Hotéis de Belo Horizonte comemoram ocupação histórica

Dois mil e vinte e três já é considerado o melhor ano para os hotéis de Belo Horizonte na última década, com ocupação média de 70%. O último trimestre – entre outubro e dezembro – ficou acima dos 90% – com vários hotéis alcançando a ocupação máxima em vários dias, principalmente na primeira semana de dezembro. Os dados são do Sindicato Empresarial de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindihbares/Sindhotéis).
De acordo com o presidente da entidade, Paulo César Marcondes Pedrosa, o grande número de eventos realizados na cidade, o sucesso de Belo Horizonte como capital gastronômica e, até mesmo, as ondas de calor contribuíram para o resultado.
“Parece que o Brasil está descobrindo as qualidades da Capital, como a sua localização geográfica privilegiada, o custo médio menor, os atrativos naturais e culturais da cidade e seu entorno, além da gastronomia reconhecida internacionalmente. Este ano, especificamente no segundo semestre, a cidade foi palco de importantes eventos com a Semana Internacional do Café (novembro), a 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira (novembro), a Feira Nacional de Artesanato e o show do Paul McCartney (ambos em dezembro), entre outros. As empresas estão vindo para Belo Horizonte não só para fazer negócios mas também para promover os seus eventos”, explica Pedrosa.
A alta ocupação permitiu também que a tarifa-média cobrada subisse, variando entre R$ 400 e R$ 700. A notícia agrada todo o setor depois de Belo Horizonte enfrentar uma crise de super oferta, entre 2014 e 2019, e chegar a praticar as taxas mais baixas entre as capitais, revezando com Salvador (BA) e Manaus (AM) nas últimas colocações.
Esse cenário, depois agravado pela pandemia de Covid-19, a partir de 2020, chegou a inviabilizar a continuidade de operações de diferentes perfis em Belo Horizonte. Ainda segundo o Sinhotéis, mais de 20 empreendimentos foram fechados na cidade nesse período.
Mas não é só o público corporativo ou quem vem para assistir shows e espetáculos que tem lotado os hotéis. A própria população da cidade, que já tinha descoberto há algum tempo a comodidade dos chamados day uses e de usufruir dos restaurantes e outros serviços como academias e barbearias, ou pernoitar em datas especiais, agora busca o ameno conforto do ar-condicionado.
“Por incrível que pareça, até esse calorão ajudou os hotéis de Belo Horizonte. Notamos um novo tipo de hóspede: aquele que liga para fazer a reserva e a primeira pergunta que faz é sobre o ar-condicionado. Temos recebido muitos moradores atrás dessa comodidade”, afirma.
Hotéis se preparam para outra grande temporada: o Carnaval
O verão ainda não chegou, mas o ritmo de trabalho nos hotéis segue aquecido. A preparação para o Carnaval já começou e a expectativa é de ocupação próxima aos 100%, inclusive nas principais cidades vizinhas, como Contagem, Lagoa Santa, Betim e Nova Lima. Para se ter uma ideia, 25% dos 24 mil leitos disponíveis na Capital já foram reservados para as festas de momo, o que significa 10% a mais do que dois meses antes do Carnaval de 2023. Estimativas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apontam para um público de cinco milhões de pessoas durante o mês de fevereiro na cidade.
Mas, mesmo comemorando, os hotéis de Belo Horizonte sentem enfrentando alguns gargalos. O principal deles é a falta de mão de obra. São quatro mil postos de trabalho abertos no momento.
“Durante a pandemia houve uma grande evasão de mão de obra e, hoje, enfrentamos uma grande dificuldade, mesmo investindo em recrutamento e treinamento. Os cursos oferecidos pelo Sistema S não fecham turma. Isso está levando, inclusive, ao aumento da remuneração média e também a melhoria da cesta de benefícios paras os colaboradores”, completa o presidente do Sinhotéis.
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