Desenhada do zero, Inatel desenvolve no ICT Lab proposta de nova internet

Dentro dos laboratórios do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, professores, alunos e pesquisadores se desdobram para oferecer soluções tecnológicas para atender às mais variadas necessidades humanas. De inteligência artificial aplicada em pivôs de irrigação que chegam a medir centenas de metros, até minissatélites, os cubesats.
E uma das pesquisas mais interessantes desenvolvidas na escola acontece no Information and Communications Technologies Laboratory (ICT Lab). Lá, o professor e coordenador do ICT Lab, Antônio Marcos Alberti, desenvolve a proposta de uma nova internet: a NovaGenesis.
O projeto é uma iniciativa de future internet desenhada do zero combinando ingredientes-chave para novas abordagens, tais como: Internet das coisas, virtualização, funções virtuais de rede, redes centradas em conteúdo, redes centradas em serviços, arquiteturas orientadas a serviços, infraestruturas cibernéticas, dentre outros.
“Não existem mais do que cinco ou seis pesquisas desse gênero no mundo. A NovaGenesis é uma pesquisa de base. Ela não tem aplicação direta nesse momento, mas ela vai oferecer aos nossos colegas condições para fazer teste em um ambiente controlado e propor novas arquiteturas e serviços”, explica Alberti.
Mais recentemente, o laboratório expandiu seus horizontes ao incorporar estudos em outras arquiteturas de Internet do futuro, tais como XIA, Rina, etc. Também, foram inseridos vários projetos relacionados às atuais tecnologias para Internet das coisas, 5G/6G e infraestruturas cibernéticas.
“Temos trabalhado para integrar as coisas do 5G que não foram feitas. Estamos incrementando, por exemplo, um componente de inteligência artificial para observar a rede e determinar como pode ser melhorada. Estamos com coisas novas, com as mesmas tecnologias tanto de superfície inteligente quanto de gênero digital, com muito menos investimento do que as nações desenvolvidas”, afirma.
O uso e o avanço da inteligência artificial está no centro dos estudos desenvolvidos no laboratório. Certo de que as pesquisas não vão parar, o pesquisador chama a atenção para a responsabilidade dos governos e da sociedade para que os estudos levem à melhoria das condições de vida da população e não ao acirramento das desigualdades intra e entre países.
“Sou a favor da continuidade das pesquisas. Interromper os estudos da tecnologia em si não vai resolver o problema porque quem tem que mudar são os humanos. Temos que trabalhar com novos valores e mais transparência. A educação é o caminho. E os governos teriam um papel de fiscalização. A questão da ética é fundamental. Não adianta se a gente não tiver preparado a ética da mentalidade dos modelos. Se você mudar só o modelo e não mudar a mentalidade, não adianta. E vice-versa”, avalia o coordenador do ICT Lab.
Ouça a rádio de Minas