Hipolabor investe R$ 200 mi na produção de medicamentos e prevê crescimento de 10%

A Hipolabor, fabricante de medicamentos genéricos injetáveis com planta em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e em Montes Claros, no Norte de Minas, vai investir mais de R$ 200 milhões no aumento da capacidade de produção até 2028, visando se fortalecer no segmento de biomedicamentos. Com o aporte, estima-se um incremento de 10% no faturamento deste ano.
Para atingir a nova meta, porém, a Hipolabor já havia investido no ano passado R$ 60 milhões na atualização da linha de produção de medicamentos sólidos e, neste ano, instalará mais uma linha de injetáveis em Montes Claros, resultado de um aporte de R$ 40 milhões.
O presidente da empresa, Renato Alves, explica que não está prevista inauguração de novos espaços físicos, mas sim o aumento da capacidade de produção da empresa, que hoje é de 300 milhões de unidades de ampolas/ano, para 400 milhões/ano. A empresa vai atuar em três grandes frentes:
- Expansão da capacidade produtiva da unidade do Norte de Minas para medicamentos genéricos;
- Ampliação da capacidade logística, armazenamento e distribuição;
- Investimento no desenvolvimento de novos produtos na área de biotecnologia.
Empresa quer desenvolver novos medicamentos
Com 40 anos de atividades, a entrada da Hipolabor em pesquisas para o desenvolvimento de drogas inovadoras e biossimilares prevê a implantação de novas áreas de atuação para acompanhar a evolução do mercado e a formulação de novas parcerias para pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e produtos.
“Queremos criar e desenvolver medicamentos que ainda não existem no mercado. Para o futuro da indústria farmacêutica, enxergamos a necessidade de atuar mais fortemente na área de biotecnologia, desenvolvendo medicamentos inovadores, que resultam em mais eficácia no tratamento, cada vez mais exigidos pelo mercado”, comenta o executivo.
Segundo o presidente da companhia, o objetivo é ter patentes de moléculas próprias. Atualmente, estão sendo desenvolvidos cerca de 50 princípios ativos para a futura produção de novas drogas, entre genéricas, biológicas, biossimilares e inovadoras.
“Nossa meta é, até o final de 2026, protocolar 36 novos pedidos de registro de medicamentos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sendo desde novidades para o portfólio da empresa quanto novidades para o mercado”, diz o presidente.
Parceria com a UFMG em pesquisa sobre vacina contra a Covid-19
Renato Alves destaca ainda que a empresa também atua em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fazendo parte do grupo que está desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19, cujo estudo clínico está na fase 2.
“A terceira fase pode ser iniciada ainda neste ano e a expectativa é de que o imunizante seja submetido à Anvisa em cerca de 18 meses. Nesse projeto, a Hipolabor contempla a parceria industrial, cuidando desde o desenvolvimento do produto às questões sanitárias, por exemplo”, diz o presidente da empresa.
Na visão dele, produtos recombinantes e medicamentos desenvolvidos pela biotecnologia tendem a ocupar um espaço cada vez maior, daí a necessidade da empresa de acelerar os investimentos em inovação.
“Há três anos aceleramos nossos investimentos em inovação e vamos continuar ampliando cada vez mais. A pandemia nos mostrou o quanto nosso País é dependente de insumos importados e decidimos contribuir para melhorar esse cenário, com o desenvolvimento de novas moléculas a partir da biotecnologia”.
Na visão de Renato Alves, a dependência brasileira do mercado asiático, sobretudo China e Índia, de insumos para os genéricos e das multinacionais farmacêuticas para os biomedicamentos é uma contradição.
“O parque industrial que as indústrias nacionais possuem para fabricar medicamentos no Brasil é um dos maiores e mais modernos no mundo, em termos de capacidade produtiva. A Anvisa é a agência reguladora considerada a mais rigorosa do mundo, o que torna a indústria brasileira sanitariamente adequada a qualquer norma do planeta e extremamente competitiva, mas nos falta a base. Ou a gente entra no caminho de desenvolver produtos próprios, ou esta dependência não acabará”, diz.
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