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Henrique Pereira, da WayCarbon, passa a integrar grupo consultivo da SBTi

Henrique Pereira, da WayCarbon, passa a integrar grupo consultivo da SBTi
Pereira, cofundador da WayCarbon | Crédito: Divulgação

Há tempos a iniciativa privada já sabe que o combate às mudanças climáticas não é uma responsabilidade apenas dos governos. Escolher e implantar metodologias de descarbonização, porém, não é tarefa fácil diante de uma economia global fragilizada pela crise da Covid-19.

É nesse cenário tão complexo como amedrontador, especialmente após a divulgação do último relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC) no início da semana, que alertou que já ocorreram mudanças que serão “irreversíveis” durante “séculos ou milênios”, que o diretor de Consultoria e cofundador da WayCarbon, Henrique Pereira, foi nomeado membro do Grupo Consultivo Técnico (TAG) do SBTi (Science Based Targets Initiative).

O Grupo é uma iniciativa conjunta entre o CDP, o Pacto Global das Nações Unidas, o World Resources Institute (WRI) e o World Wide Fund for Nature (WWF). A chamada à ação do SBTi é um dos compromissos da We Mean Business Coalition, que almeja uma economia carbono neutra até 2050, para que se consiga limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o fim do século.

O executivo brasileiro passa a integrar o grupo de consultores, que conta hoje com 26 especialistas de diversas verticais do mercado, como Bayer, Enel, MIT, Ericson, Unilever, Volkswagen, LafargeHolcim e Lenovo, focados na tarefa de aconselhar e revisar os critérios técnicos para estabelecimentos de metas de descarbonização.

“É muito bom estar nesse grupo de pessoas que está discutindo a ponta da ciência para que as empresas alinhem as reduções de emissões para resolver o problema do planeta. A missão do SBTi é garantir que os compromissos de descarbonização estejam alinhados ao que precisamos como um todo, como sociedade. A gente muda a mentalidade do que ‘eu posso’ para o ‘eu tenho que fazer’”, explica Pereira.

As reuniões virtuais do grupo são, via de regra, bimestrais e o empresário é o único brasileiro participante. Entre os encontros eles recebem materiais científicos e consultas vindas de empresas de todo o mundo.

“São várias empresas globais ajudando a pensar e é muito bom participar disso. Somos um conselho consultivo técnico, a gente não manda nada. A ideia é discutir parâmetros para que a coisa funcione. O propósito da WayCarbon como organização é ajudar a transformar a economia em escala. Hoje a metodologia do SBTi é a mais adotada no mundo para estabelecimento de metas pelas empresas. Para os nossos clientes isso é bom porque dá a eles segurança que participamos da construção das agendas. Somos a única empresa brasileira participante. Tento contribuir com informações nacionais e esclarecer sobre as nossas características específicas”, pontua.

Ainda que o SBTi reúna e tenha sua missão junto à iniciativa privada, o comportamento dos governos são muito importantes e impactam diretamente a ação das cadeias produtivas na busca pela descarbonização da economia.

“Observamos globalmente que as empresas agem independentemente das políticas públicas de redução das emissões. Claro que o ideal era que todos os governos pensassem que essa é uma agenda importante e que a crise ambiental se transforma em uma crise econômica e social. Quem está em regiões reguladas por um mercado de carbono consegue baratear o processo de redução de emissões. Mas creio que as empresas já estão entendendo que isso vai ser um critério de produção em um futuro muito próximo. Existe uma abordagem mais detalhada, que chamamos de descarbonização setorial. Estamos trabalhando muito nesses critérios. As empresas brasileiras que estão assumindo metas estão vendo que é bom porque isso já está se tornando um critério de competitividade. No Brasil existem muitas oportunidades nesse mercado”, completa o novo membro do SBTi.

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