iPressnet promete baixar custos com impressão

“Existe um país de escritores e um de leitores, o problema é que eles nem sempre se encontram”. A conclusão é do diretor comercial da iPressnet – empresa especializada na impressão de livros e apostilas -, Mauro Martinelli.
A gráfica paulista atua em todo o Brasil com um modelo de negócio que promete baixar consideravelmente os custos de escritores, pequenas editoras e outros negócios que têm na venda de livros uma vertical, como redes de ensino regular e cursos livres.
A ideia é que o contratante só pague por livro efetivamente vendido. “Nós recebemos os arquivos e lançamos na nossa plataforma digital ou na plataforma do próprio cliente. O comprador (pessoa física ou jurídica) faz o pedido e nós só imprimimos a quantidade desejada e fazemos a entrega. Dessa forma, o nosso cliente só paga por aquilo que tiver sido entregue, sem a necessidade de uma tiragem mínima, controle de estoque e nem o trabalho de distribuição. Isso faz com que o custo baixe sensivelmente e ele mesmo administra a sua margem de lucro”, explica Martinelli.
A iPressnet publica, em média, 100 mil exemplares por mês e a expectativa é de crescimento com o retorno dos alunos às salas de aula. Boa parte desse volume vem de Minas Gerais, especialmente das redes de escolas.
Alguns números recentes do mercado editorial brasileiro sustentam os planos do executivo. O Painel do Varejo de Livros no Brasil, feito pela Nielsen e divulgado pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), no início de agosto, mostra que a venda de livros cresceu expressivamente tanto em volume quanto em faturamento no primeiro semestre de 2021.
Foram vendidos neste período, que engloba os seis primeiros meses e pouco mais de 15 dias de julho, 28 milhões de exemplares. No ano passado, neste mesmo intervalo, o número ficou em 18,9 milhões. O crescimento foi de 48,5%. Em valor, o aumento foi ligeiramente menor, mas ainda assim positivo: 39,9%. O faturamento saltou de R$ 846,2 milhões em 2020 para R$ 1,19 bilhão em agora. O preço médio do livro, também comparando os dois primeiros semestres, caiu 5,78%, fechando o período de 2021 em R$ 42,26.
Apesar do mercado editorial brasileiro ter sofrido bastante na última década com o fechamento de editoras e redes de livrarias importantes, existe um mercado resistente de pequenas editoras, livrarias independentes e redes regionais.
“Os números mostram que não somos um país de leitores, mesmo assim, esse é um mercado muito grande e mal assistido. De um lado os escritores, principalmente os iniciantes, que sofrem para bancar os custos de uma publicação. De outro, leitores que não conseguem pagar o preço de um bom livro. Então tem alguma coisa errada no meio do caminho. As duas pontas precisam se encontrar. É isso que tentamos fazer. As pessoas querem ler, a pandemia deixou isso claro, não é à toa o crescimento dos clubes de assinatura, por exemplo”, pontua o diretor comercial da iPressnet.
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