa fase é de R$ 1 milhão. Um portfólio será criado a partir do compartilhamento da programação pelos municípios. O objetivo é que no ano que vem, pelo menos, 200 cidades já façam parte do inventário. O material poderá ser acessado pelo site www.minasgerais.com.br.
Segundo dados da Secult, Minas Gerais conta com 1.025 edificações relacionadas à fé, 11 de turismo religioso já consolidadas e 63 municípios com programação para a Semana Santa.
“Minas é o segundo destino mais procurado para o turismo religioso no País, atrás apenas de São Paulo. Atualmente, 80% do turismo que se faz em Minas é cultural e a fé é parte disso. Então a preservação desses bens materiais e aqueles que são imateriais, como a música e a dança, é uma forma de consolidar o Estado como referência. A Semana Santa já é um produto turístico, nosso objetivo agora é conseguir promovê-la”, destacou o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Oficinas em Ouro Preto (região Central) e Belo Horizonte, mostras, cursos serão oferecidos para a capacitação dos atores do turismo. Entre as ações está prevista uma oficina com o tema ‘tolerância religiosa”.
“A religiosidade traz com ela todas as manifestações artísticas e culturais que atraem os turistas para o nosso Estado. Esse já é um segmento importantíssimo e eu vejo de forma muito satisfatória um plano que a coloca no centro da estratégia de venda do turismo em Minas”, pontuou o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
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