IA torna recrutamento de pessoas mais eficiente

De um lado, trabalhadores reclamam do desemprego e da diminuição da massa salarial no pós-pandemia. De outro, as empresas reclamam que não conseguem preencher suas vagas e já nem usam mais o adjetivo “qualificada”, e dizem sofrer com a pura escassez de mão de obra.
Encontrar a pessoa certa para o lugar exato nunca foi tarefa fácil e nos últimos tempos – com os novos valores da geração Z, a pressão de consumidores e investidores por uma produção mais responsável, a aceleração das tecnologias digitais, entre outros fatores -, tudo parece ter ficado ainda mais complexo.
Um dos fatores de risco – o uso intensivo da tecnologia – tem se mostrado parte da solução. O processo digital de recrutamento, seleção, contratação e treinamento, baseado em big data e inteligência artificial (AI) tem sido cada vez mais utilizado.
Crescendo com velocidade em Minas Gerais, o PandaPé – plataforma de recrutamento e seleção do Infojobs – conta com um conjunto de ferramentas de inteligência artificial e machine learning. Já são mais de milhões de mineiros cadastrados na plataforma e 8 mil vagas de empregos ofertadas.
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De acordo com a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado, essas ferramentas tornam o processo de recrutamento mais eficiente e preciso.
“Vivemos um cenário muito complexo, com dificuldade para contratar qualquer tipo de profissional. É uma disputa com o mercado informal, com a flexibilidade, com a concorrência externa. O PandaPé vem para fortalecer a empresa como marca empregadora, a experiência do candidato e o engajamento dele com a empresa”, explica Ana Paula Prado.
Atuando da solicitação da vaga até a admissão, a ferramenta contempla todas as etapas do processo de forma tecnológica e olhando para a usabilidade das duas pontas: o candidato e o profissional de RH.
Mas apesar da tecnologia tornar as análises mais assertivas e diminuir os vieses culturais, ainda é o ser humano que bate o martelo.
“Somos gente contratando gente. A decisão não pode ser tomada só com um parâmetro. A responsabilidade não está na tecnologia. A ‘IA’ ajuda no ranking, mas tem a avaliação comportamental e a entrevista. São diversos mecanismos complementares”, pontua a CEO do Infojobs.
Se a contratação segue difícil para as empresas, uma das saídas pode ser a terceirização de atividades que não tenham a ver com o cerne do negócio. O segmento BPO (Business Process Outsourcing) segue crescendo em Minas Gerais.
Segundo dados do Panorama do Ramo de Serviços de Apoio Administrativo realizado pela Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa), Minas ocupa o segundo lugar entre os estados brasileiros que mais concentram empregos no segmento, com uma taxa de 12%, perdendo apenas para São Paulo, com 57%.
Entre os 20 municípios da região Sudeste, que concentram 68% da força de trabalho do segmento, estão três mineiros: a Capital, com 47.581 postos; Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 6.551 e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com 3.127.
Para o vice-presidente e diretor financeiro da Abrapsa, Eduardo Luque, mesmo diante das sucessivas crises enfrentadas pela economia brasileira, surpreende a resiliência de Minas Gerais no segmento de BPO.
“As empresas mineiras apresentam bons números perante às dos demais estados do Sudeste, e com viés de alta para os próximos anos. O BPO é uma maneira eficiente de fomentar o empreendedorismo, uma vez que permite que as empresas foquem seu core business, oferecendo a elas a possibilidade de resolver questões contábeis, fiscais e administrativas com o apoio de especialistas. E essa pesquisa revela que este setor está crescendo cada vez mais, gerando empregos e impacto para a força da economia do Estado”, explica Luque.
Segundo a pesquisa, a maior cidade do Triângulo Mineiro, Uberlândia, é a que possui a maior média salarial do Estado, no ranking dos 20 municípios do Sudeste com mercado de trabalho amplo (cidades com mais de 5 mil empregos em BPO), com R$ 3 mil. Já em Belo Horizonte, o salário médio é de R$ 2,5 mil.
Quando se trata de mercado de trabalho restrito (cidades que possuem entre mil e 5 mil empregos em BPO), o ranking traz os municípios de Nova Lima e Betim (RMBH) entre os 20, com médias salariais de R$ 4,9 mil e R$ 3,4 mil respectivamente.
“A pandemia, de certa forma, nos ajudou a dar visibilidade ao trabalho remoto, acabou mostrando também o terceirizado. A redução de custos e o foco no core business mostraram que o ditado continua certo. É o olho do dono que faz o negócio crescer e que ele precisa estar voltado para a atividade-fim e deixar o back office para especialistas. Estamos ganhando a confiança do dono à medida que entregamos dados mais íntegros e ele melhora a eficiência”, completa o vice-presidente e diretor financeiro da Abrapsa.
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