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Hiker Ventures aporta R$ 8,5 milhões em seis meses

Fundo de venture capital da gestora mineira AF Invest não descarta, caso surjam novas oportunidades, que as inversões superem a marca de R$ 10 milhões
Hiker Ventures aporta R$ 8,5 milhões em seis meses
Segundo os sócios da Hiker, Rodrigo Moreira (esquerda) e Guilherme Chernicharo, a empresa é um veículo de investimento que possui um fundo específico de R$ 50 milhões | Crédito: Divulgação Hiker Ventures

A Hiker Ventures, fundo de venture capital da gestora mineira AF Invest, aportou R$ 4 milhões na Semexe, empresa de São Paulo. O valor será voltado para o desenvolvimento da plataforma de re-commerce Loopify. Este é o terceiro aporte feito pela Hiker Ventures este ano em startups. Os investimentos já somam R$ 8,5 milhões e, caso surjam novas oportunidades, podem superar R$ 10 milhões.

De acordo com o sócio da Hiker Ventures, Rodrigo Moreira, a decisão de investir na Semexe aconteceu pelo grande potencial de crescimento da empresa. Com o desenvolvimento da plataforma, a Semexe, antes voltada apenas para venda de produtos usados de artigos esportivos, agora vai expandir para outros setores e englobar também as marcas, que poderão comercializar produtos usados, devolvidos e recondicionados. Assim, a empresa também oferece soluções de economia circular ao varejo.

Conforme Moreira, as expectativas em relação aos resultados são muito positivas. “Existe um mercado muito grande de produtos de segunda mão. Mas, antes, as marcas, as fabricantes, não participavam do resultado desse mercado. Agora, é a oportunidade de as empresas participarem e ganharem com isso. Eu vou comprar um produto novo no site da marca, mas eu também vou poder comprar um usado no mesmo site. Assim, a marca ganha duas vezes. É um mercado que já é muito consolidado nos EUA e tem potencial aqui também”.

Fundada em 2023, em Belo Horizonte, a Hiker é um veículo de investimento que possui um fundo específico de R$ 50 milhões. Ela atua comprando participações menores em empresas de alto potencial e, após um bom desempenho, vendem essa participação.

“Investimos em empresas prioritariamente de tecnologia, as famosas startups. A gente compra uma participação minoritária e a visão é ajudar essas empresas durante a jornada de vida. Quando encontramos uma empresa com muito potencial e que está no momento de crescimento, a gente investe o capital que tem que ser 100% utilizado nesse crescimento. Depois, procuramos uma oportunidade para vender essa empresa, vender a nossa participação”.

Diferencial

Moreira destaca que o grande diferencial da Hiker frente aos demais fundos de venture capital é que a venda da participação é rápida, cerca de 3 a 5 anos, enquanto a prática comum são cerca de 10 anos. “Temos um alvo de desinvestimento de 3 a 5 anos. Então, isso significa que procuramos oportunidades, talvez que não vão ser aqueles chamados de unicórnios, mas, a gente vai procurar boas empresas e vamos tentar fazer a venda com alguns múltiplos de ganho depois de pouco tempo”.

As empresas alvos, geralmente, estão no estágio seed, onde, normalmente, está perto de faturar o seu primeiro R$ 1 milhão. “Neste estágio, está começando, mas não é só uma ideia. Ela já tem um produto que gera valor para o cliente, já tem receita e, nesse momento, a ideia é ajudar a tracionar, saindo de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões por ano para tentar multiplicar o valor por cerca de R$ 10 milhões. Então, a gente parte para a segunda jornada, ou vender ou partir para buscar novas captações”.

Investimentos da Hiker tem setores variados

Este ano, a Hiker também aportou em outras duas startups, ambas de Minas Gerais. A Fluna, de hiperautomação e integração de processos, captou junto à Hiker R$ 2,5 milhões. O valor tem o objetivo de aumentar os investimentos em tecnologia e ganhar tração nos próximos anos. A ideia é dobrar o faturamento em 2024, com a entrada de novos clientes.

A outra startup é a Greg, fintech mineira de soluções inteligentes de pagamento. A captação junto à Hiker foi de R$ 2 milhões. A rodada seed será destinada à abertura de uma nova frente de atuação. Hoje focada em clínicas, hospitais e outros estabelecimentos de saúde, a antiga ContSelf vira Greg com objetivo de levar a outros setores uma ampla solução de serviços financeiros que giram em torno de split de pagamentos físicos.

Conforme Moreira, além dos investimentos já feitos em 2024, a Hiker segue atenta a novas oportunidades. Poderão ser investidos, ainda este ano, pelo menos mais R$ 10 milhões.

“Nós não temos uma meta de investir, temos a meta de encontrar boas empresas. Assim, quando encontramos, investimos mais ou menos. É importante ressaltar que por sermos mineiros, a princípio, priorizamos os investimentos em startups do Estado. A Semexe foi a nossa primeira fora de Minas”.

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