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Indústria Amapá projeta dobrar de tamanho até 2030 e faturar cerca de R$ 1 bilhão

O planejamento estratégico da empresa prevê a construção de novas unidades fabris e a ampliação dos negócios no exterior
Indústria Amapá projeta dobrar de tamanho até 2030 e faturar cerca de R$ 1 bilhão
Foto: Gabriel Araújo/ Amapá

O grupo mineiro Amapá, especializado na fabricação de estruturas metálicas para organização, exposição e armazenagem, planeja dobrar de tamanho e atingir um faturamento próximo de R$ 1 bilhão até 2030. Dentre os projetos previstos no plano de expansão da empresa está o lançamento de duas unidades fabris na cidade de Cláudio, na região Centro-Oeste de Minas Gerais.

A Amapá deve atingir cerca de R$ 56 milhões investidos na ampliação da capacidade fabril entre os anos de 2024 e 2025. Para este ano, está prevista a inauguração da nova unidade de produção de carrinhos e aramados, com 6,75 mil metros quadrados (m²) de área construída, na Comunidade da Rocinha.

Outro projeto da fabricante mineira é a unidade Ouro Verde, que será construída em um terreno de 180 mil m². O local já passou pelo processo de terraplanagem e drenagem pluvial. O início das obras de construção deve ocorrer em 2027, com previsão de inauguração até 2032.

O investimento previsto para esta nova fábrica deve superar os R$ 100 milhões. A planta irá abrigar operações da Supra, uma das empresas pertencentes ao grupo voltada para os grandes empreendedores. A estimativa é de que a nova unidade fabril possa gerar mais 400 empregos na região.

O CEO do grupo Amapá, Alfredo Lage, destaca que a empresa emprega 910 pessoas, sendo que cerca de 700 são de Cláudio. Isso faz da fabricante de estruturas metálica uma das principais empregadoras do município.

“Quando a unidade Ouro Verde estiver funcionando em plena carga, nós estaremos operando com até 1,4 mil colaboradores. Hoje o nosso objetivo é atingir algo próximo de 1 mil funcionários”, ressalta.

No entanto, a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada pode se tornar um empecilho para os planos de crescimento da empresa. Lage garante que todos os cenários possíveis foram considerados na elaboração do planejamento estratégico para a criação de um plano de mitigação de riscos.

Ele lembra que o cenário do mercado de trabalho de Cláudio segue sendo de pleno emprego. Isso faz com que a empresa tenha que oferecer as melhores condições de trabalho para evitar perder seus funcionários para outras fábricas na região. “Nós tentamos mitigar os impactos do problema com mão de obra sendo a melhor empresa para trabalhar e buscando pessoas de outras cidades”, completa.

A fabricante produz, anualmente, mais de 350 mil unidades de gôndolas, 500 mil posições de pallets, 125 unidades de carrinhos de supermercados e de estandes, além de mais de 100 mil unidades de móveis de aço. A Amapá processa mais de 25 mil toneladas de aço por ano em sua sede localizada no Anel Rodoviário, na MG-260.

A expectativa é ampliar em 264,58% a capacidade de produção de carrinhos de supermercados, passando de 5,47 mil unidades por mês para 21 mil. Eles também planejam aumentar em 140% a produção de porta pallets (de 10,5 mil para 25,25 mil) e dobrar a capacidade produtiva quanto à fabricação de estantes (de 16 mil para 33 mil) e de mini porta pallets (de 63 mil para 126 mil).

Demais projetos da Amapá para os próximos anos

O CEO do grupo Amapá destaca que a empresa projeta um crescimento médio anual composto de 10% até 2030. A expectativa para o atual exercício é de 26% de crescimento. “Isso porque todos os investimentos que fizemos começam a dar resultados agora no exercício de 2025 para 2026”, explica.

Caso esse desempenho seja alcançado, o dirigente aponta que a empresa poderá dobrar de tamanho e atingir um faturamento próximo de R$ 1 bilhão. “Todo o planejamento foi feito neste sentido. A ampliação com novas plantas, adoção do que tem de mais moderno em tecnologia e foco em nosso principal pilar, que são as pessoas”, diz.

Outra meta do grupo, segundo Lage, é a ampliação da participação da Supra nos negócios da empresa. Atualmente, a marca responde por cerca de 20% do negócio, enquanto o restante fica para a Amapá Instalações e Armazenagens, voltada para o pequeno e médio empreendedor. De acordo com o dirigente, a meta prevista no planejamento estratégico da fabricante é aumentar essa participação para 35% do negócio do grupo até 2030.

Foco nas exportações

Sede do grupo Amapá em Cláudio, Minas Gerais.
Foto: Gabriel Araújo / Amapá

Além disso, a empresa também pretende ampliar sua presença no mercado externo, que responde por apenas 2% dos negócios da fabricante mineira. O foco é desenvolver ainda mais a relação com outros países da América Latina e, em seguida, expandir para o continente africano.

A Amapá ainda planeja ingressar em outros segmentos como de reforma de carrinhos de supermercados e fabricação de outros produtos como os carrinhos utilizados em hotéis e aeroportos. Todos esses novos produtos e serviços deverão ser desenvolvidos no local onde hoje funciona um galpão voltado para a linha de produção de carrinhos e aramados, localizado na rua José Ferreira Rodrigues, no Parque industrial Paulino Prado.

Lage lembra que 2024 foi o melhor ano da história da empresa, com crescimento de 23% da produção frente ao ano anterior, mesmo com a redução do preço do aço que impactou no valor dos produtos. Além disso, a fabricante registrou um faturamento 14% superior ao alcançado em 2023. “Foi o melhor ano da história da Amapá”, completa.

Ele explica que no caso da Amapá, os resultados estão diretamente ligados à abertura de novas lojas no comércio varejista que, por sua vez, depende do consumo das famílias para continuar crescendo. O empresário avalia que a inflação é um grande problema, mas o dirigente também demonstra confiança quanto ao poder de consumo das famílias brasileiras e às oportunidades que o País oferece.

“O governo tem que tomar medidas para equacionar esse problema. O que nós estamos observando é um empobrecimento das famílias, que reflete no consumo e isso faz com que os empresários diminuam a abertura de novas lojas”, aponta.

*O repórter viajou a convite da Amapá

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