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Importar produtos pode não render bons negócios

Importar produtos pode não render bons negócios
REUTERS/Stringer

Importar produtos para vender no Brasil é uma estratégia que, muitas vezes, desanima os empreendedores brasileiros. Mesmo identificando um mercado carente e com potencial de consumo, muitas empresas se complicam na hora de lidar com as questões tributárias e chegam a desistir da operação ou a lucrar bem menos do que poderiam.

De acordo com o diretor de Negócios Internacionais da Jetlog, Flávio Ricardo Rodrigues, é possível reduzir custos para fazer esse tipo de transação de forma simplificada, mas para isso é preciso conhecer bem as regras que regem a importação de produtos.

Com 22 anos de experiência na área de comércio exterior e internacional, Rodrigues atua de forma ampla no planejamento tributário, logístico e fiscal de empresas importadoras e exportadoras e possui ainda larga experiência de internacionalização de marcas de produtos brasileiros no mercado externo.

“Apesar de todo o arcabouço jurídico a esse respeito ser, sim, complexo, é preciso que as empresas compreendam esse conjunto de leis ou busquem uma assessoria qualificada pra isso. A legislação prevê uma série de benefícios se forem aproveitados acordos bilaterais, classificação correta dos produtos e escolha do local de chegada desses importados, por exemplo”, explica Rodrigues.

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a logística tem um grande impacto sobre o custo final de uma importação. A escolha do modal – marítimo, aéreo, rodoviário, ferroviário, fluvial ou a união de dois ou mais tipos – a distância do portão de chegada ao destino final e como esse transporte será feito, e o próprio caminho feito dentro da estação aduaneira escolhida podem fazer com o que o custo final chegue a quadruplicar dependendo do caso.

“Junto ao planejamento tributário é estratégico traçar o planejamento logístico. O simples fato de a mercadoria ser deslocada da área principal para uma área secundária do porto pode fazer com que o valor das as taxas pagas caia entre 20% e 40%”, pontua o especialista.

Outro ponto importante é que hoje os sistemas de fiscalização são automatizados e integrados, permitindo ao fisco acompanhar praticamente em tempo real todas as operações de compra e venda no exterior. Por isso é tão importante ter o a assessoria de profissionais que compreendam tanto a parte tributária como logística, especialmente em as empresas de menor porte, nas quais um erro pode custar a própria sobrevivência do negócio.

“Hoje, o fisco cruza todos os dados e tentar enganá-lo é correr um risco muito grande. Dependendo do porte e da saúde financeira da empresa, algumas multas podem inviabilizar a própria continuidade do negócio. O importante é que elas estudem as possibilidades de acordo com o produto, o fornecedor e o prazo pelo qual pretende estocar e vender o produto importado. Ninguém precisa ter medo de importar, mas tem que fazer isso estrategicamente”, completa o diretor de Negócios Internacionais da Jetlog.

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