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Com mais de 500 empresas, HackTown transforma Santa Rita do Sapucaí na capital da inovação e sustentabilidade

Gestão financeira feminina e a sustentabilidade foram destaque no evento nesta sexta-feira e debate contou com a participação do Diário do Comércio
Com mais de 500 empresas, HackTown transforma Santa Rita do Sapucaí na capital da inovação e sustentabilidade
Evento atrai empreendedores, profissionais do setor de tecnologia, estudantes e entusiastas | Crédito: Tony Alex / Divulgação HackTown

Iniciado em 31 de julho e com programação até domingo (3), o HackTown, considerado o maior festival independente de inovação e criatividade da América Latina, reúne mais de 500 empresas entre startups, médias e grandes negócios, como Google, AWS, Nvidia e Oracle, além de profissionais da criatividade, tecnologia e empreendedorismo mundiais em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais – cidade considerada o Vale da Eletrônica brasileiro.

Nesta sexta-feira (1º), a gestão financeira feminina e a sustentabilidade foram destaque no HackTown. O Diário do Comércio foi um dos participantes. O evento, que realiza atividades em cafés, escolas, praças, bares e até residências da cidade, tem como foco dar palco a temas como inteligência artificial, deepfakes, fake news, políticas públicas inovadoras (GovTech), diversidade, espiritualidade, economia dos criadores, mudanças climáticas, saúde mental e bem-estar.

Atrações desta sexta focaram na liderança feminina nos negócios e economia

Com programação focada em liderança feminina, economia e sustentabilidade, uma das atrações mais procuradas pelo público foi a palestra “Mulheres não choram, faturam”, comandada pela jornalista e fundadora da plataforma de dicas de economia Me Poupe!, Nathalia Arcuri, e realizada no auditório do Sesc.

Na ocasião, Arcuri abordou temas como habilidades femininas, Inteligência Artificial (IA) e as oportunidades de empreender no Brasil. “Não só para mulheres, para homens também”, afirmou a jornalista.

Outra atração esperada foi a palestra da presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls, sobre os principais desafios ambientais, sociais e econômicos da atualidade. A gestora alertou que empresas que só pensam em lucro não se sustentam mais.

“O mercado está exigindo responsabilidade ambiental, social e de governança. E se não for pela convicção, vai ser pela dor. ESG não é uma pauta de moda, é uma exigência real de sobrevivência empresarial e coletiva”, disse.

Sustentabilidade na prática é abordada em palestra com a presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls. | Foto: Isa Cunha/ Diário do Comércio

Ela também falou sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU para serem alcançadas até 2030. “Cada um dos 17 ODS representa não só um desafio, mas uma oportunidade concreta de inovar, gerar negócios sustentáveis e transformar a realidade ao nosso redor. E isso precisa envolver o ecossistema de inovação, porque nunca precisamos tanto de criatividade para resolver problemas reais”, afirmou.

Mais cedo, Adriana Muls também participou do painel “Mulheres que lideram o impacto: caminhos regenerativos de gestão, escuta e ação”, que abordou a atuação feminina em iniciativas de impacto social, sustentabilidade, inovação social e negócios conscientes na Associação José do Patrocínio. Na ocasião, a presidente do Diário do Comércio falou sobre a importância da regeneração para uma economia centrada na vida.

“A gente precisa se abrir para novos caminhos, para uma economia que coloque a vida no centro, que valorize o cuidado, a escuta e a regeneração. Essa discussão aqui no HackTown é fundamental porque traz o protagonismo das mulheres que estão criando soluções reais – seja por meio de negócios de impacto, de redes colaborativas ou da escuta ativa dentro das organizações. É sobre transformar estruturas, não só ocupar espaços, mas redesenhar o que é liderança, propósito e futuro”, declarou a gestora.

O grupo ainda contou com a superintendente executiva da Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig), Júlia Caldas de Almeida; a líder na Conectidea e Movimento Mulheres 3S; e a assessora da presidência e coordenadora de comunicação, marketing e eventos integrados do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac MG.

Painel de mulheres discutiu a gestão pela regeneração do meio ambiente
Painel de mulheres discutiu a gestão pela regeneração do meio ambiente. | Foto: Isa Cunha/ Diário do Comércio

Festival HackTown mira inovação e tecnologia

Inspirado no SXSW (festival de inovação realizado no Texas), a curadoria do HackTown mergulhou em diferentes realidades – de comunidades periféricas brasileiras a polos globais como MIT, Harvard, Xangai, Hong Kong e Copenhague – para mapear perspectivas inovadoras, emergentes e fora do eixo tradicional.

“O HackTown funciona como um espaço onde encontros improváveis se tornam naturais. Ele quebra as barreiras entre universos distintos e cria pontes entre pessoas, que na correria do dia a dia, raramente têm a chance de se conectar de forma genuína”, destacou o cofundador do festival e head de Parcerias, João Rubens.

Segundo os organizadores, o foco é dar palco a temas essenciais que conectem tecnologia, sociedade e cultura, com uma abordagem plural, contemporânea e provocadora.

Palestrantes e marcas globais confirmadas

A lista de palestrantes deste ano inclui nomes como:

  • Nathalia Arcuri (Me Poupe),
  • Adriana Muls (Diário do Comércio),
  • Neil Redding (Redding Futures),
  • Gustavo Cunha (Nubank),
  • Marina Landherr (TikTok Brasil),
  • Felipe Almeida (Disney),
  • Anderson Marcelo (Delivery das Favelas),
  • Jozi Lambert (Agência Pontes), entre outros.

Grandes empresas da tecnologia mundial também estão no line-up de parceiros confirmados, como Google, AWS, Nvidia e Oracle. Nas edições anteriores, gigantes como Meta, Accenture, Uber, Ambev, Ifood, Renner, Caixa e Banco do Brasil também marcaram presença.

“É nesse ambiente que um cientista conversa com um músico, um investidor troca ideias com um estudante ou uma marca ouve um criador independente. Esse cruzamento de olhares e experiências é o que faz do HackTown algo único”, afirmou João Rubens.

Impacto crescente para Minas e para o Brasil

A edição de 2024 do HackTown reuniu 30 mil pessoas com mais de 1400 atividades e 1115 palestrantes. Foram gerados mais de R$ 370 milhões em negócios e alcançadas mais de 700 milhões de pessoas na mídia — números que mostram o poder do festival de impulsionar inovação e gerar resultados econômicos reais, dentro e fora de Minas Gerais.

Em um cenário em que a criatividade e o empreendedorismo são ativos estratégicos para cidades e estados, o HackTown consolida Minas como um polo cada vez mais relevante no mapa da inovação latino-americana.

O que é o festival HackTown?

Criado em 2016, o HackTown é um festival independente de inovação, tecnologia, criatividade e impacto social, que acontece anualmente em Santa Rita do Sapucaí. Com quatro dias de duração, o evento reúne palestras, painéis, workshops, shows e experiências imersivas por toda a cidade.

Por que em Santa Rita?

Conhecida como Vale da Eletrônica, Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, é uma cidade de 40 mil habitantes, que abriga mais de 150 empresas de tecnologia.

O apelido, segundo a prefeitura local, se deve ao fato de que o município é um dos principais polos de desenvolvimento tecnológico do Brasil, sendo reconhecido nacional e internacionalmente pela alta qualidade de seus produtos, que são exportados para diversos países. A cidade também tem projetos de apoio ao empreendedorismo.

“O desenvolvimento de tecnologia de ponta tem seus alicerces na eficiente estrutura educacional de nível técnico e superior nas áreas de Eletrônica, Informática, Telecomunicações e Administração existentes no município”, informou a prefeitura, em nota.

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