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Inhac vai formar profissionais para a gastronomia e hotelaria

O Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias faz parte do Programa Trilhas de Futuro do Governo de Minas; outro projeto é de um hotel-escola, em parceria com a mineradora Vale
Inhac vai formar profissionais para a gastronomia e hotelaria
O Inhac é uma escola social de gastronomia que está oferecendo 80 vagas gratuitas no curso técnico na área | Foto: Diário do Comércio / Isa Cunha

Criado em 2023, o Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (Inhac) é uma escola social de gastronomia que faz parte do Programa Trilhas de Futuro do Governo de Minas, oferecendo 80 vagas gratuitas no curso técnico em gastronomia. Junto ao Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA), formam um centro cultural que atua na promoção da cozinha mineira, dos queijos artesanais de Minas e na inserção produtiva de jovens por meio da formação de profissionais de gastronomia.

Atualmente, o Inhac passa por um período de grande expansão. Semana passada, assinou, junto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um protocolo de intenções com o objetivo de estabelecer cooperação mútua para o desenvolvimento social, educacional e profissional de jovens atendidos pelo Inhac.

De acordo com a diretora executiva do Inhac, Sarah Rocha, a nova parceria representa um avanço importante na qualificação da formação técnica e acadêmica oferecida pela escola. O objetivo é, a partir da cessão de professores para aulas teóricas e estágios para atuação interdisciplinar, ampliar o acesso aos serviços e recursos da universidade para os alunos da escola e fortalecer a colaboração em projetos de pesquisa e extensão voltados à gastronomia. No próximo ano serão ofertadas 120 vagas. 

Diretora executiva do Inhac, Sarah Rocha
A diretora executiva do Inhac, Sarah Rocha, destaca que a parceria com a UFMG representa um avanço importante na qualificação da formação técnica e acadêmica | Foto: Diário do Comércio / Isa Cunha

“Esse é um momento muito feliz. Essa parceria com a UFMG não só reconhece a qualidade do nosso trabalho como permite que façamos um atendimento mais completo aos nossos alunos, que além das aulas terão acesso a outros serviços oferecidos pela universidade contribuindo para a formação do aluno como cidadão. Além disso, fortalece o campo acadêmico na área com novas possibilidades para os estudantes de gastronomia”, explica Sarah Rocha.

Para a gestora, o protocolo é o primeiro passo para a implantação futura de um curso de graduação em gastronomia na UFMG, em parceria com o Inhac.

“Existe um alinhamento e uma vontade comum em criar a graduação em gastronomia na Federal e que eles possam usar a nossa estrutura que já está pronta. Com isso, entregaríamos ao mercado profissionais mais completos em um setor que precisa de mão de obra intensivamente. É claro que a abertura de um novo curso em uma universidade federal leva muito tempo, mas já temos um embrião”, afirma.

O projeto mais ousado começa a tomar forma essa semana: a construção de um hotel-escola em parceria com a mineradora Vale. O espaço, que deve começar a funcionar em dois anos, vai ocupar dois imóveis que fazem parte da antiga área da Mina de Águas Claras, na Serra do Curral, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O regime será de comodato.

A Mina de Águas Claras foi desativada em 2002 e está sob a gestão da Vale desde 2006, quando a empresa adquiriu a MBR e assumiu o compromisso de realizar as obras necessárias para a recuperação ambiental e fechamento da mina.

Ela conta que o hotel-escola vai receber até 600 alunos em cursos ligados à hotelaria e à gastronomia. “Minas está passando por um período de grande avanço do turismo e que tem, justamente, a gastronomia como carro-chefe. Esses são setores que precisam de muita mão de obra qualificada”, observa.

Ela acrescenta que a inteligência artificial (IA) não vai cozinhar e nem receber as pessoas com o legítimo “jeitim” mineiro. “Então, esse projeto vem a dar um uso digno a uma área que já foi exaurida pela mineração, fomenta uma indústria limpa que é geradora intensiva de mão de obra, gera emprego e renda e permite que cumpramos nossa missão que é levar educação de qualidade para grupos em vulnerabilidade”, destaca.

Para o gerente-geral de uso futuro da Vale, Gustavo Roque, a parceria vem ao encontro do propósito da mineradora de dar um uso futuro às áreas descomissionadas que respeitem as tradições e interesses das comunidades atingidas pelo fim da atividade minerária naquela região.

“Fizemos um intenso trabalho de escuta da comunidade para entender seus anseios e aptidões. Ficou claro que o turismo é uma delas e que no pós-mineração essa é uma atividade que deverá ser protagonista. Mas para que isso seja possível, é preciso que exista uma mão de obra bem qualificada e, com isso, o projeto do Inhac é perfeito, utilizando uma área que está pronta, minimizando os impactos. É uma área nobre, aos pés da Serra do Curral e junto à mata do Jambreiro, que terá um uso social igualmente nobre e que protege a natureza”, pontua Roque.

Educação para tornar profissionais da gastronomia profissionais completos

Mais duas escolas que têm o nome marcado na história de Minas Gerais também estão conversando com o Inhac. A primeira é a Escola Estadual Milton Campos, o icônico “Colégio Estadual Central”, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul.  A atual sede foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em 1954, e erguida durante a gestão de Juscelino Kubitschek no governo de Minas Gerais. Lá, a conversa é com a Associação dos Ex-alunos e o objetivo é a instalação de um curso técnico.

A segunda é a Fundação Dom Cabral (FDC), também sediada em Nova Lima. O objetivo é que professores da escola de negócios possam dar aulas de gestão e empreendedorismo para os alunos do Inhac.

“São conversas que estão no início, mas seria maravilhoso poder contar com o Estadual Central e a FDC. São escolas históricas e reconhecidas por todo o Brasil. O nosso desejo é levar uma educação de ponta a um número cada vez maior de pessoas”, destaca Sarah Rocha.

Ela conta que a ideia é chegar a mil alunos até 2028. “Mas isso só é possível se tivermos parceiros que entendam isso. Que dividam conosco sua expertise, sua história e a crença verdadeira no valor da educação. São várias formas de contribuir, seja por meio de parcerias como essas, investimento incentivado, investimento direto, trazendo seus eventos para serem realizados nos nossos espaços. O certo é que unindo tradição e inovação podemos ajudar a formar uma sociedade muito mais próspera e feliz”, conclama a diretora-executiva do Inhac.

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