Intelbras expande fábrica em Santa Rita do Sapucaí

A Intelbras, líder no setor de segurança eletrônica na América Latina, está concluindo uma expansão na fábrica localizada no Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas). Cerca de R$ 5,5 milhões foram investidos na área da unidade fabril, em vistas de otimizar a gestão de estoques tornando-a mais eficiente, proporcionando um aumento de 30%. A planta mineira concentra duas linhas de produção: uma de controle de acesso e outra de alarmes de intrusão, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento.
Segundo o gerente de relações com investidores da Intelbras, Bruno Teixeira, a ampliação visa atender o aumento de demanda, que é crescente principalmente quanto às linhas de controle de acesso. Ele explica que à medida que a tecnologia vem sendo simplificada e tem ganhado competitividade em termos de custo, os produtos estão sendo massificados e a empresa, mais uma vez, alcança um lugar de destaque no que diz respeito ao desenvolvimento, produção e comercialização.
“As obras tiveram início no fim do ano passado e estão prestes a ser concluídas. Paralelamente, a Intelbras segue investindo em diferentes frentes de acordo com as oportunidades, vislumbrando a expansão da capacidade industrial também em Manaus e em Santa Catarina. Os investimentos são necessários para dar fôlego e força ao crescimento que a companhia vislumbra”, afirma.
E os resultados são vistos na prática. Prova disso são os números do segundo trimestre, apresentados pela empresa na última semana. A receita operacional líquida chegou a R$ 1,015 bilhão, representando crescimento de 40,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido foi de R$ 96,7 milhões, alta de 13,5% em relação a 2021. E o Ebitda 13,4%, totalizando R$ 118,9 milhões.
“Encerramos o primeiro semestre com uma entrega bastante forte e robusta e bem alinhada com o que traçamos para o ano, sempre na perspectiva de crescimento dos negócios e das oportunidades. Apuramos um crescimento interessante do ponto de vista orgânico independente da aquisição da Renovigi”, diz.
Agora no segundo semestre haverá o processo de integração da companhia com a Intelbras, que se dará em três grandes vertentes: financeiro, operacional e comercial. A compra foi realizada no fim do ano passado por R$ 334,3 milhões e concluída formalmente em maio de 2022. Trata-se da segunda maior aquisição da empresa.

Segundo semestre desafiador
Ainda em relação à segunda metade do exercício, Teixeira avalia que será um período desafiador e, ao mesmo tempo, muito promissor. Ele se refere à macroeconomia e às estratégias que vêm sendo adotadas pela companhia ao longo do tempo.
Além disso, o executivo faz uma avaliação sobre cada área de atuação. Segundo ele, segurança vem apresentando resultados acima do planejado e reforçando sua condição de liderança. No segmento de Energia, a Intelbras já começou a contabilizar os resultados da nova empresa controlada. E, por fim, o segmento de comunicação vem, desde o quarto trimestre de 2021, se direcionando para níveis de atividade econômica anteriores à pandemia. “Sabíamos que se tratava de um ciclo que logo após haveria uma acomodação”, comenta.
Perspectivas quanto ao mercado de 5G
São grandes também as expectativas acerca da implementação, de fato, da frequência 5G no País, que já vem ocorrendo de forma gradativa entre as capitais, inclusive Belo Horizonte, e se intensificará ainda mais nos próximos meses. No ano passado, a Intelbras firmou um acordo de colaboração para a produção de CPEs 5G (Customer Premises Equipment) e Wi-Fi 6 no Brasil com a Qualcomm Technologies, Inc.
Com o acordo, a Intelbras será a única empresa brasileira até o final de 2023 a desenvolver soluções tecnológicas 5G com tecnologia Qualcomm no País e, também, a integrar a cadeia mundial de produção do 5G, tornando o Brasil parte importante do setor produtivo para a quinta geração de conectividade. A Intelbras já está produzindo as CPEs 5G, Wi-Fi 6 e 6E na filial São José (SC).
“O 5G é uma tecnologia que certamente é disruptiva e vai trazer uma série de benefícios que serão descobertos aos poucos, assim como ocorreu com o 4G, com novos aplicativos e funcionalidades. Nossa visão e participação nesse negócio inicia com os equipamentos de FWA (Fixed Wireless Access). E a proposta é levar um acesso ao assinante banda larga que seja paralelo ao da fibra ótica, sem precisar de cabeamento e instalação na última milha”, explica. A estimativa é que, nos próximos cinco anos, esse tipo de acesso deva chegar até 20% da base de assinantes.
Empresa reciclou 78 toneladas de resíduos
A Intelbras já reciclou mais de 78 toneladas na sua unidade de Santa Rita do Sapucaí, atingindo um percentual de reciclagem de 82%. No total, a empresa já reciclou mais de 643 toneladas em quatro de suas unidades, que estão localizadas em São José (SC), Santa Rita do Sapucaí (MG), e Manaus (AM). O número positivo corresponde a 72% do total reciclado no ano passado, quando registrou 882.022 quilos.
“A Intelbras preza pelas práticas sustentáveis – como a reciclagem –, que beneficia não só o meio ambiente, mas também a sociedade como um todo. No primeiro trimestre deste ano, as quatro unidades da nossa companhia tiveram mais de 80% dos seus resíduos reciclados, um resultado que mostra o esforço da empresa em cuidar do meio ambiente”, ressalta o gerente de qualidade da Intelbras, Marciel Linhares.
Até o momento 643.006 quilos foram reciclados. Destes, 20.238 kg derivaram da matriz e 230.139 kg da filial de São José (SC). Juntas, as duas unidades atingiram um percentual de reciclagem de 81,7%. Já a filial de Manaus reciclou 314.528 kg de materiais, que equivalem a 87% do total dos produtos possíveis de serem reaproveitados. Por fim, a unidade de Minas Gerais reciclou 78.101 kg, que representam um percentual de reciclagem de 82%.
Os materiais reciclados são papel e papelão, plástico, sucata de ferro, eletroeletrônicos, madeira, ABS (usado nas carcaças dos produtos), metal, borra de solda e baterias de chumbo-ácido. “Também entram no cálculo os produtos retornados por meio de logística reversa. Eles são desmontados e separados segundo suas características, para que tenham o destino adequado: reciclagem ou encaminhamento para aterros industriais”, explica Linhares.
Processo
Os materiais destinados a reciclagem são comprados por parceiros devidamente homologados – que atendem à legislação ambiental vigente – e então são inseridos no processo de fabricação de outros produtos. O isopor, por exemplo, é coletado por uma empresa que fabrica molduras, rodapés e roda tetos.
Parte dos materiais também é diretamente reaproveitada pela Intelbras, como as peças injetadas, entre outras sobras. Estas são moídas e reinseridas no processo de injeção, pois são peças que não têm muito apelo estético, caso das bases de produtos.
“Nossos processos de reciclagem são rigorosos e atendem às exigências dos órgãos ambientais. Junto às empresas que recebem nossos resíduos, somos corresponsáveis pelo que é feito dos materiais. Todas as informações relativas ao processo são cadastradas nos sites dos órgãos ambientais, e anualmente informamos ao Ibama qual é o resíduo, seu destino, e o nome do transportador”, complementa o executivo.
A Intelbras teve uma receita de R$ 1.204.628,00 em 2021 com a venda de resíduos para reciclagem. O valor arrecadado no processo é revertido para a cobertura dos custos de envio dos produtos que ainda não podem ser reciclados – como resíduos químicos – para aterros sanitários e industriais.
“Por mais que haja um retorno financeiro com a prática, o esforço empreendido por nossas equipes em busca de reciclar a maior quantidade possível de resíduos demonstra que a prioridade da empresa é atuar de forma sustentável e promover nosso DNA inovador procurando sempre novas maneiras de agir de forma correta com o meio ambiente”, salienta a especialista em gestão da qualidade da Intelbras, Maria Elisa Sperber.
Ouça a rádio de Minas