Confiança dos CFOs sobe, mas cautela persiste no 3º trimestre
A confiança dos diretores financeiros voltou a crescer no 3º trimestre de 2025: o Índice de Confiança do CFO (iCFO) atingiu 126,9 pontos, ligeiramente acima dos 125,7 do trimestre anterior. O avanço, medido pelo IBEF-SP em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, indica otimismo moderado – ainda abaixo do patamar observado em 2024, quando o indicador ficou acima de 127 pontos.
Dos três componentes, o índice setorial (iCFOs) foi o destaque, com alta de 3,5 pontos para 128,6. A confiança nas empresas (iCFOe) também subiu, +0,5 para 132,5. O componente macroeconômico (iCFOm) permaneceu estável em 119,8, mostrando que a leitura do ambiente macro segue contida.
As principais preocupações continuam concentradas em demanda interna fraca (19%), juros elevados (15%) e ambiente político (9%). Atração e retenção de talentos aparecem empatadas entre as prioridades (9%).
Mesmo com juros altos, os planos de investimento seguem ativos. Três em cada dez CFOs (30%) pretendem investir em Tecnologia da Informação nos próximos 12 meses – liderança mantida desde 2016. Ampliação da capacidade instalada vem na sequência, citada por 26% dos executivos.
Dentro do orçamento de TI, 47% indicam que menos da metade irá para IA e Big Data; 19% não preveem gastos nessas frentes e 34% planejam destinar metade ou mais dos recursos a essas soluções. Por outro lado, 83% não planejam aquisição de startups ou hubs de inovação, movimento associado ao custo de capital elevado.
Há maior disposição para contratar: 41% dos CFOs esperam ampliar o quadro de funcionários e terceirizados até meados de 2026, ante 28% no mesmo período do ano anterior. Ao mesmo tempo, a parcela que prevê cortes também cresceu de 18% para 21%, sinalizando polarização entre empresas em expansão e outras ainda em ajuste de custos.
Os executivos reduziram a projeção para o IPCA de 5,4% para 4,9% em 2025. A Selic é estimada em 14,3% e o dólar em R$ 5,51. Para o PIB, a expectativa média é de 2,1% no ano. Na escala do iCFO (20 a 180 pontos, com 100 como neutralidade), o nível atual reforça confiança acima do neutro, porém sem euforia.
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