Inteligência Artificial acelera corrida do petróleo em Minas

Com um investimento de R$ 80 milhões, o Centro de Inteligência Artificial (IA) da mineira Elysian Petroleum, do setor de óleo e gás, desenvolvido em parceria com a JMM Tech, do ramo de tecnologia, entrará em operação no final deste ano em Belo Horizonte. O centro contará com cerca de 40 profissionais e já tem mais de 50 projetos em andamento. Outros 22 projetos, específicos para o setor de petróleo, devem começar com o início da operação.
O foco do Centro de Inteligência Artificial será a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias voltadas, inicialmente, para o setor de petróleo e gás, que prometem gerar grande ganho de tempo na operação quando comparado ao trabalho realizado tradicionalmente pelo setor de óleo e gás na exploração em terra firme (onshore). A estimativa é reduzir alguns prazos de meses para horas.
O proprietário e CEO da Elysian e da JMM, Ernani Machado, revela que a ideia do centro tecnológico também será desenvolver projetos que tragam soluções em IA para outros setores, como mineração, defesa, transporte e logística, e para a indústria 4.0.
A Elysian Petroleum detém uma das maiores concessões do País para extração de petróleo onshore, após arrematar a maior parte do leilão de exploração de petróleo da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) em dezembro de 2023. A empresa possui 122 blocos terrestres na Bacia Potiguar, Bacia Sergipe-Alagoas e Bacia do Espírito Santo.

O CEO explica que, com uma área tão extensa, seria preciso muito tempo para realizar o trabalho operacional para identificação exata dos bolsões de petróleo nas terras da Elysian, trabalho que será feito com agilidade muito maior com IA. “A leitura sísmica, com uso de caminhões e explosivos, para fazer uma área de 100 hectares, demora um ano. Mas, no nosso caso, com laser espectral e analisado pela IA, demora dez horas”, declarou.
Os dados do subsolo extraídos da leitura feita pelo laser espectral serão analisados pela IA para identificação dos bolsões do combustível fóssil. Além disso, quando a extração de petróleo estiver em plena operação, a Elysian terá monitoramento em tempo real das bombas de petróleo.
Esse monitoramento permitirá à empresa saber o nível de produção das bombas a todo momento. Em caso de queda significativa do volume produzido em alguma bomba, a empresa saberá no exato momento em que o problema acontecer, com os dados do equipamento e uma lista de sugestões para solucionar a situação. O levantamento de informações do maquinário em tempo real também permitirá à Elysian antecipar a manutenção, caso seja preciso.
A petroleira mineira projeta que 80% das suas operações de extração serão automatizadas com robótica aplicada à IA nos próximos anos. Atualmente, a IA já atua no controle e gestão de operações, e o plano é expandir a aplicação da tecnologia em todas as etapas da cadeia produtiva. “No nosso caso, haverá uma mudança expressiva nas questões operacionais. No final das contas, 90% de uma produção convencional vai ser alterado”, afirma Machado.
O CEO das empresas petrolífera e de tecnologia pontua que, no momento, a JMM Tech fará projetos somente para a Elysian e que, no futuro, deve analisar se continuará com uma demanda interna ou se oferecerá as soluções de inteligência artificial ao mercado.
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