Java Chocolates mira mercado internacional com cacau mineiro

Criada em 2014, no bairro Santa Efigênia (região Leste), a Java Chocolates foi uma das pioneiras no conceito de chocolates artesanais bean to bar (da amêndoa a barra) de Minas Gerais, trazendo cacau fino da Amazônia. Além da qualidade, a matéria-prima precisa ser rastreável e obedecer a parâmetros de uma produção que respeite o meio ambiente e as pessoas.
Os chocolates, livres de glúten, lactose e qualquer insumo de produto animal, hoje são distribuídos por todo o Brasil e já atravessaram fronteiras em um projeto de exportação para os Estados Unidos. O próximo passo, segundo a cofundadora da Java Chocolates, Aline Palmiro, é retomar o projeto de exportação para a Europa, iniciado em 2020 e paralisado devido à pandemia.
“A Java nasceu de uma necessidade minha, intolerante à lactose e glúten. Naquela época não existiam produtos nacionais com essas características que fossem gostosos e acessíveis. Mas para conseguir entregar produtos com essas características, precisávamos de uma matéria-prima especial – o chamado cacau fino -, não podíamos trabalhar com cacau vendido como commodity. Fomos para o Pará desenvolver os nossos fornecedores”, relembra Aline Palmiro.
Foi em 2019 que um produtor de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha, procurou a empresária para oferecer o seu cacau, produzido dentro dos parâmetros para classificá-lo como fino. Foram várias conversas, viagens e ajustes até que a produção mineira entrasse nos padrões exigidos pela indústria. Hoje, o cacau mineiro já é responsável por 50% do que é produzido pela Java Chocolates. A capacidade de produção da marca é de três toneladas por mês. O volume efetivamente produzido, porém, varia muito, influenciado pelas datas comemorativas, clima e desempenho da economia.
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Os chocolates da Java podem ser encontrados em multimarcas e pelo e-commerce da marca, habilitado a fazer entregas em todo o País, seja para os varejistas ou consumidores finais.
“A logística é um grande desafio no nosso País, principalmente para produtos perecíveis e sem conservantes como o nosso chocolate. Por isso, desenvolvemos parceiros capazes de fazer a entrega garantindo a integridade dos produtos”, destaca a empresária.
A fábrica em Belo Horizonte conta com 10 colaboradores diretos e outros três em funções administrativas terceirizadas. A maioria da equipe está na empresa há muitos anos. Diante da crise de escassez de talentos enfrentada pelo Brasil e pelo mundo, esse é um dos fatores, segundo a executiva, que ajuda a explicar o sucesso da Java.
“Enfrentamos a falta de mão de obra. Já levamos meses para preencher uma determinada posição. Com o tempo conseguimos formar um time muito forte e coeso. Isso tem a ver com uma série de fatores, que vão da remuneração e cesta de benefícios ao clima organizacional.
“Temos aqui uma equipe que se identifica com a marca, que consome o que produz. Isso é muito importante porque em tempos em que existe uma disputa acirrada pela mão de obra, concorrer apenas por fatores objetivos como salário e benefícios”, completa a cofundadora da Java Chocolates.
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