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Grupo Emtel aposta na compra de criptoativos verdes

Grupo Emtel aposta na compra de criptoativos verdes
Iniciativa permitirá o reflorestamento de uma área degradada em Cana Verde | Crédito: Divulgação/Emtel

Em busca de se tornar uma B-Corporation, o Grupo Emtel – composto pela Emtel Logística, Emtel Transportes e Emtel Locação de Frotas – fortalece sua política ESG e aposta na compra de criptoativos verdes para fazer a compensação de parte das suas emissões de CO2. Além disso, por meio do seu braço de inovação, a Emtel Ventures, adquiriu 10% da Abundance Brasil, uma ESG Tech, sediada em Belo Horizonte, que acaba de lançar o seu primeiro token verde.

De acordo com o diretor de Futuros e Inovação do Grupo Emtel, Antônio Firmino de Miranda Neto, a preocupação com o meio ambiente é antiga dentro da companhia e a aquisição de parte da Abundance soma aos esforços de inovação feitos pela Emtel.

“Buscamos ideias e iniciativas inovadoras para promover os nossos negócios e para ajudar a cuidar do nosso planeta. Entendemos que isso já não é mais uma opção, é uma obrigação da iniciativa privada. Por isso faz sentido mais do que comprar bônus verdes, fazer parte da Abundance. Além dela, faz parte do nosso hub a GTI Plug, adquirida recentemente, e iniciativas próprias como os projetos da Escola Emtel, da dark store e agora estamos criando uma plataforma de telemetria. Para ganhar escala, a Ventures cresce organicamente, com projetos próprios, e através de aquisições”, explica Miranda Neto.

Para a Abundance Brasil, o recurso de R$ 1 milhão recebido, além da venda dos 10 mil tokens pela Emtel, é a chance de escalar a startup fundada em 2020 e lançar no mercado um produto ainda raro no Brasil e extremamente competitivo. Segundo o CEO da Abundance Brasil, Pedro Miranda, a ideia veio do próprio fundador da Emtel.

“O fundador da Emtel tinha o desejo e as condições para plantar um milhão de árvores. Como uma consultoria digital que prestava serviço para a empresa, entendemos que ali poderia existir uma possibilidade de um novo negócio com potencial para ajudar muito mais empresas, proprietários rurais e a sociedade como um todo. Foi a partir desse desejo que criamos o projeto. Em janeiro começamos a pré-venda de criptoativos que vão permitir o reflorestamento de uma área degradada pela exploração da agropecuária em Cana Verde, no Campo das Vertentes. A aquisição dos certificados digitais (emitidos na Blockchain) pela Emtel visa compensar a emissão de gás carbônico nas operações de clientes e da própria empresa”, destaca Miranda.

Outros interessados terão acesso à venda dos criptoativos a partir de março. Nesse primeiro lançamento, mais 100 mil tokens serão postos à venda para empresas de qualquer tamanho ou pessoas físicas que queiram compensar as emissões de carbono na atmosfera.

O token é um ativo sustentável que representa o plantio de uma árvore e da respectiva quantidade de carbono que será retirada da atmosfera ao longo da vida dela. A meta da empresa é plantar um milhão de árvores até 2030. Cada certificado emitido pela Abundance Brasil custa US$ 20 e diz respeito a uma árvore. O desenvolvimento de cada árvore e da floresta originada pelo projeto poderá ser acompanhado por meio de relatórios regulares enviados aos proprietários, da plataforma digital e os donos poderão, ainda, visitar a área reflorestada.

Compensar e mitigar

Para ser uma verdadeiramente responsável e conquistar o título de Empresa B não basta tentar compensar as emissões de gás carbônico. Pela própria natureza da atividade logística e de transportes – especialmente no Brasil, que tem como principal modal logístico, as rodovias, e como fonte de energia, o uso de combustíveis fósseis -, esse é um dos setores  que mais gera impacto ambiental.

Daí a necessidade de também atuar diminuindo ao máximo a emissão através de melhoria de processos, implantação de novas tecnologias e projetos próprios internos e externos de educação ambiental. Nesse sentido, a Emtel – que tem sede em Belo Horizonte e filiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará – já começou a eletrificar a frota.

“Não basta comprar créditos de carbono. Se todo mudo fizer apenas isso, uma hora vai ficar impossível emitir tantos créditos necessários. Quem tem o intuito sincero de participar dessa nova mentalidade que está surgindo, precisa começar dentro de casa, melhorando os seus processos e levando os parceiros a melhorarem também. O ESG parte dos princípios da colaboração e da corresponsabilidade”, pontua o diretor de Futuros e Inovação do Grupo Emtel.

Para cumprir a missão, o Grupo investe em ações do dia a dia e na conscientização de parceiros. A empresa instalou coletores em suas unidades para os colaboradores descartarem óleo de cozinha, um dos principais poluidores das águas. O material é recolhido por uma empresa licenciada e o óleo, transformado em biodiesel e sabão.

Outro projeto envolve o reaproveitamento de sobras de madeiras na empresa. Em vez de ir para o lixo, o material é doado a funcionários que se comprometem a reutilizá-lo. Também trocou também a utilização de copos de plásticos descartáveis entre os funcionários pelos copos de material ecológico.

“No B Corpy existem alguns deveres de casa para fazer. Queremos transformar a cultura do país. A Abundance chega também para nos ajudar a ‘evangelizar’ nossos parceiros. O ESG deve ser cada vez mais um critério para fazermos ou não negócios com uma determinada empresa”, completa o executivo.

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