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Grandes empresas atuam no combate à poluição por resíduos plásticos

Compromisso voluntário abrange empresas e governos que se dispõem a respeitar metas para uma atuação mais responsável
Grandes empresas atuam no combate à poluição por resíduos plásticos
Crédito: Adobe Stock

O compromisso global para combater a poluição por resíduos plásticos tem apresentado resultados animadores. As empresas signatárias, comprometidas com a redução do uso de plástico, representam 20% da indústria mundial de embalagens plásticas e têm reduzido substancialmente a utilização de elementos de plástico problemáticos e que podem ser evitados.

Ao aumentarem a utilização de plásticos reciclados em 1,5 milhões de toneladas por ano, empresas como Natura&Co, Apple, Coca-Cola, Carrefour, Colgate-Palmolive, L’Oreal e Starbucks estão mantendo o equivalente a um barril de petróleo no solo a cada dois segundos, além de evitarem 2,5 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa. As ações incluem ainda a estabilidade na utilização de plásticos virgens e mais do que duplicação da quota de conteúdo reciclado.

Os dados constam no relatório do Compromisso Global de 2023, da Fundação Ellen MacArthur, que lidera o movimento em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Com o apoio de mais de mil organizações desde 2018, os resultados mostram que o compromisso voluntário global para combater a poluição por resíduos plásticos tem um impacto positivo nesta questão ambiental.

Em uma perspectiva para o futuro, porém, o relatório aponta que as metas não devem ser alcançadas sem uma participação geral da indústria e medidas compromissos obrigatórios. A publicação mostra que 20 trilhões de embalagens flexíveis, como invólucros, sacolas e sachês, acabarão no oceano até 2040 a menos que haja políticas vinculativas e medidas regulatórias mais ambiciosas, combinadas com uma maior ação empresarial.

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Desafios para a redução dos resíduos plásticos

Com as empresas signatárias provavelmente não atingindo as metas até 2025, o mundo não está em um bom caminho para eliminar os resíduos e a poluição por plástico, segundo o relatório. Para provocar mudanças globais, os líderes da indústria têm obstáculos importantes a superar relacionados à expansão dos modelos de negócios de reutilização; ao combate dos resíduos e da poluição por embalagens flexíveis e ao estabelecimento de infraestruturas para coleta, reutilização e reciclagem, apoiadas por políticas de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR).

Líder da iniciativa de plásticos da Fundação Ellen MacArthur, Sander Defruyt, destaca os progressos alcançados até agora, mas alerta que o mundo continua longe de resolver a crise da poluição plástica.

“Os aprendizados do Compromisso Global nos últimos cinco anos mostraram que é possível fazer progressos significativos no sentido de manter os recursos fósseis no solo e os plásticos fora do oceano. Sabemos agora que é possível progredir no combate à poluição por resíduos plásticos em escala global e quais são os principais obstáculos que impedem novas mudanças. O acordo internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição plástica, atualmente em negociação, juntamente com uma ação empresarial acelerada, são agora necessários. Não podemos escolher entre nenhuma destas medidas, ambas são cruciais para garantir que o progresso seja mais avançado e de maneira mais rápida”, explica.

A Fundação ainda afirma que as empresas signatárias demonstraram que o esforço coletivo é essencial para alcançar progressos significativos no combate à poluição por resíduos plásticos e que, no geral, o resto da indústria está atrasado.

Segundo a diretora da divisão de indústria e economia do PNUMA, Sheila Aggarwal-Khan comemora o progresso alcançado pelos signatários do Compromisso Global nos últimos cinco anos e também lembra que o desafio ainda é grande.

“Mais da metade (53%) dos governos signatários estabeleceram metas quantitativas para acelerar o progresso na reutilização e para promover a reformulação dos sistemas com o objetivo de favorecer alternativas mais recicláveis e, quando relevante, compostáveis. A negociação em curso para um acordo internacional juridicamente vinculativo é uma oportunidade para chegar a uma resolução sobre as regras, medidas e incentivos para um ambiente favorável ao fim da poluição por plásticos. Os governos, as empresas e todas as partes interessadas relevantes devem agir de maneira unificada para garantir que não percamos esta oportunidade histórica”, destaca.

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