Inclusão no Simples estimula investimentos, com ganhos de qualidade e de mercados

Os investimentos na melhoria da qualidade da cachaça artesanal produzida em Minas Gerais e a inclusão da bebida no regime tributário simplificado, o Simples Nacional, são ações que estão contribuindo para a evolução do setor e para que a bebida nacional ganhe mercado.
Com a menor cobrança de impostos, alambiques que trabalhavam de forma clandestina estão investindo em adaptações e regularizando a situação. A expectativa é de que nos próximos anos, as marcas registradas no Estado cheguem a 2 mil. Hoje são 700 registradas, mas somente cerca de 300 estão ativas.
Alguns avanços ainda são necessários, principalmente no que se refere ao mercado internacional, onde a bebida tem grande potencial para ser comercializada, mas faltam ser desenvolvidas ações de promoção e divulgação.
As expectativas são positivas em relação ao mercado para a cachaça artesanal. De acordo com o diretor da Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade (Anpaq), Arnaldo Ribeiro, o mercado de cachaça vem crescendo e agregando valor ao produto.
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Redução de tributos favorece a regularização
“A qualidade da cachaça artesanal é crescente e o produtor está conseguindo agregar valor à bebida. O resultado já é reconhecido até mesmo no mercado internacional. Recentemente, no Concurso Mundial de Bruxelas, que premia os melhores destilados do mundo, das cinco bebidas premiadas, duas eram cachaças. A qualidade vem sendo cada vez mais reconhecida e, isso, é muito importante para a evolução do setor”.
Arnaldo explica que um dos principais gargalos do setor produtivo é em relação à atuação no mercado internacional, que ainda é muito pequena frente ao potencial. Por isso, existe a necessidade de investir no marketing da cachaça artesanal no mercado mundial.
“Nossa cachaça artesanal tem a qualidade atestada e reconhecida. Porém, hoje, no País, a exportação representa menos de 1% da produção. A situação é muito diferente em relação a outros países como a Escócia e o México que exportam mais de 50% das bebidas típicas, o whisky e a tequila. Precisamos investir na divulgação da cachaça artesanal no mercado externo”, explicou.
Um avanço no cenário mundial foi o acordo firmado entre Brasil e México. No início do mês, o plenário do Senado brasileiro aprovou um acordo internacional entre os países para o reconhecimento mútuo da cachaça e da tequila como indicações geográficas (IG) e produtos distintivos dos dois países. O texto determina que toda bebida vendida no Brasil com o nome de tequila terá que ser de fabricação mexicana, assim como toda cachaça vendida no México terá que ser de fabricação brasileira, possibilitando a proteção da propriedade comercial das duas bebidas.
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