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Trabalho pioneiro de padronização dos indicadores dos ODS vai ajudar a nortear políticas públicas

As três cidades mineiras com maior pontuação geral são: Santa Rita do Sapucaí, Cachoeira Dourada e Itajubá; confira o ranking
Trabalho pioneiro de padronização dos indicadores dos ODS vai ajudar a nortear políticas públicas
Crédito: Reprodução Freepik

O Movimento Minas 2032 – Pela Transformação Global, idealizado pelo Diário do Comércio e Instituto Orior para promover a consolidação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Agenda 2030, instituídos pela ONU, desenvolveu uma padronização pioneira de indicadores do ODS.

Profissionais voluntários no Grupo de Trabalho (GT) Cenário e Avaliação das ODS em Minas Gerais, GT1, representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), pesquisadores e estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da empresa Seal trataram os índices de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) disponíveis e criaram filtros para gerar dados que mostrem a realidade dos ODS no Estado. Até então, os dados estavam em bases diferentes de cálculos e não era possível compará-los com rapidez e facilidade mantendo a segurança metodológica.

Para facilitar as análises, os especialistas otimizaram o padrão de notas contidos na base divulgada pelo IDSC-BR. Essa padronização dos índices dos ODS, colocar os dados em uma mesma escala para efeito comparativo, é fundamental para que se avalie o cenário e sejam criadas metas para transformá-los de forma mais eficaz.

“A metodologia incluiu a criação de uma pontuação final para medir o progresso total dos municípios em relação aos 17 ODS. Pontuações entre 80 e 100 refletem uma realização ótima, enquanto pontuações até 39,99 indicam um desempenho muito baixo. Isso serve para qualificar o desempenho dos ODS com a mesma base de comparação para todo Estado”, explica a economista da Fecomércio-MG, coordenadora do GT1 e uma das responsáveis pelo trabalho, Gabriela Martins.

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Os primeiros resultados mostram o panorama mineiro. As três cidades mineiras com maior pontuação geral em relação aos ODS hoje são as seguintes: Santa Rita do Sapucaí (63,00); Cachoeira Dourada (60,86) e Itajubá (60,55). Já as três piores colocadas no ranking geral mineiro são: Galiléia (38,20); Rio Vermelho (40,57) e Matias Cardoso (40,58).

A coordenadora do GT1 explica ainda que, além do efeito comparativo de segurança, a padronização traz norte para as políticas públicas, já que os dados mostrar precisamente o cenário e, com isso, o que é preciso melhorar. Gabriela Martins cita, por exemplo, o fato de Minas Gerais figurar como o terceiro estado brasileiro com melhor desempenho geral nos ODS, mas ter como pior desempenho o ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura, mostrando que setor ainda precisa avançar em sustentabilidade. E também não ter performado bem nos ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação; ODS 14 – Vida na água; ODS 15- Vida terrestre e ODS 5 – Igualdade de gênero.

“Podemos notar que os ODS básicos para a viabilização do desenvolvimento sustentável primordial para longevidade dos negócios em Minas Gerais ainda são um desafio no cenário macroeconômico mineiro. Portanto, governo, empresários e sociedade precisam atuar em conjunto e urgentemente para mudar essa realidade. Só assim alcançaremos a transformação social, econômica e ambiental que precisamos. Do contrário, nossos negócios colapsarão”, alerta.

De acordo com a economista, a intenção é que tais dados sejam periodicamente atualizados e fiquem disponíveis em uma biblioteca virtual para toda a sociedade e que parcerias precisam ser feitas para democratizar o entendimento e acesso da ferramenta. E que os governos usem para conduzir suas políticas públicas. Gabriela Sales destaca os dez resultados com pior desempenho e reforça a necessidade de atuar prioritariamente neles.

São os seguintes os dez indicadores com pior desempenho e devem ser priorizados em Minas Gerais:

  1. Mortes por armas de fogo (100 mil habitantes) – ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes (0,21)
  2. Percentual da população negra em assentamentos subnormais (%) – ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis (1,40)
  3. Investimento público em infraestrutura urbana por habitante (R$ per capita) – ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura (2,15)
  4. Presença de vereadoras na Câmara Municipal (%) – ODS 5 – Igualdade de gênero (3,63)
  5. Centros culturais, casas e espaços de cultura (100 mil habitantes) – ODS 4 – Educação de qualidade (5,28)
  6. População residente em aglomerados subnormais (%) – ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis (97,83)
  7. Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (100 mil habitantes) – ODS 6 – Água potável e saneamento (97,64)
  8. Acesso a equipamentos da atenção básica à saúde– ODS 10 – Redução das desigualdades (96,69)
  9. Domicílios em favelas (%) – ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis (92,72)
  10. Resíduos sólidos domiciliares coletados per capita (kg/ dia/ hab.) – ODS 12 – Consumo e produção responsáveis (92,12) %

DOA MG – AMR

A Associação Mineira de Reabilitação (AMR) é uma Organização da Sociedade Civil, OSC, sem fins lucrativos e referência em reabilitação neuromotora no Estado e que colabora com diversos ODS tratados na reportagem sobre a padronização dos indicadores. Desde 1964, a instituição oferece tratamento interdisciplinar gratuito e de alta qualidade para crianças e adolescentes com deficiências físicas e em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, a AMR atende mais de 400 crianças de Belo Horizonte e outras 29 cidades da região metropolitana. A instituição depende de doações para mudar a história de milhares de pessoas:

Saiba como doar para a AMR:
Apadrinhamento de uma criança
Doações financeiras
Contribuições de produtos e serviços, como: alimentos e produtos de higiene e farmacêuticos; ferramentas e tecidos; itens para o bazar e brechó; insumos para a oficina ortopédica e fábrica de fraldas; compra de produtos ou serviços da AMR.
Voluntariado em diversas áreas
Contato: (31) 3304-1300
Link da página de doação: https://amr.colabore.org/reabilitaretranfosmarvidas/single_step

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