Interação física e virtual marcam 27ª edição do Minas Trend em BH

Considerado o evento que abre o calendário da moda nacional, o Minas Trend chega à sua 27ª edição revivendo a alegria dos encontros presenciais e prometendo muitas novidades. O salão de negócios, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), reúne quase 100 marcas no Expominas, na região Oeste, até amanhã (21).
De acordo com o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, essa é uma edição especial, em que as pessoas poderão aproveitar o melhor da interação física e do mundo virtual.
“Fizemos a última edição ainda em um clima de muito cuidado e receio. Essa é uma volta muito esperada. O nosso desafio é adaptar o evento à nova realidade e novas necessidades do público pós-pandemia. A moda precisa desse contato, do toque, da experiência. O virtual é muito útil, mas não substitui o encontro”, explicou Roscoe.
A principal novidade deverá vir nas próximas edições. A tendência é que o Minas Trend passe a ocupar um espaço menor na cidade, provavelmente o Minascentro, recém-reformado. As próximas duas datas já contratadas pela Federação junto ao Expominas deverão ser utilizadas para a realização de outros eventos da Fiemg. Outra iniciativa que está em fase de formatação é o Minas Trend 360: versão em pílulas do evento que rodará o Brasil.
“Estamos preparando um novo formato para as próximas edições. A pandemia nos obrigou a repensar o modo de fazer negócios em todos os sentidos e muitos aprendizados e mudanças vieram para ficar. Em 15 anos, o Minas Trend foi repaginado algumas vezes e essa é mais uma. Vamos ter um evento menor, mais concentrado, e o Minascentro se mostra um lugar muito propício”, pontuou.
Ao apresentar a coleção Primavera-Verão 2023, o evento reúne no mesmo espaço expositores de toda a cadeia produtiva da moda, com os setores de vestuário, calçados, bolsas e acessórios, bijuterias, semijoias e joias; contando, ainda, com palestras e desfiles. Além disso, são apresentados novos talentos selecionados pelo programa Fiemg Competitiva.
Mercado
O segmento da moda nacional é representado por mais de 55 mil empresas no Brasil, responsáveis pela geração de cerca de um milhão de empregos. Em Minas Gerais, o setor reúne atualmente 7.238 empresas, o que representa 13,4 % do total nacional, respondendo por 10,6% dos empregos do setor no País. Os dados são do Registro Anual de Informações Sociais – Rais do Ministério da Economia referentes ao ano de 2020. isso significa cerca de 150 mil empregos diretos no Estado.
Dados de comércio exterior, extraídos do Comex Stat, também do Ministério da Economia, mostram um desempenho vigoroso da indústria da moda brasileira no mercado global. As exportações brasileiras do segmento somaram US$ 4,3 bilhões em 2021. As exportações do Estado totalizaram US$214,5 milhões, apontando um crescimento de 67,2% em relação a 2020 e ampliando a participação mineira em relação à brasileira de 4,2% apurados em 2012 para 5% em 2021.
Entre os países que mais compraram a produção mineira no ano passado estão a Argentina, com 21,4%; Vietnã, com 20,2%; e Estados Unidos, que absorveram 14,7% do que foi exportado pelo Estado. Também aparecem como compradores regulares a Colômbia e o Paraguai, que somam 9,7% das exportações mineiras da indústria da moda.
Sem arriscar uma estimativa de negócios realizados, a expectativa é retomar os patamares de vendas pré-pandemia. Tradicionalmente o Expominas recebe cerca de 15 mil visitantes durante o Minas Trend a cada edição, entre nacionais e estrangeiros.
“É difícil falar em números, mas posso dizer que na última edição, que foi muito peculiar, todos os que participaram venderam mais do que tinha estabelecido como meta. A expectativa para essa retomada é muito grande. Sobre os compradores internacionais eles vêm a convite e são estratégicos. Além dos negócios em si, eles têm uma grande importância na qualificação dos nossos produtores para a internacionalização dos negócios. É claro que isso impacta nos custos do evento, mas essa é uma curva de aprendizado que precisamos fazer”, completou o presidente da Fiemg.
De acordo com Afonso Maria Rocha, superintendente do Sebrae Minas, a entidade tem trazido para o Estado micro e pequenas empresas cujo universo representa 99% do total das empresas brasileiras, de todos os setores.
“O que nós vivenciamos durante o período da pandemia foi uma queda significativa do setor, porque não adiantava a indústria produzir, porque o comércio não conseguia vender, e vice-versa.”
Durante esse período, o Sebrae Minas cresceu muito no atendimento a essas micro e pequenas empresas, principalmente com as demandas de finanças e de MKT Digital. “Nós conseguimos ajudar as empresas a encontrar durante esse período da pandemia alternativas que mudaram a vida dessas empresas e, o mais importante, assim como o Minas Trend aprende, nós também aprendemos com esse relacionamento com as empresas. O legado da pandemia fica e agora nós estamos no modo ‘Phygital’, que é conseguir trabalhar o físico e o digital simultaneamente”, relata.
Para ele, a parceria entre a entidade e a Fiemg é um orgulho e a intenção é que ela perdure por muito tempo. ”Queremos continuar juntos, principalmente porque temos a consciência clara da importância do Sebrae para as micro e pequenas empresas”, conclui Rocha.
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