Negócios

Pix é visto com receios entre os negócios de pequeno porte

Pix é visto com receios entre os negócios de pequeno porte
Crédito: Divulgação

O Pix, novo meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC), já entrou em funcionamento, mas, mesmo assim, continua gerando dúvidas entre empresários, principalmente os donos de micro e pequenos negócios. Ainda que o smartphone seja um aparelho popular e a internet um ambiente dominado por boa parte da população, a convivência com as instituições financeiras ainda deixa muita gente receosa. Segundo dados de uma pesquisa do Instituto Locomotiva feita em 2019, existem cerca de 45 milhões de “desbancarizados” no Brasil.

O certo é que, como em outros tempos, cheques e cartões de crédito passaram de novidade a instrumentos indispensáveis na vida de empresas e consumidores, o Pix veio para nos fazer esquecer como era a vida sem ele e todos precisam dominar a tecnologia sob pena de ficar fora do mercado.

Não tem como fugir da tecnologia, pontua Gustavo Quedevez | Crédito: Divulgação

De acordo com o advogado especialista em privacidade de dados e tecnologia do BVA Advogados, Gustavo Fiuza Quedevez, as principais dúvidas são a respeito da segurança e isso explica a campanha publicitária forte feita pelos bancos quanto a esse assunto. Para ele, informação nunca é demais e pedir ajuda a um profissional para entender o sistema pode evitar muita dor de cabeça.

“É claro que vão acontecer fraudes, mas em um número bem mais baixo que com o cartão de crédito. Só de ser uma ferramenta com maior segurança, inclusive com menos compartilhamento de dados, esse risco é diluído. Sob a ótica comercial, quanto mais fluída a relação entre empresa e consumidor, tanto melhor. Vale a pena bater um papo com o advogado para entender o que está acontecendo, porque as pessoas não vão ler os termos de uso. O próprio site do Bacen tem uma área de informações muito boa. É preciso pesquisar porque o empresário vai ser o consultor do cliente também”, explica Quedevez.

A nova modalidade é uma revolução. Até agora, os pagamentos realizados por meio de TED, DOC e NF seguiam determinado horário e com um valor limitado, além de utilizar os dados da empresa ou da pessoa. Com o Pix, através do QR Code, o dinheiro vai ser transferido em qualquer dia, sem limite de horário ou de valor. E ainda, na transação tradicional, existe a cobrança que varia de valor de banco para banco, com o Pix, essa cobrança deixa de existir para a pessoa física e muitas instituições já anunciam a redução ou extinção de taxas também para as pessoas jurídicas.

“Os bancos perdem muito dinheiro com fraudes. Eles vão deixar de ganhar as taxas por DOC ou TED, mas vão deixar de perder com menos fraudes, e o saldo disso é positivo. O Pix também traz inclusão financeira. Tem uma parcela da população que começa a ter acesso ao sistema financeiro agora, por meio das fintechs. É uma parcela que consome e precisa ser atendida. Não tem como fugir da tecnologia, a legislação não vai conseguir acompanhar tão rápido”, pontua o advogado.

Começar aos poucos é prudente, diz Graziela Fortunato | Crédito: Divulgação

Segundo a especialista em finanças do IAG – Escola de Negócios da PUC-Rio, Graziela Fortunato, cautela nunca fez mal a ninguém e observar os acontecimentos e começar aos poucos é uma atitude prudente.

“O Pix é uma forma de pagamento muito mais simples e com menos custos. Como tudo novo, gera uma certa incerteza, dúvidas que serão resolvidas e você não vai nem lembrar que existiam outras formas de fazer transferência de valores. É claro que vamos passar por um período de ajustes e que toda cautela é válida. Aparentemente é mais insegura por não precisar de tantas informações, mas é justamente ao contrário. Podemos imaginar que a cédula vai desaparecer. Você vai comprar pipoca aproximando um celular do outro”, afirma Graziela Fortunato.

Inter anuncia operação também para empresas

Empresários que optarem por fazer operações via Pix pelo Inter não pagarão taxa pelo serviço, seja para transferir ou receber valores. Apesar do Banco Central permitir a cobrança, a instituição optou por manter sua política de não cobrar taxas em transferências bancárias para contas de pessoas físicas e também jurídicas.

“Temos mais de 600 mil correntistas PJ, em sua maioria pequenos negócios ou empreendedores individuais, e sabemos das dificuldades de se empreender no País. E não vamos colocar mais este ônus para o empresário”, explica o diretor de conta digital e meios de pagamentos do Inter, Ray Chalub. “Recentemente, reforçamos também nossa área de adquirência e, em breve, vamos poder oferecer maquininhas de cartão com condições ainda mais vantajosas para nossos clientes”, completa.

Além do Pix, a conta digital PJ do Inter oferece um grande leque de produtos e serviços para empresas de todos os portes, como 100 TEDs e boletos gratuitos por mês, folha de pagamento ilimitada, maquininha com taxas exclusivas, antecipação de recebíveis, cartão de débito, saques ilimitados e isentos de taxa. Além disso, conta com a geração gratuita e ilimitada de QR Codes, para enviar e receber o Pix. “A gratuidade em todas essas frentes significa mais margem para o empreendedor e, consequentemente, melhor fluxo de caixa principalmente em momentos de crise como o que vivemos com a pandemia”, finalizou o diretor.

Com o Pix, será muito mais simples receber pela venda ou serviço prestado. A operação é gratuita e as transações entre cliente e empresa são instantâneas, ou seja, o pagamento cai na mesma hora na conta da empresa. Usando somente o CNPJ ou outra chave Pix, é possível agilizar os pagamentos e o recebimento dos produtos. O cliente PJ tem direito a fazer o cadastro de 20 chaves, cada chave pode ser um CNPJ, número de telefone, e-mail ou aleatória, composta por um conjunto de números. Caso tenha mais de um telefone, pode colocar os dois, assim como se tiver mais de um e-mail.

O QR Code é outra forma de pagamento prática e segura. Os empresários poderão gerar um código de pagamento pelo celular para cobrar pelo produto ou serviço prestado aos clientes. Os códigos podem ser estáticos, o mesmo vale para receber diversos pagamentos, ou dinâmicos, que permite apenas uma transação, uma vez que, quem vai receber pode definir os dados de quem vai pagar, o vencimento e outras informações.

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